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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

BEM-ME-QUER, BEM-ME-QUER, BEM-ME-QUER

Um poema não desce pra perguntar
quem poluiu o chão e o ar
quem enxotou os animais daqui pra lá
ou quem transportou tantas árvores
pra estação do adeus.
Os poemas aparecem
pra afirmar que no céu ainda resta algum azul,
que as ondas com suas pernas de espuma
trazem à praia
alguns segredos da alma do mar:
conchas, búzios, mariscos,
coisas que não se contam
a qualquer um...
Mas eu pergunto:
Quem compreende uma dália
no assunto de uma tarde?
Quem enxerga que as acácias,
gérberas, rosas, lírios,
brincam nos terreiros de cada dia?
A poesia, a poesia, a poesia.

Marta Eugênia

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