Lembram pedaços de vidro,
assim, contra a luz do poste,
os pingos que o céu empurra.
A pressa denunciada pelos toques
dos sapatos contra o piso,
me instiga a descer a rua
agarrada com meus livros:
Veio-me deles a mania de buscar nomes pra tudo?
causou-me tanta estranheza o nome “mancebo”
na revista de arquitetos...
Procuro um nome pra’s minhas pressas
e ele se agacha por trás dos muros
pra não por culpa no bilhete.
A noite aconselha casacos, meias grossas,
caldos quentes e o frio não cessa.
Um homem poda uma roseira, quando quer...
E àquela hora da noite...
Vem do governo interno do mar
o meu medo dos escombros,
do governo profundo da noite
o meu gosto por agasalhos
as minhas pressas preciosas,
a minha mobília pesada e escura.
Marta Eugênia
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