País é referência mundial em educação. Representante
do ministério da Educação local participou de cúpula no Qatar
A Finlândia não
é o país mais conhecido de todos, mas quando se trata de educação, é a melhor e
maior referência mundial. A qualidade de ensino finlandês está, em grande
parte, relacionada à qualificação dos educadores, que são selecionados entre os
melhores alunos e que passam por uma formação profunda. Se os professores da
Finlândia são tão bons, será que a solução para a educação mundial seria se
eles ensinassem em outros países?
Motivado por
esta pergunta, Pasi Sahlberg, diretor geral do Centro para Mobilidade e
Cooperação Internacional do Ministério da Educação da Finlândia, palestrou
durante o maior evento de educação do mundo no Qatar, o World Inovation Summit
for Education (Wise). Em 2013, a programação da cúpuladurou de terça (29/10) a
quinta (31/10), em Doha, a capital do país do Oriente Médio.
A diferença dos
professores finlandeses já começa na seleção. “Separamos os melhores dos bons”,
esclarece Pasi. Para explicar as exigências para se tornar professor em sua
terra natal, o diretor citou o exemplo de sua sobrinha, Veera, uma estudante
que se formou no ensino médio recentemente com ótimas notas e que poderia optar
por cursar medicina, direito, administração ou qualquer outro curso. A jovem
decidiu ser professora de alunos do primário e foi aprovada em duas fases do
processo seletivo, que equivaleria ao vestibular brasileiro: prova teórica e
prova prática, onde teve de programar atividades para alunos de quarta série.
Na terceira
etapa, a entrevista, Veera não foi aceita. “Minha sobrinha disse aos
entrevistadores que queria ser professora porque várias pessoas da família dela
eram professores e porque ela amava crianças. Formamos os melhores educadores
desde o momento da seleção”, contou Pasi.
Depois de um ano
de trabalho voluntário como monitora numa escola de ensino fundamental, Veera
tinha melhores motivações para contar, foi aprovada e, atualmente, está na
faculdade. Nesta seleção, por exemplo, a jovem foi uma das 750 aprovadas entre
8,5 mil candidatos. Apesar do nível dos educadores da Finlândia ser muito alto,
Pasi acredita que não é apenas isto que faz a diferença.
“Os professores
são importantes, mas não depende apenas deles. É como num time de futebol. Às
vezes, uma equipe não tem muitos craques, mas eles trabalham tão bem em
conjunto que ganham muitos campeonatos. Do mesmo modo, há times com os melhores
jogadores do mundo, mas, como a atuação do grupo não é boa, não vencem muito”,
exemplifica.
De acordo com o
finlandês, não é necessário que um país tenha os melhores professores do mundo
e nem a melhor estrutura para ter um bom desenvolvimentos educacional. “É
preciso ter uma filosofia de trabalho em grupo, sem competições para não
infectar a colaboração, e uma ótima liderança. Trabalhando assim, professores
que nem são os melhores podem fazer milagres”, prevê Pasi. De acordo com Pasi,
as escolas podem ser comparadas em mais um aspecto a times esportivos: “Quando
um jogador vai mal, não colabora e atrapalha o time, acaba sendo expulso.
Trabalhar em sala de aula é difícil, mas também não podemos tolerar os maus
professores nos sistemas de educação pelo bem das nossas crianças e
adolescentes”.
Brasil X Finlândia
Em 2013, a
Finlândia lidera o ranking do Programa
Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) entre 40 países. Na mesma lista, o
Brasil aparece como penúltimo colocado. Para ensinar alunos do primário na
Finlândia, é preciso fazer faculdade e mestrado. O tempo de estudo varia entre
5 e 6 anos, num sistema de estudo rígido e cheio de atividades. Os cursos de
pedagogia finlandeses são extremamente concorridos e os jovens precisam se
esforçar muito para serem aprovados. No país nórdico, o magistério é a escolha
da maioria dos estudantes que terminam o ensino médio, de acordo com Pasi
Sahlberg.
Enquanto isso,
no Brasil, apenas 2% dos jovens escolhe se tornar educador, segundo a Fundação
Carlos Chagas (FCC). A cada cem cursos de pedagogia, apenas três são
considerados excelentes pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
(Enade). A concorrência e a nota de corte não costumam ser altas e a
qualificação dos estudantes que se preparam para o magistério está longe da
excelência: 30% dos estudantes de pedagogia estão entre os que tiveram as
piores notas no ensino médio.
O presente texto não é de minha autoria, consegui-o em reunião de Conselho de Classe, mas como se trata de um texto com informações relevantes no que concerne a nossa educação, resolvi publicar no blog, por isso o autor, caso veja, não se sinta plagiado!
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