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terça-feira, 8 de março de 2011

A ESCOLA DOS ANIMAIS


Uma comissão de alunos pediu aos professores que fizessem uma demonstração para comprovar que isso era possível.
Os educadores lembraram-se então que parte da sua revolução pedagógica consistia em que nada se faria se antes não tivesse sido realizado pelos próprios educadores.  Assim quando a lebre começou a correr fê-lo às mil maravilhas. Mas quando tentou voar, partiu os ossos e a cabeça. Os alunos não sabiam se riam ou choravam.
O pardal foi excelente na prova do vôo, mas quase se afogava quando o obrigaram a nadar.
O ouriço-cacheiro, na autodefesa foi um fenômeno; fechou-se bem como uma bola e com os espinhos para fora, ninguém lhe podia tocar. Mas quando quis trepar e saltar de ramo em ramo, caiu com um enorme barulho tornando-se ridículo.
Assim, continuaram a desafiar todos os outros animais-professores. Os proprietários da escola continuaram a pensar que era uma experiência muito positiva. Era uma questão de tempo. Continuaram a aprender todas as disciplinas.
Verificaram, contudo, que a lebre, o pardal, o ouriço-cacheiro, etc., depois de feridos já nem eram bons na sua própria especialidade, além de estarem cheios de medo.
Todos os alunos desertaram. Alguns professores concordaram em fundar uma escola onde não se faziam os programas a partir do que os professores sabiam e queriam, mas a partir do que os alunos precisavam e podiam aprender. Começaram por dialogar e programar com os alunos. A escola encheu-se de alunos pelo clima tão positivo que se formou.
Afonso Francia

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