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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

A FILHA DA ANTIGA CASA

Não posso renunciar-me a certas memórias,
caracteres que também formam meu rosto:
Os olhos miando de frente pro peito aberto do mar
que só conheceu depois de setenta...
Nem era setembro – mês que as destaladeiras
se punham a cantar de tanta promessa –
e a cadeira da varanda
sustentava seu corpo de pernas cruzadas
na calvície da tarde.
no horizonte, a linha azul tinha muito pra contar,
ruas pra se avistar...
De vez em quando meu pai me dá esse tablete
de vida lembrada
pra eu comer, aquecer meu verso e engordar meu
peito.

Marta Eugênia

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