Regência Nominal é o nome da relação existente entre um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) e os termos regidos por esse nome.
Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. No estudo da regência nominal, é preciso levar em conta que vários
nomes apresentam exatamente o mesmo regime dos verbos de que derivam. Conhecer
o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes
cognatos. 
Verbo obedecer e os nomes correspondentes: todos regem complementos introduzidos pela
preposição "a". 
Veja: 
Obedecer a algo/ a alguém.
Obediente a algo/ a alguém.
Apresentamos a seguir vários nomes
acompanhados da preposição ou preposições que os regem. Observe-os atentamente
e procure, sempre que possível, associar esses nomes entre si ou a algum verbo
cuja regência você conhece.
Substantivos
| 
Admiração a, por | 
Devoção a, para,
  com, por | 
Medo a, de | 
| 
Aversão a, para,
  por | 
Doutor em | 
Obediência a | 
| 
Atentado a,
  contra | 
Dúvida acerca de,
  em, sobre | 
Ojeriza a, por | 
| 
Bacharel em | 
Horror a | 
Proeminência
  sobre | 
| 
Capacidade de,
  para | 
Impaciência com | 
Respeito a, com,
  para com, por | 
| 
Acessível a | 
Diferente de | 
Necessário a | 
| 
Acostumado a, com | 
Entendido em | 
Nocivo a | 
| 
Afável com, para
  com | 
Equivalente a | 
Paralelo a | 
| 
Agradável a | 
Escasso de | 
Parco em, de | 
| 
Alheio a, de | 
Essencial a, para | 
Passível de | 
| 
Análogo a | 
Fácil de | 
Preferível a | 
| 
Ansioso de, para,
  por | 
Fanático por | 
Prejudicial a | 
| 
Apto a, para | 
Favorável a | 
Prestes a | 
| 
Ávido de | 
Generoso com | 
Propício a | 
| 
Benéfico a | 
Grato a, por | 
Próximo a | 
| 
Capaz de, para | 
Hábil em | 
Relacionado com | 
| 
Compatível com | 
Habituado a | 
Relativo a | 
| 
Contemporâneo a,
  de | 
Idêntico a | 
Satisfeito com,
  de, em, por | 
| 
Contíguo a | 
Impróprio para | 
Semelhante a | 
| 
Contrário a | 
Indeciso em | 
Sensível a | 
| 
Curioso de, por | 
Insensível a | 
Sito em | 
| 
Descontente com | 
Liberal com | 
Suspeito de | 
| 
Desejoso de | 
Natural de | 
Vazio de | 
| 
Longe de | 
| 
Perto de | 
Fernanda, quem te contou isso?
Fernanda, contaram-te isso?
Nos exemplos acima, observe que o
pronome "te" foi expresso em lugares distintos: antes e depois do
verbo. Isso ocorre porque os pronomes átonos (me, te, se, lhe, o,
a, nos, vos, lhes, os, as) podem assumir três posições
diferentes numa oração: antes do verbo, depois do verbo e no interior do verbo.
Essas três colocações chamam-se, respectivamente: próclise, ênclise e mesóclise.
1) Próclise 
Na próclise, o pronome surge antes do verbo. Costuma ser empregada:
a) Nas orações que
contenham uma palavra ou expressão de valor negativo.
Exemplos: 
Ninguém o apoia.
Nunca se esqueça de mim.
Não me fale sobre este
assunto.
b) Nas orações em que
haja advérbios e pronomes indefinidos, sem que exista pausa.
Exemplos: 
Aqui se vive. (advérbio)
Tudo me incomoda nesse
lugar. (pronome indefinido)
Por Exemplo: 
Aqui, vive-se.
c) Nas orações
iniciadas por pronomes e advérbios interrogativos.
Exemplos: 
Quem te convidou para sair?
(pronome interrogativo)
Por que a maltrataram? (advérbio interrogativo)
Exemplos: 
Como te admiro! (oração exclamativa)
Deus o ilumine! (oração
optativa)
e) Nas conjunções
subordinativas: 
Exemplos: 
Ela não quis a blusa, embora lhe servisse.
É necessário que o traga de volta.
Comprarei o relógio se me for útil.
Exemplos: 
Em se tratando de negócios, você precisa falar com o gerente.
Em se pensando em descanso, pensa-se em férias.
g) Com a palavra
"só" (no sentido de "apenas", "somente") e com as
conjunções coordenativas alternativas.
Exemplos:
Só se lembram de estudar na véspera das provas.
Ou se diverte, ou fica em casa.
h) Nas orações
introduzidas por pronomes relativos.
Exemplos: 
Foi aquele colega quem me ensinou a matéria.
Há pessoas que nos tratam com carinho.
Aqui é o lugar onde te conheci.
Emprega-se a mesóclise quando o verbo
estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde
que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.
Exemplos:
Falar-lhe-ei a teu respeito.
(Falarei + lhe)
Procurar-me-iam caso precisassem de ajuda. (Procurariam + me) 
a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.
Por Exemplo: 
Tudo lhe emprestarei,
pois confio em seus cuidados. (O pronome "tudo" exige o uso de
próclise.)
b) Com esses tempos verbais (futuro do presente e futuro do pretérito)
jamais ocorre a ênclise.
c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade
literária.
3) Ênclise
A ênclise pode ser considerada a
colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Assim,
o pronome surge depois do verbo. Emprega-se geralmente:
a) Nos períodos
iniciados por verbos (desde que não estejam no tempo futuro), pois, na língua
culta, não se abre frase com pronome oblíquo.
Exemplos:
Diga-me apenas a verdade.
Importava-se com o sucesso do projeto.
b) Nas orações reduzidas
de infinitivo.
Exemplos:
Convém confiar-lhe esta responsabilidade.
Espero contar-lhe isto hoje à noite.
c) Nas orações
reduzidas de gerúndio (desde que não venham precedidas de preposição
"em".)
Exemplos:
A mãe adotiva ajudou a criança, dando-lhe carinho e proteção.
O menino gritou, assustando-se com o ruído que ouvira.
d) Nas orações
imperativas afirmativas.
Exemplos:
Fale com seu irmão e avise-o do compromisso.
Professor, ajude-me neste exercício!
Observações:
1) A posição normal do pronome é a ênclise. Para que ocorra a próclise ou
a mesóclise é necessário haver justificativas.
2) A tendência para a próclise na língua falada atual é predominante, mas
iniciar frases com pronomes átonos não é lícito numa conversação formal. Por
Exemplo: 
Linguagem Informal: Me
alcança a caneta.
Linguagem Formal:
Alcança-me a caneta.
3) Se o verbo não estiver no início da frase, nem conjugado nos tempos
Futuro do Presente ou Futuro do Pretérito, é possível usar tanto a próclise
como a ênclise. 
Exemplos: 
Eu me machuquei no jogo.
Eu me machuquei no jogo.
Eu machuquei-me no jogo.
As crianças se esforçam para acordar cedo.
As crianças esforçam-se para acordar cedo. 
As locuções verbais podem ter o verbo
principal no infinitivo, no gerúndio ou no particípio.
1) Verbo Principal no Infinitivo ou
Gerúndio
a) Sem palavra que
exija a próclise: 
Geralmente, emprega-se o pronome após a
locução.
Por Exemplo: 
Quero ajudar-lhe ao máximo.
b) Com palavra que exija
próclise:
O pronome pode ser colocado antes ou
depois da locução.
Exemplos:
Nunca me viram cantar. (antes)
Não pretendo falar-lhe sobre negócios. (depois)
Observações:
1) Quando houver preposição entre o verbo auxiliar e o infinitivo, a
colocação do pronome será facultativa.
Por Exemplo:
Nosso filho há de
encontrar-se na escolha profissional.
Nosso filho há de se
encontrar na escolha profissional.
2) Com a preposição "a" e o pronome oblíquo "o" (e
variações) o pronome deverá ser colocado depois do infinitivo.
Por Exemplo:
Voltei a cumprimentá-los
pela vitória na partida.
2) Verbo Principal no Particípio
Estando o verbo principal no
particípio, o pronome oblíquo átono não poderá vir depois dele.
Por Exemplo:
As crianças tinham-se perdidono passeio escolar.
a) Se não houver fator
que justifique a próclise, o pronome ficará depois do verbo auxiliar. 
Por Exemplo:
Seu rendimento escolar tem-me surpreendido.
b) Se houver fator que
justifique a próclise, o pronome ficará antes da locução.
Por Exemplo:
Não me haviam avisado da
prova que teremos amanhã.
Obs.: na língua falada, é comum
o uso da próclise em relação ao particípio. Veja:
Por Exemplo:
Haviam me convencido com
aquela história.
Não haviam me mostrado
todos os cômodos da casa.
 
 
 
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