Pages

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

ENTRE A FLOR E O ESPINHO

Não sou eu que invento os versos, não crio poesias,
é a poesia que se inventa pra mim, atormenta meus ouvidos
e anuncia seu corpo móvel no papel, me manda recados,
diz que eu preciso de ócio em nome da minha paz.
O pão de cada dia que devo percorrer
me enche de angústia e ansiedade
e a poesia me vence, perco a hora, não participo dos ritos,
ganho sermões maternos.
E quando choro, me agradam com conselhos
do mundo capital.
Invento remorsos para não magoar os meus.
As tarefas me cobram cuidados, o mundo me pede cuidados,
mas é a poesia quem cuida de mim.

Marta Eugênia

Nenhum comentário:

Postar um comentário