Pages

terça-feira, 8 de março de 2011

OS (DES) CONHECIDOS

Pensei duas vezes ou três...
Que cuidados teremos                                                    
acaso a noite não aponte nenhum conto?
Acaso o dia não permita certas falas
na sala de estar?
É da cozinha que surge a saia justa,
as mãos ensaboadas a limpar a louça
com a água da vida costumaz.
Na hora de comer, o inesperado:
Meu pai foi meu poema pacífico.
Minha mãe um rastro profundo...

Mas quem não tem em suas vidas
Aqueles que já se foram?
Pois que cada coisa deve ser o seu lugar.
Sorrateiros sobrevivem
Com um ar de eternos e estranhos,
Fundam na terra o tempo em relevo contado
Entre seus mil e novecentos e tanto.
Afora a linha do velho caminho do crochê
E as cinzas tocam seus sinos, suas póstumas
E misteriosas sinas...
As sinas todas iguais.
Marta Eugênia

Nenhum comentário:

Postar um comentário