Cubismo é um movimento artístico que surgiu no século XX, nas artes plásticas, tendo como principais fundadores Pablo Picasso e Georges Braque e tendo se expandido para a literatura e a poesia pela influência de escritores como Guillaume Apollinaire, John dos Passos e Vladimir Maiakovski. O quadro "Lesdemoiselles d'Avignon", de Picasso, 1907 é conhecido como marco inicial do Cubismo. Nele ficam evidentes as referências a máscaras africanas, que inspiraram a fase inicial do cubismo, juntamente com a obra de Paul Cézanne.
O Cubismo tratava as formas da natureza por meio de figuras geométricas, representando todas as partes de um objeto no mesmo plano. A representação do mundo passava a não ter nenhum compromisso com a aparência real das coisas.
Historicamente o Cubismo originou-se na obra de Cézanne, pois para ele a pintura deveria tratar as formas da natureza como se fossem cones, esferas e cilindros. Entretanto, os cubistas foram mais longe do que Cézanne. Passaram a representar os objetos com todas as suas partes num mesmo plano. É como se eles estivessem abertos e apresentassem todos os seus lados no plano frontal em relação ao espectador. Na verdade, essa atitude de decompor os objetos não tinha nenhum compromisso de fidelidade com a aparência real das coisas.
O pintor cubista tenta representar os objetos em três dimensões, numa superfície plana, sob formas geométricas, com o predomínio de linhas retas. Não representa, mas sugere a estrutura dos corpos ou objetos. Representa-os como se movimentassem em torno deles, vendo-os sob todos os ângulos visuais, por cima e por baixo, percebendo todos os planos e volumes.
EVOLUÇÃO DO MOVIMENTO
Fase cezannista ou cezaniana - 1907 a 1909
Fase analítica ou hermética - 1909 a 1912 caracterizado pela desestruturação da obra em todos os seus elementos. Decompondo a obra em partes, o artista registra todos os seus elementos em planos sucessivos e superpostos, procurando a visão total da figura, examinado-a em todos os ângulos no mesmo instante, através da fragmentação dela. Essa fragmentação dos seres foi tão grande, que se tornou impossível o reconhecimento de qualquer figura nas pinturas cubistas. A cor se reduz aos tons de castanho, cinza e bege.
Cubismo Sintético - 1911 reagindo à excessiva fragmentação dos objetos e à destruição de sua estrutura. Basicamente, essa tendência procurou tornar as figuras novamente reconhecíveis. Também chamado de Colagem porque introduz letras, palavras, números, pedaços de madeira, vidro, metal e até objetos inteiros nas pinturas. Essa inovação pode ser explicada pela intenção dos artistas em criar efeitos plásticos e de ultrapassar os limites das sensações visuais que a pintura sugere, despertando também no observador as sensações táteis.
Cubismo cézanniano
O cubismo cézanniano, e de outros artistas ou cubismo pré-analítico foi a fase que iniciou o movimento do cubismo.
Esta fase foi fortemente marcada pela obra de Cézanne, e Picasso, sobretudo no carácter analítico das formas e planos de cor, que influenciou a análise de paisagens e objetos.
Também a arte africana foi uma das grandes bases do cubismo devido às suas formas simplificadas e às volumetrias duras. Pablo Picasso era um colecionador de fotografias, e formou uma coleção de imagens da arte primitiva das máscaras dos povos africanos. Esta influência aparece pela primeira vez numa obra de Picasso em 1907, Les Demoiselles d'Avignon, inaugurando a chamada "Fase negra" do pintor.
Cubismo analítico
O cubismo analítico basbucetas conhecido como Zaughne (1909 - 1912) é uma fase evoluída do cubismo cézanniano. Apareceu depois da junção do trabalho desenvolvido separadamente por Pablo Picasso e Georges Braque.
A forma é analisada num plano, decomposta e montada novamente nesse mesmo plano. A prioridade dada à forma é máxima, tal que a composição cromática aponte quase para uma só cor.
O objeto é de tal forma distorcido que quase tende para a abstracção, ficando no limite do perceptível e do abstrato. Foi nesta fase que se procedeu a uma teorização do cubismo, sobretudo através do Grupo do BateauLavoir.
No cubismo analítico há a predominância de poucas cores (preto, cinza e tons de marrom e ocre).
Principais características
Geometrização das formas e volumes;
Renúncia à perspectiva;
O claro-escuro perde sua função;
Representação do volume colorido sobre superfícies planas;
Sexo Explicito na maioria das Obras;
Sensação de pintura escultórica;
Cores austeras, do branco ao negro passando pelo cinza, por um ocre apagado ou um castanho suave.
Cores fechadas.
PAUL CÉZANNE
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Paul Cézanne (Aix-en-Provence, 19 de janeiro de 1839 — 22 de outubro de 1906) foi um pintor pós-impressionista francês, cujo trabalho forneceu as bases da transição das concepções do fazer artístico do século XIX para a arte radicalmente inovadora do século XX. Cézanne pode ser considerado como a ponte entre o impressionismo do final do século XIX e o cubismo do início do século XX. A frase atribuída a Matisse e a Picasso, de que Cézanne "é o pai de todos nós", deve ser levada em conta.
Após uma fase inicial dedicada aos temas dramáticos e grandiloquentes próprios da escola romântica, Paul Cézanne criou um estilo próprio, influenciado por Delacroix. Introduziu nas suas obras distorções formais e alterações de perspectiva em benefício da composição ou para ressaltar o volume e peso dos objetos. Concebeu a cor de um modo sem precedentes, definindo diferentes volumes que foram essenciais para suas composições únicas.
Cézanne não se subordinava às leis da perspectiva. E sim, as modificava. A sua concepção da composição era arquitectônica; segundo as suas próprias palavras, o seu próprio estilo consistia em ver a natureza segundo as suas formas fundamentais: a esfera, o cilindro e o cone. Cézanne preocupava-se mais com a captação destas formas do que com a representação do ambiente atmosférico. Não é difícil ver nesta atitude uma reação de carácter intelectual contra o gozo puramente colorido do impressionismo.
Sobre ele, Renoir escreveu, rebatendo o crítico de arte Castagnary: Eu me enfureço ao pensar que ele [Castagnary] não entendeu que Uma Moderna Olympia, de Cézanne, era uma obra prima clássica, mais próxima de Giorgione que de Claude Monet, e que diante dele estava um pintor já fora do Impressionismo.[1]
Cézanne cultivava sobretudo a paisagem e a representação de naturezas mortas, mas também pintou figuras humanas em grupo e retratos. Antes de começar as suas paisagens estudava-as e analisava os seus valores plásticos, reduzindo-as depois a diferentes volumes e planos que traçava à base de pinceladas paralelas. Árvores, casas e demais elementos da paisagem subordinam-se à unidade de composição. As suas paisagens são sutilmente geométricas. Cézanne pintou sobretudo a sua Provença natal (O Golfo de Marselha e as célebres versões sucessivas de O Monte de Sainte-Victoire).
Nas suas numerosas naturezas mortas, tipicamente compostas por maçãs, levava a cabo uma exploração formal exaustiva que é a terra fecunda de onde surgirá o cubismo poucos anos mais tarde. Entre as representações de grupos humanos, são muito apreciadas as suas cinco versões de Os Jogadores de Cartas. A Mulher com Cafeteira, pela sua estrutura monumental e serena, marca o grande momento classicista de Cézanne.
Vida e obra
Primeiros anos e a família
A família Cézanne veio da pequena cidade de Cesana, no Piemonte, e foi assumido que o seu nome é de origem italiana.
Paul Cézanne nasceu no dia 19 de janeiro de 1839 em Aix-en-Provence, Provença, no Sul da França. No dia 22 de fevereiro, Paul foi batizado, tendo sua avó e seu tio como padrinhos. O pai, Louis-Auguste Cézanne (28 de julho de 1798 – 23 de outubro de 1886), foi o co-fundador de uma firma bancária que prosperou durante a vida do artista, o que lhe permitiu grande segurança financeira, que a maioria dos artistas da época não tinha, e lhe deu uma grande herança. Sua mãe, Anne-Elisabeth Honorine Aubert (24 de setembro de 1814 – 25 de outubro de 1897), era vívida e romântica, mas se ofendia facilmente e influenciou decisivamente a visão de mundo de Paul. Ele também tinha duas irmãs mais jovens, Marie, com quem ele frequentava a escola primária todos os dias, e Rose.
Aos dez anos, Paul entrou na Escola São José, em Aix, onde estudou desenho, nas aulas de Joseph Gilbert, um monge espanhol. Em 1852, Cézanne ingressou no Colégio Bourbon (atual Colégio Mignet), onde conheceu e se tornou amigo de Émile Zola, que estava em uma classe menos avançada. Lá permaneceu Cézanne por seis anos. Entre 1859 e 1861, obedecendo aos desejos do pai, Cézanne ingressou na escola de Direito da Universidade de Aix, enquanto recebia suas lições de desenho. Apesar das objeções do seu pai, passou a perseguir o seu desenvolvimento artístico e deixou Aix para ir a Paris, em 1861, encorajado por Zola, que já vivia na capital nessa época. Afinal o pai se reconciliou com ele e apoiou a sua escolha de carreira. Mais tarde, Cézanne receberá 400.000 francos (£218.363,62) de seu pai, o que lhe livraria de qualquer insegurança financeira.
Cézanne, o artista
Em Paris, Cézanne conheceu o impressionista Camille Pissarro. Inicialmente, a amizade feita em meados dos anos 1860 era a de um mestre e mentor - Pissarro exercendo uma influência formativa sobre o jovem artista. Ao longo da década seguinte, as excursões para pintar em Louveciennes e em Pontoise levaram a um trabalho colaborativo entre iguais.
Nos primeiros trabalhos, Cézanne se preocupava com a figura na paisagem. Nesse período incluem-se várias pinturas de grupos de figuras grandes e pesadas na paisagem, pintadas a partir da imaginação. Mais tarde, ele passa a se interessar mais em trabalhar a partir da observação direta, e, gradualmente, desenvolveu um estilo de pintura mais leve e arejada, que iria influenciar imensamente os impressionistas. Não obstante, nos trabalhos de maturidade de Cézanne, percebe-se o desenvolvimento de um estilo solidificado, quase arquitetural de pintura.
Durante toda a sua vida, esforçou-se para desenvolver uma observação autêntica do mundo através do método mais acurado possível para representá-lo em pintura. Ordenava estruturalmente tudo o que percebesse em formas e planos de cor simples. A sua afirmação “Eu quero fazer do impressionismo algo sólido e duradouro, como a arte dos museus”,[2] e sua declarada intenção de recriar Nicolas Poussin acentuou seu desejo de unir a observação da natureza à permanência da composição clássica.[3]
Fenômenos óticos
Cézanne tinha interesse na simplificação das formas naturais em seus essenciais geométricos; ele queria “tratar a natureza pelo cilindro, pela esfera, pelo cone” (um tronco de uma árvore pode ser considerado um cilindro, e uma cabeça humana como uma esfera, por exemplo). Além disso, a atenção concentrada com a qual ele registrava suas observações da natureza resultou em uma profunda exploração da visão binocular, o que resultou em duas percepções visuais simultâneas ligeiramente diferentes, e nos providencia uma percepção de profundidade e um conhecimento complexo das relações espaciais. Nós vemos duas vistas diferentes simultaneamente; Cézanne empregava este aspecto da percepção visual às suas pinturas em graus variados. A observação deste fato, junto com o desejo de Cézanne em capturar a verdade de sua própria percepção, muitas vezes o levou a modelar as linhas básicas das formas para tentar exibir as vistas distintamente diferentes do seu olho direito para o olho esquerdo. Assim, a obra de Cézanne aumenta e transforma os antigos ideais da perspectiva, em particular da perspectiva de ponto único.
Exibições e temas
As pinturas de Cézanne foram exibidas na primeira mostra do Salon des Refusés (ou o Salão dos Recusados) em 1863, exibindo obras que não foram aceitas pelo jurado do oficial Salão de Paris. O Salão rejeitou as obras de Cézanne por todo o período de 1864 a 1869. Cézanne continuou a tentar apresentar suas obras ao Salão até 1882. Naquele ano, por intervenção do seu colega e artista Antoine Guillemet, Cézanne exibiu o Retrato de Louis-Auguste Cézanne, pai do artista, lendo ‘L’Evénement’, a sua primeira e última obra aceita no Salão.
Antes de 1895, Cézanne apresentou suas obras duas vezes com outros impressionistas - na primeira mostra impressionista de 1874 e na terceira, de 1877. Nos anos seguintes, algumas pinturas suas foram exibidas em vários locais, até que, em 1895, o marchand parisiense Ambroise Vollard deu ao artista a sua primeira mostra individual. Mesmo com o crescente reconhecimento público e o sucesso financeiro, Cézanne optou por trabalhar em isolamento, usualmente no Sul da França, em sua amada Provença, bem longe de Paris. Ele se concentrava em alguns temas e era bastante incomum que artistas do final do século XIX fossem igualmente proficientes em vários gêneros: naturezas mortas, retratos, paisagens e estudos de banhistas. Neste último, Cézanne foi obrigado a desenhar a partir de sua imaginação, pois havia poucos modelos nus disponíveis. Assim como as paisagens, os seus retratos eram desenhados a partir do que ele tinha familiaridade, e, por isso, não apenas sua esposa e seu filho, mas também os passantes locais, as crianças e seu empresário artístico serviam como modelos. As suas pinturas de natureza morta são decorativas, pintadas com superfícies grossas e planas, mas ainda lembram as de Courbet.
Embora as imagens religiosas aparecessem menos frequentemente nas últimas obras de Cézanne, ele permaneceu devoto do catolicismo romano, e dizia: “Quando eu preciso julgar uma arte, levo minhas pinturas e as deixo próximas a um objeto feito por Deus, como uma árvore ou uma flor. Se os dois lados combatem, elas não são arte.”.
A morte de Cézanne
Um dia, Cézanne trabalhava em campo aberto quando foi surpreendido por uma tempestade. Só foi para casa após trabalhar duas horas na chuva. No caminho caiu, foi socorrido por um motorista que passava e o ajudou a ir para casa. Cézanne recuperou a consciência após ser tratado. No dia seguinte, pretendia continuar o seu trabalho, mas estava muito fraco e acabou por desfalecer. Foi colocado numa cama, de onde nunca mais se levantou. Morreu alguns dias após o acidente, em 22 de outubro de 1906, de pneumonia. Foi enterrado num antigo cemitério de sua amada cidade natal, Aix-en-Provence.[4]
Principais períodos dos trabalhos de Cézanne
Vários períodos foram definidos na vida e na obra de Cézanne. Cézanne criou centenas de pinturas, algumas das quais alcançaram altos preços no mercado de arte, nos últimos anos. Em 10 de maio de 1999, o quadro Rideau, Cruchon Et Compotier foi vendido por $60.5 milhões - o quarto maior preço já pago por uma pintura até aquele ano. Em maio de 2006, o quadro foi considerado como a pintura de natureza morta mais cara já vendida em leilão.
O período negro, em Paris, 1861-1870
Em 1863, Napoleão III criou por decreto o Salão dos Recusados, onde as pinturas que foram rejeitadas para mostra no Salão da Academia de Belas Artes eram exibidas. Entre os artistas proprietários das obras rejeitadas, estavam os jovens impressionistas, considerados revolucionários. Cézanne foi influenciado pelo estilo dos impressionistas, mas a sua dificuldade de relacionamento social – ele parecia rude, tímido, às vezes furioso e dado à depressão – resultaram em um período caracterizado pelas cores escuras e o grande uso do preto. As obras desse período diferem muito de seus rascunhos e aquarelas dos tempos da Escola Especial de Desenho de Aix-en-Provence (1859) ou de seus trabalhos subsequentes. Entre as obras do período negro, estão pinturas como O Assassino (cerca de 1867-1868).
Período impressionista, em Provença e Paris, 1870-1878
Após o início da guerra franco-prussiana, em julho de 1870, Cézanne e Marie-Hortense Fiquet deixaram Paris e foram para L’Estaque, perto de Marseille, onde ele passou a pintar predominantemente paisagens. Cézanne foi considerado como fugitivo do serviço militar em janeiro de 1871, mas a guerra terminou em fevereiro e o casal retornou a Paris no verão de 1871. Após o nascimento do primeiro filho, Paul, em janeiro de 1872, em Paris, eles se mudaram para Auvers, em Val D’Oise, nas proximidades da capital francesa.
Pissarro viveu em Pontoise. Lá e em Auvers, juntos, ele e Cézanne pintavam paisagens. Muito tempo depois, Cézanne descreveu a si mesmo como um aluno de Pissarro, dizendo que Todos nós surgimos de Pissarro. Sob a influência de Pissarro, Cézanne começou a abandonar as cores escuras e suas telas se tornaram muito mais luminosas.
Deixando Hortense na região de Marseille, Cézanne andou entre Paris e a Provença, exibindo suas obras na primeira (1874) e na terceira mostras impressionistas (1877). Em 1875, ele chamou a atenção do colecionador Victor Chocquet, cujas comissões providenciavam alívio financeiro. Mas as pinturas que Cézanne exibiu atraíram hilaridade, ultraje e sarcasmo. O revisor Louis Leroy disse, sobre o retrato que Cézanne fez de Chocquet: “Esta cabeça com uma aparência peculiar, e esta coloração de uma bota velha podem causar um choque (a uma mulher grávida) e febre amarela ao fruto de seu ventre antes mesmo de seu ingresso ao mundo.”.
Em março de 1878, o pai de Cézanne, Louis-Auguste, descobriu o caso do filho com Hortense e ameaçou cortar-lhe o suporte financeiro, mas, em setembro, decidiu dar 400 francos para sua família. Cézanne continuou a migrar entre a região de Paris e Provença até que se construísse um estúdio para ele em sua casa, Jas de Bouffan, no começo dos anos de 1880. O estúdio foi feito no andar superior, com direito a uma janela alargada, que permitia a entrada da luz vinda do Norte, mas interrompendo a linha do beiral. Cézanne estabeleceu sua residência em L’Estaque. Lá, ele pintou com Renoir, em 1882. Visitou Renoir e Monet em 1883.
Período maduro, em Provença, 1878-1890
No começo dos anos 1880, a família Cézanne fixou residência na Provença. Esta mudança reflete uma independência em relação aos impressionistas, concentrados em Paris, e uma preferência marcada pelo Sul, o solo nativo de Cézanne. O irmão de Hortense tinha uma casa dentro com vista para o Monte de Santa Vitória, em L'Estaque. Uma série de pinturas desta montanha entre 1880 e 1883, e outras, de Gardanne, entre 1885 e 1888, constituem o chamado “período construtivo”.
O ano de 1886 foi um ponto de transformação para a família. Cézanne se casou com Hortense. Também naquele ano, o pai de Cézanne morre, deixando-lhe o estado comprado em 1859; ele tinha 47 anos. Em 1888, a família se mudou para Jas de Bouffan, uma casa e terreno substanciais, o que permitiu um novo conforto. Esta casa, com um terreno menor, atualmente é propriedade da cidade e está aberta ao público restritamente.
Também naquele ano Cézanne rompeu sua amizade com Émile Zola, após Zola usá-lo, em grande parte, como base para compor o personagem, um artista sem sucesso e trágico afinal, Claude Lantier, no livro L'Œuvre. Cézanne considerou este ato como uma quebra de decoro, e a amizade iniciada na infância estava irreparavelmente danificada.
Período final, Provença, 1890-1905
O período idílico de Cézanne em Jas de Bouffan foi temporário. Desde 1890 até a sua morte, ele foi cercado por eventos problemáticos, eventualmente se isolando com suas pinturas e passando um longo tempo como um recluso virtual. Suas pinturas passaram a ser muito conhecidas e procuradas, e ele era o objeto de respeito na nova geração de pintores.
Os problemas começaram com a crise de diabetes em 1890, desestabilizando a sua personalidade até o ponto onde as suas relações com os outros foram, novamente, forçadas. Ele viajou para a Suíça, com Hortense e seu filho, talvez nas esperanças de restaurar as suas relações. Cézanne, porém, retornou à Provença para continuar sua vida; Hortense e Paul seguiram para Paris. As necessidades financeiras fizeram com que Hortense retornasse para Provença, mas vivendo em cômodos separados. Cézanne se mudou com sua mãe e com sua irmã. Em 1891, ele se voltou ao catolicismo.
Cézanne alternou entre pintar na região de Jas de Bouffan e na região de Paris, como antes. Em 1895, ele fez uma visita germinal para Bibémus Quarries e escalou o Monte Santa Vitória. A paisagem labiríntica dos despojos deve ter lhe inspirado, pois ele alugou uma cabana no local em 1897 e a pintou extensivamente. Acredita-se que as formas tenham inspirado o estilo embrionário do cubismo. Também naquele ano, a sua mãe morreu, um evento chocante, mas que também fez a reconciliação com a sua esposa possível. Ele vendeu a área vazia de Jas de Bouffan e alugou um local em Rue Boulegon, onde ele construiu um estúdio.
As suas relações, entretanto, continuavam tempestuosas. Ele precisava de um local para ser ele mesmo. Em 1901, ele comprou algumas terras, além da Estrada de Lauves, uma estrada isolada em Aix, e pediu que um estúdio fosse construído lá (o “ateliê”, agora aberto ao público). Ele se mudou para lá em 1903. Enquanto isso, em 1902, ele escreveu um testamento que excluía a sua esposa do estado e deixava tudo para seu filho. A relação estava aparentemente quebrada novamente; é dito que ela queimou os pertences de sua mãe.
De 1903 até o fim de sua vida, ele pintou em seu estúdio, trabalhando por um mês em 1904 com Émile Bernard, quem permaneceu em sua casa como um convidado. Após a sua morte, o local se tornou um monumento, o Ateliê Paul Cézanne. !
Legado
Após a morte de Cézanne em 1906, as suas pinturas foram exibidas em Paris em uma retrospectiva de grande porte, em setembro de 1907, no Salon D’Automne. A mostra causou um grande impacto na direção da vanguarda parisiense, tornando-o um dos artistas mais influentes do século XIX e o responsável pelo advento do cubismo.
As explorações de simplificação geométrica e dos fenômenos óticos inspiraram Picasso, Braque, Gris e outros, que passaram a experimentar múltiplas visões, mais complexas, de um mesmo objeto chegando, finalmente, à fratura da forma. Cézanne, assim, abriu uma das mais revolucionárias possibilidades de exploração artística no século XX, influenciando profundamente o desenvolvimento da arte moderna.
PABLO PICASSO
Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, ou simplesmente Pablo Picasso (Málaga, Espanha, 25 de outubro de 1881 — Mougins, França, 8 de abril de 1973), foi um pintor, escultor e desenhista espanhol, tendo também desenvolvido a poesia.
Foi reconhecidamente um dos mestres da arte do século XX. É considerado um dos artistas mais famosos e versáteis de todo o mundo, tendo criado milhares de trabalhos, não somente pinturas, mas também esculturas e cerâmica, usando, enfim, todos os tipos de materiais. Ele também é conhecido como sendo o co-fundador do Cubismo, junto com Georges Braque.
Biografia
Infância e juventude
Nasceu na cidade de Málaga, em Andaluzia, região da Espanha, e recebeu o nome completo de Pablo Diego José Francisco de Paula Juan Nepomuceno María de los Remedios Cipriano de la Santísima Trinidad Ruiz y Picasso, filho de María Picasso y López e José Ruiz Blasco.
Em torno do seu nascimento surgiram várias lendas, algumas das quais Picasso se esforçou para promover. Segundo uma delas, Pablo nasceu morto e a parteira dedicou a sua atenção à mãe acamada. Só o médico, Don Salvador, o salvou de uma morte por asfixia soprando-lhe fumo de um charuto na face. O fumo fez com que Picasso começasse a chorar. O seu nascimento no dia 25 de outubro de 1881, às onze e um quarto da noite, seria assim descrito por Picasso aos seus biógrafos, que assim o publicavam de boa vontade[1].
Roland Penrose, um dos mais conhecidos biógrafos de Picasso, procurou nas suas origens a razão da sua genialidade e da sua abertura à arte, algo natural na compreensão de um gênio. Na geração dos seus pais são vários os vestígios. O seu pai era pintor e desenhista, de bem medíocre talento. Don José dedicava-se a pintar os pombos que pousavam nos plátanos da Plaza de la Merced, perto da sua casa. Ocasionalmente, pedia ao filho para lhe acabar os quadros. A linhagem paterna possibilitou-se estudar até ao ano de 1841. Da descendência materna pesquisada, Dona María contava entre os antepassados com dois pintores. As feições de Picasso são também semelhantes às da mãe.
Os primeiros dez anos de vida de Pablo são passados em Málaga[1]. O salário pequeno do pai como conservador de museu e professor de desenho na Escuela de San Telmo a custo assegurava o sustento da família. Quando lhe ofereceram uma colocação com melhor remuneração no Instituto Eusébio da Guarda, no norte do país, à hesitação sobrepôs-se a necessidade, e junto com a família, don José parte para a Corunha, capital de província à beira do Oceano Atlântico[1].
Os desenhos de infância de Picasso representavam cenas de touradas. Sua primeira obra, preservada, era um óleo sobre madeira, pintada aos oito anos, chamada O Toureiro. Picasso conservou esse trabalho por toda a sua vida, levando-o consigo sempre que mudava de casa. Anos mais tarde pintou outro quadro semelhante, A morte da mulher destacada e fútil. Picasso está zangado e rebelde. Este quadro é claramente uma expressão injuriosa da sua relação com a mulher.
A preocupação principal do pai com o pequeno Pablo era o seu aproveitamento escolar, mas nem por isso dispensou a oportunidade de fomentar o talento do filho. Desenhar foi desde cedo a forma mais adequada de Picasso se exprimir e, talvez por isso, secundário.[1]
Recusa claramente o ensino usual, e encarrega-se ele próprio da sua formação artística[1]. Com treze anos, e seguindo o modelo do pai, Picasso atingira já a perícia do progenitor (que também não era de grande refinamento). Ao contrário do que apontam algumas listas, Picasso era destro, como se pode ver no célebre documentário The Mystery of Picasso.
A família transferiu-se novamente, desta vez a Barcelona, na primavera de 1895, e a prova de admissão na escola de arte La Lonja é feita com sucesso. Os trabalhos que deveria apresentar ao fim do mês, Pablo apresentava-os ao fim de poucos dias, ao cabo que o seu trabalho se destacava, inclusive, do dos finalistas.[1] Com quatorze anos, Picasso conseguia superar as exigências de uma conceituada academia de arte. Trabalhos académicos, que segundo o próprio, ao cabo de vários anos o assustavam. Os trabalhos que fazia colocavam-no na série de conceituados pintores de Barcelona, como Santiago Rusiñol e Isidro Nonell, e o seu quadro A Primeira Comunhão é exposto na célebre exposição da época na cidade.[1] Apesar de ter optado por uma temática religiosa, este não deixa de ser um acontecimento privado, do plano familiar. Apesar de realista e de satisfazer as exigências académicas, por outro lado a obra acaba por ser uma tentativa de combate ao convencionalismo.
Entre Madrid e Barcelona
Em Madrid, instalado num novo atelier, inscreve-se na mais próspera e conceituada academia de artes espanhola, a Real Academia de Belas-Artes de São Fernando[1]. Constantemente, visita o Museu do Prado, onde copiava os grandes mestres, captava-lhes o estilo e tentava imitá-lo, o que se revelou, por um lado, um avanço, pois desenvolvia capacidade efémeras, e por outro lado, uma estagnação de um génio criativo limitado à cópia do trabalho dos históricos, cujas obras também vieram a ser alvo de uma revisitação e reinterpretação de Picasso em fases mais avançadas.
Porém, a sua estadia em Madrid é interrompida. No início de Julho daquele ano, Picasso adoece com escarlatina e a recuperação obriga-o a retornar a Barcelona, recolhendo-se logo a seguir com Manuel Pallarés, seu amigo, para a aldeia Horta de Ebro, nos Pirenéus. O recolhimento ajudou-o a restabelecer novos e ambiciosos projetos que levou a cabo assim que regressou a Barcelona. Afastara-se da academia e do lar paterno, e procurava abrir-se às inovações da arte espanhola, mantendo-se em contato com os seus representantes mais célebres. O espaço de culta da vanguarda espanhola era o café Els Quatr Gats[1]. Ali conheceu os modernistas e rivalizou com a arte destes, influenciada pela Arte Nova francesa e pelas vanguardas britânicas.
Em 1900, nas instalações do mesmo estabelecimento, abre ao público a sua primeira exposição. Entretanto, o desejo de conhecer Paris aumentava ainda mais.[1]
Picasso em Paris
Após iniciar como estudante de arte em Madrid, Picasso fez sua primeira viagem a Paris (1900), a capital artística da Europa. Lá morou com Max Jacob (jornalista e poeta), que o ajudou com a língua francesa. Max dormia de noite e Picasso durante o dia, ele costumava trabalhar à noite. Foi um período de extrema pobreza, frio e desespero. Muitos de seus desenhos tiveram que ser utilizados como material combustível para o aquecimento do quarto.
Em 1901 com Soler, um amigo, funda uma revista Arte Joven, na cidade de Madri. O primeiro número é todo ilustrado por ele. Foi a partir dessa data que Picasso passou a assinar os seus trabalhos simplesmente “Picasso”, anteriormente assinava “Pablo Ruiz y Picasso”.
Na fase azul (1901 a 1905), Picasso pintou a solidão, a morte e o abandono. Quando se apaixonou por Fernande Olivier, suas pinturas mudaram de azul para rosa, inaugurando a fase rosa (1905 - 1906). Trabalhava durante a noite até o amanhecer. Em Paris, Picasso conheceu um selecto grupo de amigos célebres nos bairros de Montmartre e Montparnasse: André Breton, Guillaume Apollinaire e a escritora Gertrude Stein.
Na fase rosa há abundância de tons de rosa e vermelho, caracterizada pela presença de acrobatas, dançarinos, arlequins, artistas de circo, o mundo do circo. No verão de 1906, durante uma estada em Andorra, sua obra entrou em uma nova fase marcada pela influência das artes gregas, ibérica e africana, era o protocubismo, o antecedente do cubismo. O célebre retrato de Gertrude Stein (1905 - 1906) revela um tratamento do rosto em forma de máscara.
Em 1912, Picasso realizou sua primeira colagem, colou nas telas pedaços de jornais, papéis, tecidos, embalagens de cigarros.
Apaixonou-se por Olga Koklova, uma bailarina. Casaram-se em 12 de julho de 1918. Neste período o artista já se tornara conhecido e era um artista da sociedade. Quando Olga engravidou, criou uma série de pinturas de mães com filhos.
Entre o começo e o fim da Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), dedica-se também à escultura, gravação e cerâmica. Como gravador, domina as diversas técnicas: água-forte, água-tinta, ponta-seca, litogravura e gravura sobre linóleo colorido. Além disso, sua dedicação à arte escultórica era esporádica. Cabeça de Búfalo, Metamorfose é um grande exemplo de seu trabalho com esse meio. É considerado um dos pioneiros em realizar esculturas a partir de junção de diferentes materiais.
Em 1943, Picasso conhece a pintora Françoise Gilot e tem dois filhos, Claude e Paloma e encontrou um pouco de paz e pintou Alegria de Viver.
Em 1968, aos 87 anos, produziu em sete meses uma série de 347 gravuras recuperando os temas da juventude: o circo, as touradas, o teatro, as situações eróticas. Anos mais tarde, uma operação da próstata e da vesícula, além da visão deficiente, põe fim às suas actividades. Como uma honra especial a ele, no seu 90.º aniversário, são comemorados com exposição na grande galeria do Museu do Louvre. Torna-se assim o primeiro artista vivo a expor os seus trabalhos no famoso museu francês. Pablo Picasso morreu a 8 de abril de 1973 em Mougins, França, com 91 anos de idade. Encontra-se sepultado no Castelo de Vauvenargues, Aix-en-Provence, Provença-Alpes-Costa Azul, sul de França.[2]
Biografia cronológica
- 1881 - 25 de Outubro. Nasce em Málaga Pablo Ruiz Picasso, filho de Maria Picasso Lopez e José Ruiz Blasco.
- 1881 - 21 de Novembro. É batizado na Igreja de Santiago em Málaga, pelo padre José Fernández Quintero, celebrado o casamento de seus pais.
- 1888 - Influenciado pelo pai, começa a desenhar e pintar.
- 1893/1894 - Picasso dá início ao seu trabalho artístico sob a orientação do pai.
- 1896 - Frequenta as aulas de desenho de La Lonja; é muito elogiado nos exames de admissão à escola.
- 1897 - Faz parte do grupo boémio de Barcelona; a primeira exposição é realizada em Els Quatre Gats, a sede do grupo; a primeira crítica sobre seu trabalho é publicada em La Vanguardia. Faz amizade com Jaime Sabartés e outros jovens artistas e intelectuais, que o introduzem no universo dos movimentos de pintura modernos (Toulouse-Lautrec, Steinlen etc.). Seu quadro Ciencia y Caridad (Ciência e Caridade) recebe menção honrosa em Madrid. No outono é admitido no curso de pintura da Academia Real de San Fernando em Madrid.
- 1898 - Deixa a academia. Seu quadro Costumbres de Aragon (Hábitos de Aragão) recebe prémios em Madrid e Málaga.
- 1900 - Desenhos seus foram publicados na revista Joventut, revista de Barcelona. Vende três rascunhos a Berthe Weill.
- 1901 - Funda com Soler, em Madrid, a revista Arte Joven. O primeiro número é todo ilustrado por ele. Faz exposição de trabalhos em pastel no Salon Parés (Barcelona). Críticas elogiosas são publicadas em Pel y Ploma. Expõe no espaço Vollard em Paris. Crítica positiva é publicada em La Revue Blanche. Encontra Max Jacob e Gustave Coquiot. Tem início o período azul. Passa a assinar seus trabalhos simplesmente como "Picasso"; anteriormente assinava "Pablo Ruiz y Picasso".
- 1902 - Expõe 30 trabalhos no espaço de Berthe Weill em Paris. Divide um quarto com Max Jacob no Boulevard Voltaire.
- 1904 - Instala-se em Paris. Final do período azul.
- 1905 - Compram algumas das suas pinturas. Início do período rosa. Começa a fazer esculturas e gravuras. Pinta Garçon à la pipe e Auto-retrato com capa, um dos seus quadros mais famosos.
- 1906 - Conhece Matisse que, juntamente com os fauves, chocara o público no Salão de Outono do ano anterior. Época de transição para esculturas.
- 1907 - Conhece Georges Braque e Derain. Visita a exposição de Cézanne no Salão de Outono. Começa a fase cubista com o quadro Les Demoiselles d'Avignon.
- 1908 - Faz as primeiras paisagens claramente cubistas. Faz a primeira exposição na Alemanha (Galeria Thannhauser, Munique).
- 1910 - Florescimento do cubismo. Faz retratos de Vollard, Uhde, Kahnweiler.
- 1911 - Primeira exposição nos Estados Unidos (Galeria Photo-Secession, Nova York). Kahnweiler publica Saint Matorel, de Max Jacob, com ilustrações de Picasso.
- 1912 - Faz sua primeira exposição em Londres (Galeria Stafford, Londres). Expõe em Barcelona (Galeria Dalman). Dá início às colagens.
- 1913 - Morte do pai de Picasso em Barcelona. Inicia o cubismo sintético.
- 1915 - Faz retratos com desenhos realistas de Vollard e Max Jacob.
- 1917 - Vai a Roma com Jean Cocteau para criar cenografia para o balé Parade, dirigido pelo grupo de Diaghilev, Os Balés Russos. Mantém contacto com o mundo do teatro. Encontra Stravinsky e Olga Koklova. Visita museus e vê arte antiga e do período do Renascimento em Roma, Nápoles, Pompeia, e Florença. Passa o verão em Barcelona e Madrid.
- 1918 - Casa-se com Olga Koklova.
- 1919 - Vai a Londres e faz desenhos para Le Tricorne.
- 1920 - Faz cenários para Pulcinella, de Stravinsky. Surgem temas clássicos em seus trabalhos.
- 1921 - Nascimento de Paul (seu 1º filho). Faz muitos desenhos da mãe com a criança. Faz cenário para o balé Cuadro Flamenco. Faz as duas versões de Os Três Músicos e Três Mulheres na Primavera, trabalho usando diversos estilos.
- 1924 - Faz cenários para o balé Le Mercure; desenha a cortina para o Le Train Bleu. Dá início à série de grandes naturezas mortas.
- 1925 - Participa da primeira exposição dos surrealistas na Galeria Pierre em Paris. Além dos trabalhos clássicos, produz suas primeiras obras que apresentam uma violência contida.
- 1928 - Faz uma série de pequenas pinturas com cores vivas, com formas audaciosamente simplificadas. Dá início a um novo período em suas esculturas.
- 1930 - Adquire o Castelo de Boisgeloup, e nele monta seu estúdio de esculturas.
- 1931 - São publicados Le Chef-D'oeuvre Inconnu de Balzac (Vollard) e as Métamorphoses de Ovídio (Skira), ambos ilustrados com gravuras de Picasso.
- 1932 - Exposições retrospectivas em Paris (Galeria Georges Petit) e em Zurique (Kunsthaus). Um novo modelo, Marie-Thérèse Walter, começa a aparecer nas pinturas de Picasso.
- 1934 - Volta a pintar touradas.
- 1935 - Separação definitiva de Olga Koklova. Nascimento de Maia, filha de Marie-Thérèse Walter e do pintor.
- 1936 - Início da Guerra Civil Espanhola. Faz exposição itinerante pela Espanha. É nomeado director do Museu do Prado.
- 1937 - Edita gravura Sueño y Mentira de Franco (Sonho e Mentira de Franco) com texto satírico de sua própria autoria. Depois do ataque aéreo em Guernica (em 28 de abril) pinta o mural para o Pavilhão da República Espanhola (Feira Mundial de Paris).
- 1939 - Grande exposição retrospectiva é feita em Nova York (Museum of Modern Art). Morre a mãe de Picasso em Barcelona. Depois do início da Segunda Guerra Mundial, volta a Paris.
- 1941 - Escreve uma peça surrealista Desejo Pego pela Cauda. Começa a série Mulher na Poltrona.
- 1941 - Pinta o famoso quadro Dora Maar au chat.
- 1942 - Publicação de ilustrações com gravuras em água-tinta para o livro Histoire Naturelle de Buffon.
- 1945 - Exposição em Londres (Victoria and Albert Museum). Volta a fazer litografias.
- 1946 - Dá início à série de pinturas que têm por tema a alegria de viver.
- 1947 - Nascimento do filho Claude. Faz litografias e começa a fazer cerâmica na fábrica Madoura.
- 1948 - Exposição de cerâmicas na Masion de la Pensée Française (Paris).
- 1949 - Nasce sua filha Paloma. Expõe trabalhos iniciados a partir do início da guerra na Maison de la Pensée Française. A Pomba de Picasso é usada em cartaz do Congresso pela Paz de Paris e se torna símbolo universal.
- 1951 - Expõe esculturas na Maison de la Pensée Française. Faz exposição retrospectiva em Tóquio. Pinta Massacre na Coreia.
- 1952 - Pinta Guerra e Paz em Vallauris.
- 1953 - Exposições retrospectivas em Lyon, Roma, Milão, São Paulo. Separa-se de Françoise Gilot.
- 1954 - Pinta a série Sylvette. Inicia uma série de estudos com base em As Mulheres de Argel, de Delacroix.
- 1955 - Morte de Olga Koklova, sua ex-mulher. Expõe no Musée des Arts Décoratifs e na Bibliotèque Nationale em Paris e na Alemanha.
- 1956 - Faz série de cenas de interiores de estúdios.
- 1957 - Exposição retrospectiva em Nova York. Faz série de estudos baseado em As Meninas, de Velázquez.
- 1958 - Pinta o mural do prédio da Unesco em Paris. Adquire o castelo de Vauvenargues, perto de Aix.
- 1959 - Expõe linóleos.
- 1960 - Explora temas com naturezas mortas e interiores de inspiração espanhola.
- 1961 - Faz estudos sobre Déjeuner sur l'herbe, de Manet. Casa-se com Jacqueline Roque.
- 1962 - Série sobre o tema "Rapto das Sabinas". Recebe o Prêmio Lênin da Paz.
- 1963 - Série sobre o tema "O Pintor e seu Modelo".
- 1964 - Série sobre o tema "O Pintor e seu Cavalete".
- 1965 - Publicação de Sable Mouvant, de Pierre Reverdy com água-tintas de Picasso.
- 1966 - Seus 85 anos são comemorados com três exposições simultâneas em Paris.
- 1967 - São feitas exposições comemorativas em Londres e nos Estados Unidos. Ele volta a temas mitológicos.
- 1968 - A série integra 347 gravuras, a maioria com temas eróticos. Depois da morte de seu secretário e confidente Jaime Sabartés, ele doa sua série sobre As Meninas ao museu Picasso, de Barcelona.
- 1969 - Pinta 140 telas que são expostas no ano seguinte no Palais des Popes em Avignon.
- 1970 - Doa 2.000 telas a óleo e desenhos ao Museu Picasso de Barcelona.
- 1971 - Seus 90 anos são comemorados com exposição na Grande Galeria do Museu do Louvre. Torna-se o primeiro artista a receber esta honraria.
- 1972 - Trabalha quase que somente com preto e branco em seus desenhos e gravuras.
- 1973 - Morre em 8 de Abril em sua vila em Mougins, França. A sua primeira exposição póstuma (em maio) incluiu trabalhos feitos entre 1970 e 1972 e realizou-se no Palácio dos Papas, em Avinhão.
Posicionamento político
Apesar de expressar publicamente sua simpatia com relação às ideias anarquistas e comunistas e, por outro lado, através da arte expressar sua raiva diante das ações de Franco e dos Fascistas, Picasso se recusou a pegar em armas na Primeira Guerra Mundial, na Guerra Civil Espanhola e na Segunda Guerra Mundial.
Ao chegar em Paris em 5 de Maio de 1901 Picasso morou na casa de Pierre Manach, um anarquista espanhol e negociador de artes do qual era amigo. Por este motivo, desde aquela época, Picasso seria investigado pela polícia francesa[3]. Em algumas ocasiões o jovem Picasso teria até mesmo se auto-denominado anarquista, fato este que levantou ainda mais suspeitas das forças de ordem contra ele[4].
No entanto, durante a Guerra Civil Espanhola, Picasso, que continuava vivendo na França, mesmo tomando partido pelo lado dos Republicanos[5], teria se recusado a retornar ao seu país de origem. O serviço militar para os espanhóis no estrangeiro era opcional e envolveria um retorno voluntário ao país para alistamento a um dos dois lados. Muitas especulações são feitas a respeito de sua recusa de tomar lugar na guerra. Na opinião de alguns de seus contemporâneos esta decisão foi tomada baseada nos ideais de pacifismo de Picasso; no entanto, para outros (incluindo aqui Braque) essa neutralidade aparente tinha mais a ver com covardia do que com princípios.
Ele também permaneceu à parte do movimento de independência da Catalunha durante sua juventude, apesar de ter expresso seu apoio geral e ter sido amigável com os ativistas da independência. A esta época filiou-se ao Partido Comunista.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Picasso permaneceu em Paris quando os alemães ocuparam a cidade. Os Nazistas odiavam seu estilo de pintura, portanto ele não pôde mostrar seu trabalho durante aquela época. Em seu estúdio, ele continuou a pintar durante todo o tempo. Embora os alemães tivessem proibido a fundição do bronze, Picasso continuou a trabalhar mesmo assim, usando bronze contrabandeado pela resistência francesa.
No ano de 1947, ao fim da Segunda Guerra, Picasso conheceu Miguel García Vivancos, um anarquista veterano da Guerra Civil Espanhola e da Segunda Guerra Mundial e pintor até então desconhecido. Impressionado com Vivancos, Picasso o acolheu em sua casa, se interessando por sua pintura e sua história. Posteriormente, e em parte pela influência de Picasso, Vivancos se tornaria um grande pintor espanhol.
Assinatura de Picasso.
Ainda na década de 1940 Picasso voltou a se filiar ao Partido Comunista francês, e até mesmo participou de uma conferência de paz na Polônia. Mas quando o Partido começou a criticá-lo por causa de um retrato considerado insuficientemente realista de Stálin, o interesse de Picasso pelo Comunismo esfriou, embora tenha permanecido como membro do Partido até sua morte.
Uma das obras mais conhecidas de Picasso é o mural Guernica, em exposição no Museu Nacional Centro de Arte Rainha Sofia, em Madrid. Retrata, da maneira muito peculiar do artista, a cidade basca de Guernica, após bombardeio pelos aviões da Luftwaffe de Adolf Hitler. Esta grande tela incorpora para muitos a desumanidade, brutalidade e desesperança da guerra.
Durante a Segunda Guerra Mundial, Picasso continuou vivendo em Paris durante a ocupação alemã. Tendo fama de simpatizante comunista, era alvo de controles frequentes pelos alemães. Durante uma revista do seu apartamento parisiense, um oficial nazista observou uma fotografia do mural Guernica na parede e, apontando para a imagem, perguntou: Foi você quem fez isso? E Picasso respondeu, após um segundo de reflexão: Não, vocês o fizeram.
Obra e períodos
A obra de Picasso é muitas vezes classificada em períodos: Azul (1901–1904), Rosa (1905–1907), Africano (1908–1909), Cubismo Analítico (1909–1912) e Cubismo Sintético (1912–1919).
Antes de 1901
- A Primeira Comunhão (1896), uma grande composição que mostra sua irmã, Lola.
- Retrato da Tia Pepa
Período Azul
Consiste em obras sombrias em tons de azul e verde azulado, ocasionalmente usando outras cores. Desenhava prostitutas e mendigos e sua influência veio de viagens pela Espanha e do suicídio de seu amigo Carlos Casagemas. Ele pintou vários retratos de seu amigo, culminando com a pintura obscuramente alegórica de La Vie. O mesmo tom está na água-forte The Frugal Repast, que mostra um cego e uma mulher perspicaz, ambos emagrecidos, sentados perto de uma mesa vazia. A cegueira é um tema recorrente no período e está também em The Blindman's Meal e no retrato Celestina. Outros temas frequentes são artistas, acrobatas e arlequins. O arlequim se tornou um símbolo pessoal para Picasso.
Período Rosa
O Período Rosa (1905–1907) é caracterizado por um estilo mais alegre com as cores rosa e laranja, e novamente com muitos arlequins. Muitas das pinturas são influenciadas por Fernande Olivier, sua modelo e seu amor na época.
Período Africano
O Período Africano de Picasso (1907–1909) começou com duas figuras inspiradas na África em seu quadro Les Demoiselles d'Avignon. Ideias deste período levaram ao posterior Cubismo.
Cubismo analítico
É um estilo de pintura (1909–1912) que Picasso desenvolveu com Braque usando cores marrons monocromáticas. Eles pegaram objetos e os analisaram em suas formas. A pinturas de Picasso e Braque eram muito semelhantes nesse período.
Cubismo sintético
É um desenvolvimento posterior (1912–1919) do Cubismo no qual fragmentos de papel (papel de parede ou jornais) eram colados em composições, marcado o primeiro uso da colagem nas artes plásticas.
Classicismo e surrealismo
No período seguinte ao caos da Primeira Guerra Mundial, Picasso produziu obras em um estilo neoclássico. Este "retorno à ordem" é evidente no trabalho de vários artistas europeus na década de 20, incluindo Derain, Giorgio de Chirico, e os artistas do New Objectivity Movement. As pinturas e textos de Picasso deste período frequentemente citam o trabalho de Ingres.
Durante os anos 30, o minotauro substituiu o arlequim como motivação que ele usou em seu trabalho. Seu uso do minotauro veio parcialmente de seu contato com os surrealistas, que normalmente o usavam como símbolo, e aparece em Guernica.
Possivelmente o trabalho mais importante de Picasso é sua visão do bombardeio alemão em Guernica, Espanha — Guernica. Esta pintura representa para muitos a brutalidade e desesperança da guerra. Guernica esteve em exposição no Museu de Arte Moderna de Nova York por vários anos. Em 1981, Guernica voltou para a Espanha e foi exibida no Casón del Buen Retiro. Em 1992, a pintura ficou em exposição no Museu de Reina Sofia em Madri quando ele abriu.
A poesia
Praticamente desconhecido do público é o fato de que Picasso escreveu poesia. Alguns de seus poemas foram recolhidos em antologias de poemas surrealistas.
Em 1961, na Espanha, foi publicado um livro (Trozo de Piel) contendo alguns poemas de Picasso, descobertos pelo Prêmio Nobel da Literatura Camilo José Cela. Considera-se que estes poemas têm algo de expressionistas.
Uma edição completa das suas obras poéticas foi publicada pela editora Gallimard em 1979, na França. Na obra póstuma, nomeada "Picasso. Écrits", Michael Leiris, poeta surrealista amigo de Picasso, pertencente ao grupo de Surrealistas para quem o artista espanhol costumava ler seus poemas, aponta para o Picasso poeta que dá livre curso ao inconsciente, representando "não coisas da ordem do que se passa realmente, mas coisas que lhe passam pela cabeça" [6]. Por volta de 1935, o pintor realmente estava entusiasmado com a escrita, praticando uma poesia próxima do Surrealismo.
Em 2006, o pesquisador Rafael Inglada, considerado um dos principais estudiosos da vida e obra de Picasso, reuniu 39 poemas escritos pelo artista entre 1894 e 1968, com o título "Textos espanhóis". O título se deve ao fato de que, mesmo quando escritos em francês, os motivos (touros, gastronomia, hábitos e costumes) do autor têm sempre referências predominantente espanholas. Para o pesquisador, é no Picasso poeta que aparece "o Picasso claramente espanhol, andaluz e malaguenho"[7].
Em 2008, foram publicados mais de 100 poemas em prosa do autor, na Espanha, descobertos apenas em 1989. Apresentando a diversidade que caracteriza a sua obra plástica, os textos se aproximam do estilo da colagem picassiana, sem estrutura lógico-formal, compostos de "jogos de palavras, simbolismos e descrições visuais... delirantes e descabeladas".[8]
GEORGES BRAQUE
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Georges Braque (Argenteuil, 13 de maio de 1882 — Paris, 31 de agosto de 1963) foi um pintor e escultor francês que fundou o Cubismo juntamente com Pablo Picasso.
Braque iniciou a sua ligação às cores na empresa de pintura decorativa de seu pai. A maior parte da sua adolescência foi passada em Le Havre, mas no ano de 1899, mudou-se para Paris onde, em 1906, no Salão dos Independentes, expôs as suas primeiras obras no estilo de formas simples e de cores puras (fauvismo).
No Outono de 1907, conheceu Picasso com quem se deu quase diariamente até que em 1914, devido à Grande Guerra se separaram.
Braque foi ferido na cabeça em 1915, tendo sido agraciado com a Cruz de Guerra e da Legião de Honra. Durante dois anos, devido ao ferimento esteve afastado da pintura, tendo retornado em 1917 focando-se em naturezas-mortas e pinturas figurativas, sempre dentro de uma formulação cubista[1].
Obra
- 1900 - A Amiga da Avó.7
- 1906 - O Porto de Anvers
- 1906 - O Porto de L'Estaque
- 1906 - O Porto de Anvers (O Mastro)
- 1906 - Paisagem de L'Estaque (3 obras)
- 1907 - Nu sentado visto de costas
- 1907 , 1908 - Gande nu (Grande banhista)
- 1907 - O Viaduto de L'Estaque
- 1908 - Casas de L'estaque
- 1908 - Paisagem de L'Estaque
- 1908 - O Viaduto de L'Estaque
- 1909 - Jarro, Garrafa e Limão
- 1909 - Porto da Normandia
- 1910 - Nature Morte au Violon (Violino e Jarro)
- 1910 - Le Sacré-Couer
- 1910 - Mulher com bandolim
- 1911 - O Português
- 1911 - O Violino
- 1911 - A Palmatória
- 1912 - O Violino, Mozart, Kubelick
- 1912 - Bodegón com uvas
- 1912 - A guitarra
- 1912, 1913 - Ária de Bach
- 1913 - Statue d'Epouvante
- 1913 - Bodegón com vaso e jornal
- 1914 - Copo, Garrafa e Cachimbo numa Mesa
- 1914 - O Ás de Copas
- 1914 - Bodegón com Mesa
- 1918 - Guitarra e Clarinete
- 1918 - Bodegón com Uvas
- 1918 - Vaso e Pêra
- 1920 - O Aparador
- 1922 - O Velador
- 1923 - A Chaminé
- 1925 - A Mesa de Mármore
- 1927 - Bodegón do Clarinete
- 1929 - O Velador
- 1929 - As Três Barcas
- 1929 - A mesinha redonda
- 1931 - Nu Encostado e Velador
- 1933 - briga de galo
- 1934 - Bodegón com Mantel vermelho
- 1937 - Mulher do Bandolim
- 1938 - O Velador
- 1939 - O Pintor e seu Modelo
- 1940, 1941 - Os Dois Salmonetes
- 1941 - Garrafa e Peixes
- 1941, 1945 - Bodegón com Caveira
- 1941, 1960 - A Minha Bicicleta
- 1942 - Chaleira e Uvas
- 1942 - A Paciência
- 1942, 1961 - O Homem da Guitarra
- 1944 - O Salão
- 1945 - O Bilhar
- 1946 - A Jarra de Lilases
- 1947, 1960 - A Cadeira de Jardim Malva
- 1948, 1950 - Bodegón da Lagosta
- 1949 - Atelier II
- 1949, 1951 - Atelier III
- 1951 - A Noite
- 1952, 1953 - O Pássaro Quadriculado
- 1952, 1953, 1956 - Atelier IX
- 1955 - Paisagem com Arado
- 1956, 1957 - Os Pássaros Negros
- 1956, 1957 - O Campo de Colza
- 1958 - Ninho na Fronde
- 1959 - Paisagem
- 1960 - Os Pássaros
- 1961 - Pássaro na Fronde
- 1962 - O Arado Metálico
- 1962 - Zé Pelé
Referências
- ↑ LAMBERT, Rosemary - Cambridge Introduction to the history of art: The twentieth century. Cambridge University Press, 1981, p. 81.
JUAN GRIS
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Juan Gris, pseudónimo de Juan José Victoriano González (Madrid, 23 de março de 1887 - Boulogne-Sur-Seine, 11 de maio de 1927)[1], foi um dos mais famosos e versáteis pintores e escultores cubistas espanhóis. Apesar de ter falecido jovem, Juan Gris representa o expoente máximo do cubismo sintético[2].
Iniciou a sua formação ingressando na Real Academia de Belas-Artes de São Fernando. Após este período tornou-se aluno do pintor José Moreno Carbonero, começando também a ilustrar algumas revistas modernistas de poesia da época.
No ano de 1906, mudou-se para Paris, a "cidade-luz", centro mundial das artes. Ali conhece artistas como Guillaume Apollinaire, André Salmon, Max Jacob e, o que mais o marcou e influenciou, Pablo Picasso. Através deste último, conhece também Georges Braque.
Em 1912, passou, finalmente, a integrar o movimento cubista, tornando-se assim, conhecido em todo o mundo. Celebrou também, a sua primeira exposição individual, realizada na Galeria Sagot.
Continuou a expor nas melhores galerias de arte, até 1927, ano em que faleceu, com 40 anos de idade.
KAZIMIR MALEVICH
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Kazimir Severinovich Malevich, (em russo: Казимир Северинович Малевич (Kiev, 12 de fevereiro de 1878 – São Petersburgo, 15 de maio de 1935) foi um pintor abstrato soviético. Fez parte da vanguarda russa e foi o mentor do movimento conhecido como Suprematismo.
Biografia
Kazimir Maliévitch nasceu perto de Kiev, na Ucrânia. Seus pais, Seweryn e Ludwika Malewicz, eram poloneses étnicos e ele foi batizado na Igreja Católica Romana. O pai foi supervisor nas refinarias de açúcar, pelo que era obrigado a viajar constantemente.
Em Parjómovka, Kazimir completa os cinco anos de Escola de Agricultura; gosta do campo e aprende por si mesmo a pintar as paisagens e os camponeses que o rodeiam. Em Konotop dedica-se exclusivamente a pintar e produzir a sua primeira obra. Em meados dos anos noventa consegue ser admitido na Academia de Kiev.
Em 1904, após a morte de seu pai, Maliévitch mudou-se para Moscovo, onde estudou na Escola de Pintura, Escultura e Arquitectura de 1904 a 1910 e no estúdio de Fedor Rerberg, em Moscovo (1904-1910). Foi um período de muitas descobertas para o jovem artista. Em Moscou, graças a coleções importantes de quadros franceses de S.I. Chtchukine e de I.A. Morozov, Maliévtich conheceu o impressionismo, o cubismo e o fovismo.
Trabalhou com os poetas Alexei Kruchenykh e Velimir Khlebnikov, e em 1913, fez os cenários da opera futurista Vitória sobre o sol (libreto de Kruchenykh, prólogo de Khlebnikov, música de Mikhaïl Matyujin). Era o período do alogismo, da obra ininteligível, que seria substituída pelo suprematismo.
Em 1911, participou na segunda exposição do grupo vanguardista Soyuz Molodyozhi ("União da Juventude"), em São Petersburgo, juntamente com Vladimir Tatlin. Em 1912, o grupo realizou a sua terceira exposição, que incluiu obras de Aleksandra Ekster, Tatlin e outros. No mesmo ano, participou da exposição colectiva Rabo do burro, em Moscovo. Nessa altura as suas obras foram influenciadas por Natalia Goncharova e Mikhail Larionov, pintores russos de vanguarda que estavam particularmente interessados no folclore russo chamado lubok.
Ao lado de Kandinsky e Mondrian, Maliévitch é um dos inventores e teóricos da arte não figurativa. Como fundador do Suprematismo, levou o abstracionismo geométrico à sua forma mais simples, sendo o primeiro artista a usar elementos geométricos abstratos.
O Quadrado negro sobre fundo branco, pintado entre 1913 e 1915, constituiu uma ruptura radical com a arte existente na época. É composto por dois quadrados, um dentro do outro, com os lados paralelos aos da tela. A obra foi apresentada pela primeira vez na exposição 0,10 em Petrogrado, com 38 outras obras supremasitas, marcando o lançamento do manifesto e o início do movimento.
Entre 1915 e 1916 trabalhou com outros artistas suprematistas em uma cooperativa de artesãos e camponeses em Skoptsi e Verbovka. Em 1916-1917 participou de exposições do grupo Valet de carreau em Moscou juntamente com Nathan Altman, David Burliuk e Aleksandra Ekster, entre outros.
É por sua concepção da relação entre arte pura e arte aplicada que Maliévitch entra em conflito com os construtivistas.
Com a Revolução de 1917, Malevich trabalha como professor e pesquisador. Sua primeira exposição individual foi inaugurada em 1919, em Moscovo.
De 1919 à 1922, o artista viveu e trabalhou em Vitebsk, como professor. Fundou o grupo UNOVIS (afirmadores da nova arte) constituído por alguns dos seus alunos. Nessa época escreveu a maior parte dos seus textos filosóficos e teóricos. A partir de 1923, o artista viveu em Petrogrado, continuando a ensinar. Por volta de 1925, começa a construir os architectons, composições suprematistas espaciais. Em 1927, Malevich expôs suas obras pela primeira vez em Berlim e retornou à arte figurativa. Deixou na Alemanha 70 quadros e um manuscrito "O suprematismo ou o mundo sem objeto", publicado pela Bauhaus.
Durante a guerra, cerca de quinze dos seus quadros desapareceram e jamais foram reencontrados. Uma parte deles está atualmente no Stedelijk Museum de Amsterdam e outra, no MoMA de Nova York.
Em 1929, foi acusado pelo governo soviético de "subjectivismo" e nos anos que se seguiram foi continuamente atacado pela imprensa. Perdeu suas funções oficiais e chegou a ser preso e torturado. Morreu abandonado e na pobreza, em São Petersburgo, em 1935. Apesar de ter recebido funerais oficiais, a condenação de sua obra e do suprematismo foi seguida de um esquecimento de décadas. O reconhecimento do artista só ocorreu a partir dos anos 1970. Desde então, numerosas retrospectivas pelo mundo consagraram Kasimir Malevitch com um mestre da arte abstrata.
Bibliografia
- Kasimir Malévitch et le Suprématisme : 1878-1935, Gilles Néret, Taschen.
- Kasimir Sévérinovitch Malévitch : J'ai découvert un monde nouveau, Frédéric Valabrègue, Images en manoeuvre, 1999
- Malévitch, Jeannot Simmen et Jolja Kohlhoff (trad. Catherine Makarius), Könemann, Cologne, 2000, ISBN 3-8290-2925-X
- Malévitch : Aux avant-gardes de l'art moderne, Andréi Nakov, collection Découvertes Gallimard, 2003
A exposição do grupo "Valete de Ouros" ( Бубновый валет - 'Bubovni' Valiet, referindo-se ao naipe e não ao metal - 'Zóloto') realizou-se em Moscou em Janeiro de 1912, mas o grupo já existia desde 1910, e dele faziam parte Kontchalovski, Machkov, Lentulov, Burliuk, kulbin, Falka...e Maliévich, o qual, junto com alguns dos artistas que também faziam parte do grupo, entre eles Mikhail Larionov, Natalia Gontcharova, e logo também Léopold Survage, começou a rechaçar a linha geral do grupo. Estes últimos, então, formaram uma nova sociedade, radical, sob o nome de OSLINI KHVOST ou RABO DE ASNO (Ослиный хвост) - Natalia Gontcharova, Marc Chagall, Aleksandr Shevtchenko, Vladimir Tatlin, Olga Rozanova, Pavel Filonov, Artur Fonzivin, Kirill Zdanevitch, Sergei Bobrov. O grupo estava influenciado pelo cubo-futurismo. A única exposição coletiva celebrou-se em Moscou em 1912. Em 1913, o grupo foi dissolvido.
LYONEL FEININGER
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Lyonel Feininger (1871 - 1956) começou somente trabalhar como um artista com 36 anos, em seguida trabalhou como um caricaturista comercial por vinte anos para vários jornais e compartimentos nos EUA; foi um membro do Berliner Sezession em 1909, foi associado aos grupos Die Brücke, Novembergruppe, Gruppe 1919, e Os Quatro Azuis do expressionismo. Ensinou também no Bauhaus por diversos anos, começando em 1919.
FERNAND LÉGER
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Jules-Fernand-Henri Léger (Argentan, Orne, 4 de fevereiro de 1881 — Gif-sur-Yvette, 17 de agosto de 1955) foi um pintor francês que se distinguiu como pintor e desenhador cubista, autor de muitas litografias.
Biografia
Nascido na Baixa-Normandia, iniciou a sua formação artística aos catorze anos, sendo aprendiz de um arquitecto em Caen. Em 1900 rumou para Paris, onde ingressou na Escola de Artes Decorativas, após uma tentativa frustrada de ingressar na Escola das Belas-Artes.
Em 1908, e na mesma cidade, instalou-se num edifício conhecido como "Ruche" (colmeia, em português), onde conviveu com outros artistas como Jacques Lipchitz, Robert Delaunay e até Marc Chagall, tendo-se tornado um dos melhores amigos deste último.
Entre 1909 e 1910, realizou a sua primeira grande obra Nus no bosque, uma pintura onde são notáveis as aspirações impressionistas.
A partir do ano de 1911, conheceu Pablo Picasso e Georges Braque, os quais lhe transmitiram influências cubistas, nas quais se aplicou e trabalhou durante a maior parte da sua carreira artística.
Em 1914, com o início da Primeira Grande Guerra, Léger foi recrutado para as trincheiras. Após esta etapa da sua vida, a sua pintura passou a representar a sua admiração pelos objectos mecânicos, tendo especial interesse pelos tanques de guerra.
A partir de 1920, predomina em sua obra a figura humana enquadrada por elementos industriais. Ainda na segunda década do século, numa nova fase da sua vida, produz e dirige o filme O ballet mecânico.
Devido à Segunda Grande Guerra, exilou-se nos Estados Unidos da América, onde foi professor na Universidade de Yale e no Mills College, tendo voltado para França em 1945.
De volta à sua terra natal, concebeu os vitrais da Igreja do Sacré-Coeur de Audincourt e um painel para o Palácio das Nações Unidas de Nova Iorque.
O trabalho de Léger exerceu uma influência importante no construtivismo soviético. Os modernos pôsteres comerciais, e outros tipos de arte aplicada, também se vieram influenciar por seus desenhos. Em seus últimos trabalhos, realizou uma separação entre a cor e o desenho, de tal maneira que suas figuras mantêm seus formulários robóticos definidos por linhas pretas.
Principais obras
- O jardim da minha mãe, 1905
- Retrato do tio de Léger, 1905
- Nus no bosque, 1909-1910
- Fruteiro na mesa, 1909
- Estudo para três retratos, 1910-1911
- A boda, 1910-1911
- A Costureira, 1910
- Fumadores, 1911
- Mulher de azul, 1912
- A escada, 1913
- Contrate de formas, 1913
- A escada, 1914
- As casas nas árvores, 1914
- O despertador, 1914
- O 14 de Julho, 1914
- Mulher de vermelho e verde, 1914
- O emblema, avião destroçado, 1916
- O soldado com cachimbo, 1916
- A partida de cartas, 1917
- O rebocador rosa, 1918
- O circo, 1918
- As hélices, 1918
- Os discos, 1918
- A cidade, 1919
- O mecânico, 1920
- A ponte do rebocador, 1920
- O homem do cachimbo, 1920
- Le grand déjeneur, 1921
- A mulher e o menino, 1922
- A criação do mundo, 1923
- Vestido de mulher, 1923
- O macaco, 1923
- Ser pré-histórico. Coleóptero, 1923
- Paisagem animada, 1924
- Elemento mecânico, 1924
- O balaustre, 1925
- Rolamentos de esferas, 1926
- Guitarra azul e copo, 1926
- O acordeão, 1926
- O baile, 1929
- Os três músicos, 1930
- A Gioconda com chaves, 1930
- Composição com três figuras, 1932
- Composição com guarda-chuvas, 1932
- Composição com dois papagaios, 1935-1939
- Adão e Eva, 1935-1939
- A flor polícroma, 1936
- O transporte das forças, 1937
- Os nadadores, 1941-1942
- Divers, 1942
- O baile, 1942
- Os acrobatas de cinzento, 1942-1944
- Uma árvore na escada, 1943-1944
- A grande Julie, 1945
- Adeus Nova Iorque, 1946
- O acrobata e o seu par, 1948
- Os prazeres do ócio, 1948-1949
- Mulheres com Vaso de Flores, 1949
- Os construtores, 1950
- A grande parada sobre fundo vermelho, 1953
- O campista, 1954
- A grande parada, 1954
- Excursão ao campo, 1954
- Marcelle gatita,1955
UMBERTO BOCCIONI
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Umberto Boccioni (Reggio di Calabria, 19 de Outubro de 1882 - Verona, 16 de Agosto de 1916) foi um pintor e escultor italiano, do movimento futurista. É talvez o mais célebre futurista italiano.
Estudou pintura impressionista e pós-impressionista em Paris, e depois em Veneza, na Academia de Belas Artes. Realizou atividades de ilustrador e produtor de cartazes. Foi aluno de Giacomo Balla, outro integrante da vanguarda futurista.
Boccioni começa a realizar esculturas a partir de 1912. A maioria de suas obras eram realizadas em gesso, e muitas foram destruídas. A sua escultura Formas Únicas de Continuidade no Espaço é um marco do movimento futurista e da cultura do modernismo europeia, sinónimo de vanguarda e inovação, colocando-o na linha frontal da História de Arte da primeira metade do século XX. A escultura aparece no verso de algumas moedas italianas. Publicou diversos textos sobre a estética Futurista, onde destaca-se o livro Pittura Scultura Futuriste, que concentra todo o ideário artístico do movimento, escrito em 1914. Boccioni falece em 1916, em Sorte,Verona, devido a uma queda de cavalo.
ROBERT DELAUNAY
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Robert Delaunay (12 de abril de 1885 - 25 de outubro de 1941) era um artista francês que usava o abstracionismo e o cubismo em seu trabalho.
Delaunay concentrado no Impressionismo, quando quis trabalhar mais tarde era mais abstrato, reminiscente de Paul Klee. Sua influência chave relacionou-se ao uso bold(realce) da cor, e a um amor desobstruído da experimentação da profundidade e do tom.
Quando era criança, os pais de Delaunay eram divorciados, sendo criado então por seu tio, no La Ronchère (perto de Burges). Começou a pintar em uma idade precoce, e por 1903, produzia imagens maduras em um estilo confiante e impressionista. Em 1908, após um semestre no trabalho militar como um bibliotecário regimental, encontrou-se com Sarah Stern que mais tarde seria Sonia Delaunay, e com quem se casaria mais tarde, apesar de na época ser casada com um negociante de arte alemão.
Em 1909, Delaunay começou a pintar uma série de estudos da cidade de Paris e da Torre Eiffel. No ano seguinte, casou-se com Terk, e o casal se estabelece em um apartamento de estúdio em Paris, onde tiveram mais tarde um filho.
Pelo convite de Wassily Kandinsky, Delaunay junta-se ao grupo "O Cavaleiro Azul" (Der Blaue Reiter), um grupo de artistas abstratos de Munique, em 1911, e sua arte se volta ao abstrato.
Na deflagração da I Guerra Mundial Delaunay e sua esposa encontravam-se de férias na Espanha, e acabaram se estabelecendo com amigos em Portugal durante o conflito. Vieram viver, juntamente com o filho Charles, para Vila do Conde entre o Verão de 1915 e inícios de 1917, numa casa a que chamaram La Simultané. Aí aprofundaram a amizade com os pintores Amadeo de Souza-Cardoso e Almada Negreiros. Robert, tal como Sonia, fascinados pela luz portuguesa, desenvolveu aí as suas teorias sobre a cor simultânea. Neste período, o casal assumiu vários trabalhos desenhando trajes para a ópera de Madrid, e Sonia Delaunay começou um negócio de design de moda. Até meados de 1916 tiveram, em Vila do Conde, a companhia do pintores Eduardo Viana e Samuel Halpert.
Após a guerra, em 1921, retornaram a Paris. Delaunay continuou a trabalhar em um estilo na maior parte abstrato. Durante a Feira Mundial de Paris em 1937, Delaunay participa no projeto da estrada de ferro e dos pavilhões de viagem aérea.
Com o estouro da II Guerra Mundial, os Delaunays mudam-se para a Província de Auvergne, França, num esforço de evitar as forças invasoras alemães. Sofrendo de cancer, Delaunay era incapaz de resistir a ser movido de localidades, e sua saúde deteriorou-se. Morre em 25 de outubro de 1941, em Montpellier.
DIEGO RIVERA
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Diego Rivera, de nome completo Diego María de la Concepción Juan Nepomuceno Estanislao de la Rivera y Barrientos Acosta y Rodríguez (Guanajuato, 8 de dezembro de 1886 - San Ángel, Cidade do México, 24 de novembro de 1957), de origem judaica, foi um dos maiores pintores mexicanos.
Biografia / Carreira
Desde criança sempre quis ser pintor e todos percebiam ter talento para isso. Ao ficar adulto, após estudar pintura na adolescência, participou da Academia de San Pedro Alvez, na Cidade do México, partindo para a Europa, beneficiado por uma bolsa de estudos, onde ficou de 1907 até 1921. Esta experiência enriqueceu-o muito em termos artísticos, pois teve contacto com vários pintores da época, como Pablo Picasso, Salvador Dalí, Juan Miró e o arquiteto catalão Antoni Gaudí, que influenciaram a sua obra. Nesta época começou a trabalhar num ateliê em Madri, Barcelona.
Acreditava que somente o mural poderia redimir artisticamente um povo que esquecera a grandeza de sua civilização pré-colombiana durante séculos de opressão estrangeira e de espoliação por parte das oligarquias nacionais, culturalmente voltadas para a metrópole espanhola. Assim como os outros muralistas, considerava a pintura de cavalete burguesa, pois na maior parte dos casos as telas ficavam confinadas em coleções particulares. Dentro deste conceito, realizou gigantescos murais que contavam a historia política e social do México, mostrando a vida e o trabalho do povo mexicano, seus heróis, a terra, as lutas contra as injustiças, as inspirações e aspirações.
Em 1930 Rivera foi para os Estados Unidos, onde permaneceu por 4 anos, pintando vários murais, inclusive no Rockfeller Center, em Nova York.
Rivera era ateu e enfrentou grandes problemas por isso, sofendo muitos preconceitos. Seu mural "Sonhos de uma segunda fracassada" retratava Ignacio Ramírez segurando um cartaz que dizia: "Deus não existe". Este trabalho causou indignação, mas Rivera recusou-se a retirar a inscrição. A pintura não foi exposta por nove anos. Depois de Rivera concordar em retirar a inscrição, ele declarou: "Para afirmar 'Deus não existe', eu não tenho que me esconder atrás de Don Ignacio Ramírez; eu sou ateu e considero as religiões uma forma de neurose coletiva".
Vida Pessoal
Foi casado duas vezes. A sua primeira esposa foi a pintora russa Angellina Belwoff. Com ela, Diego teve um menino. Após anos de casados Diego entra em depressão ao ficar viúvo, tendo que criar o filho sozinho.
Conhecido por ter sido muito mulherengo, tendo diversas amantes. Em 1929 casou-se pela segunda vez com a pintora mexicana Frida Kahlo, com quem teve uma relação muito conturbada, por causa das mútuas infidelidades. Frida era bissexual e ele aceitava a esposa ter relacionamentos com outras mulheres, mas não aceitava com outros homens, mas a esposa não o obedecia, tendo o traído com diversos homens, inclusive com um melhor amigo seu. Diego tambem a traía com muitas amantes, que viviam infernizando o casal, já que as amantes queriam se tornar esposas. O casamento era cheio de brigas e confusões, também pelo fato de Rivera querer filhos e Frida ter sofrido muitos abortos, filhos dele, e não conseguir engravidar mais.
Envolveu-se com sua cunhada, Cristina, e tornou-se amante dela. Ficaram muitos anos juntos e tiveram seis filhos. Frida os flagrou na cama, tendo um ataque histérico e cortando os próprios cabelos. Como vingança, a esposa causou uma grande tormenta na vida dele, passando a persegui-lo e a odiar a irmã, e se separaram. Rivera, muito abalado com tudo, abandonou os filhos e Cristina, que foi embora. Rivera acabou indo atrás de Frida, mas não tendo sucesso na reconquista. Essa traição com a própria irmã da esposa piorou as brigas dos dois, já que passaram a ser inimigos mesmo não estando mais juntos. Rivera continuou com sua vida de antes, muitas bebidas e amantes, inclusive saía com prostitutas, mas pensando em Frida. Após um tempo separados, Frida e Rivera se reconciliaram, mas cada um morando em suas respectivas casas. Rivera voltou a traí-la, e Frida nãoa guentava mais, e voltou a tentar o suicídio por diversas vezes, e as amantes de Rivera passaram a ameaçar Frida de morte.
Em 1954 ficou viúvo pela segunda vez. Frida tivera diversas doenças ao longo de sua vida, até que veio a falecer de pneumonia (não se descarta a possibilidade de ter causando a sua própria morte através de uma overdose de remédios; ou de alguma amante de Rivera tê-la envenenado.
ALEXANDRA NECHITA
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Alexandra Nechita (n. 27 de agosto de 1985, Vaslui, Romênia) é uma pintora romena do estilo cubista, naturalizada norte-americana.
Biografia
Nasceu em Vaslui, três meses após, seu pai Niki Nechita conseguiu fugir do regime comunista romeno. Ela e sua mãe, Viorica Nechita, esperaram dois anos para ele voltar dos Estados Unidos para buscá-las. A família instabiblioteca pública de Whittier, na Califórnia.
A jovem foi convidada para o apresentar-se no programa Oprah Winfrey Show da televisão norte-americana e tem aparecido com inúmeras celebridades, incluindo Bill Clinton. Seu talento levou-a a ser conhecida como a "Pequena Picasso".
TARSILA DO AMARAL
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Tarsila do Amaral (Capivari, 1 de setembro de 1886 — São Paulo, 17 de janeiro de 1973) foi uma pintora e desenhista brasileira e uma das figuras centrais da pintura brasileira e da primeira fase do movimento modernista brasileiro, ao lado de Anita Malfatti. Seu quadro Abaporu, de 1928, inaugura o movimento antropofágico nas artes plásticas.[1]
Biografia
Nascida em 1 de setembro de 1886, na Fazenda São Bernardo, em Capivari, interior de São Paulo[1], era filha de José Estanislau do Amaral Filho e de Lydia Dias de Aguiar do Amaral, e neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em virtude da imensa fortuna acumulada em fazendas do interior paulista.
Seu pai herdou a fortuna e diversas fazendas, onde Tarsila e seus sete irmãos passaram a infância. Desde criança, fazia uso de produtos importados franceses e foi educada conforme o gosto do tempo. Sua primeira mestra, a belga Mlle. Marie van Varemberg d’Egmont, ensinou-lhe a ler, escrever, bordar e falar francês. Sua mãe passava horas ao piano e contando histórias dos romances que lia às crianças. Seu pai recitava versos em francês, retirados dos numerosos volumes de sua biblioteca.
Estudos em São Paulo e Barcelona
Tarsila do Amaral estudou em São Paulo, em colégio de freiras do bairro de Santana e no Colégio Sion. E completou os estudos em Barcelona, na Espanha, no Colégio Sacré-Coeur.[1]
Primeiro casamento e maternidade
Ao chegar da Europa, em 1906, casou-se com o médico André Teixeira Pinto, seu noivo. Rapidamente o primeiro casamento da artista chegou ao fim. A diferença cultural do casal era grande. O marido se opunha ao desenvolvimento artístico de Tarsila, já que ele era conservador e, para os homens da época, a mulher só deveria cuidar do lar. Revoltada com essa imposição, ela se separa, mas só conseguiu a anulação do casamento anos depois. Com ele teve sua única filha, a menina Dulce, nascida no mesmo ano do casamento. Tarsila se separou logo após o nascimento da filha e voltou a morar com os pais na fazenda, levando Dulce.
Início da carreira
Da esquerda para a direita: Pagu, Elsie Lessa, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Eugênia Álvaro Moreyra em época posterior à Semana de Arte Moderna de 1922.
Começou a aprender pintura em 1917, com Pedro Alexandrino Borges.[1] Mais tarde, estudou com o alemão George Fischer Elpons. Em 1920, viaja a Paris e frequenta a Academia Julian, onde desenhava nus e modelos vivos intensamente. Também estudou na Academia de Émile Renard.
Apesar de ter tido contato com as novas tendências e vanguardas, Tarsila somente aderiu às ideias modernistas ao voltar ao Brasil, em 1922. Numa confeitaria paulistana, foi apresentada por Anita Malfatti aos modernistas Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Esses novos amigos passaram a frequentar seu atelier, formando o Grupo dos Cinco.
Em janeiro de 1923, na Europa , Tarsila se uniu a Oswald de Andrade e o casal viajou por Portugal e Espanha. De volta a Paris, estudou com os artistas cubistas: frequentou a Academia de Lhote, conheceu Pablo Picasso e tornou-se amiga do pintor Fernand Léger, visitando a academia desse mestre do cubismo, de quem Tarsila conservou, principalmente, a técnica lisa de pintura e certa influência do modelado legeriano.
Fases Pau-Brasil e Antropofagia
Em 1924, em meio à uma viagem de "redescoberta do Brasil" com os modernistas brasileiros e com o poeta franco-suíço Blaise Cendrars, Tarsila iniciou sua fase artística “Pau-Brasil”, dotada de cores e temas acentuadamente tropicais e brasileiros, onde surgem os "bichos nacionais"(mencionados em poema por Carlos Drummond de Andrade), a exuberância da fauna e da flora brasileira, as máquinas, trilhos, símbolos da modernidade urbana.
Casou-se com Oswald de Andrade em 1926 e, no mesmo ano, realizou sua primeira exposição individual, na Galeria Percier, em Paris. Em 1928, Tarsila pinta o Abaporu, cujo nome de origem indígena significa "homem que come carne humana", obra que originou o Movimento Antropofágico, idealizado pelo seu marido.
A Antropofagia propunha a digestão de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.
Em julho de 1929, Tarsila expõe suas telas pela primeira vez no Brasil, no Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, em virtude da quebra da Bolsa de Nova York, conhecida como a Crise de 1929[1], Tarsila e sua família de fazendeiros sentem no bolso os efeitos da crise do café e Tarsila perde sua fazenda. Ainda nesse mesmo ano, Oswald de Andrade separa-se de Tarsila porque ele se apaixonou e decidiu se casar com a revolucionária Patrícia Galvão, conhecida como Pagu. Tarsila sofre demais com a separação e com a perda da fazenda, o que a leva a entregar-se ainda mais a seu trabalho no mundo artístico.
Em 1930, Tarsila conseguiu o cargo de conservadora da Pinacoteca do Estado de São Paulo. Deu início à organização do catálogo da coleção do primeiro museu de arte paulista. Porém, com o advento da ditadura de Getúlio Vargas e com a queda de Júlio Prestes, perdeu o cargo.
Viagem à URSS e fase social
Em 1931, Tarsila vendeu alguns quadros de sua coleção particular para poder viajar à União Soviética com seu novo marido, o psiquiatra paraibano Osório César, que a ajudaria a se adaptar às diferentes formas de pensamento político e social. O casal viajou a Moscou, Leningrado, Odessa, Constantinopla, Belgrado e Berlim. Logo estaria novamente em Paris, onde Tarsila sensibilizou-se com os problemas da classe operária. Sem dinheiro, trabalhou como operária de construção, pintora de paredes e portas. Logo conseguiu o dinheiro necessário para voltar ao Brasil. Com a crise de 1929, ela perdera praticamente todos os seus bens e sua fortuna.[1]
No Brasil, por participar de reuniões políticas de esquerda e pela sua chegada após viagem à URSS, Tarsila é considerada suspeita e é presa, acusada de subversão. Em 1933, a partir do quadro “Operários”, a artista inicia uma fase de temática mais social, da qual são exemplos as telas Operários e Segunda Classe. Em meados dos anos 30, o escritor Luiz Martins, vinte anos mais jovem que Tarsila, torna-se seu companheiro constante, primeiro de pinturas depois da vida sentimental. Ela se separa de Osório e se casa com Luiz, com quem viveu até os anos 50.
A partir da década de 40, Tarsila passa a pintar retomando estilos de fases anteriores. Expõe nas 1ª e 2ª Bienais de São Paulo e ganha uma retrospectiva no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) em 1960. É tema de sala especial na Bienal de São Paulo de 1963 e, no ano seguinte, apresenta-se na 32ª Bienal de Veneza.
Últimas décadas: 1960 e 1970
Em 1965, separada de Luís e vivendo sozinha, foi submetida a uma cirurgia de coluna, já que sentia muitas dores, e um erro médico a deixou paralítica, permanecendo em cadeira de rodas até seus últimos dias.
Em 1966, Tarsila perdeu sua única filha, Dulce, que faleceu de um ataque de diabetes, para seu desespero. Nesses tempos difíceis, Tarsila declara, em entrevista, sua aproximação ao espiritismo.
A partir daí, passa a vender seus quadros, doando parte do dinheiro obtido a uma instituição administrada por Chico Xavier, de quem se torna amiga. Ele a visitava, quando de passagem por São Paulo e ambos mantiveram correspondência.
Tarsila do Amaral, a artista-símbolo do modernismo brasileiro, faleceu no Hospital da Beneficência Portuguesa, em São Paulo, em 17 de janeiro de 1973 devido a depressão. Foi enterrada no Cemitério da Consolação de vestido branco, conforme seu desejo.
Representações na cultura
Tarsila do Amaral já foi retratada como personagem no cinema e na televisão, interpretada por Esther Góes no filme "Eternamente Pagu" (1987), Eliane Giardini nas minisséries "Um Só Coração" (2004) e "JK" (2006).
A artista também foi tema da peça teatral Tarsila, escrita entre novembro de 2001 e maio de 2002 por Maria Adelaide Amaral. A peça foi encenada em 2003 e publicada em forma de livro em 2004. A personagem-título foi interpretada pela atriz Esther Góes e a peça também tinha Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Anita Malfatti como personagens.
Tarsila do Amaral foi homenageada pela União Astronômica Internacional, que em 20 de novembro de 2008 atribuiu o nome "Amaral" a uma cratera do planeta Mercúrio.[2]
Em 2008, foi lançado o Catálogo Raisonné Tarsila do Amaral, uma catalogação completa das obras da artista em três volumes, em realização da Base7 Projetos Culturais, com patrocínio da Petrobras, numa parceria com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, Secretaria de Estado da Cultura e Governo do Estado de São Paulo.
Obras
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Referências
- ↑ a b c d e f Tarsila do Amaral - Biografia (em português). UOL - Educação. Página visitada em 31 de agosto de 2012.
- ↑ http://planetarynames.wr.usgs.gov/jsp/FeatureNameDetail.jsp?feature=74605 ligação externa
Bibliografia
- AMARAL, Aracy A. Tarsila: sua obra e seu tempo / Aracy A. Amaral. - São Paulo: Ed. 34; Edusp, 2003.
- AMARAL, Maria Adelaide. Tarsila / Maria Adelaide Amaral. - São Paulo : Globo, 2004.
- GOTLIB, Nádia Battella. Tarsila do Amaral, a modernista / Nádia Battella Gotlib. 3a.ed. - São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2003.
VICENTE DO REGO MONTEIRO
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Vicente do Rego Monteiro (Recife, 19 de dezembro de 1899 — Recife, 5 de junho de 1970) foi um pintor, desenhista, escultor, professor e poeta brasileiro.
Formação artística
Complementou seus estudos na França, na Académie Colarossi, na Academia Julian e na Académie de la Grande Chaumière.
Vicente do Rego Monteiro, irmão mais novo de Joaquim do Rego Monteiro e Fédora do Rego Monteiro Fernandes, nasceu em Recife em 1899, filho de Ildefonso do Rêgo Monteiro e Elisa Cândida Figueiredo Melo prima de Pedro Américo.
Foi um artista múltiplo: pintor, desenhista, muralista, escultor e poeta. Freqüentou a Academia Julian em Paris, de 1911 a 1914, voltando ao Brasil para morar no Rio de Janeiro. Em 1920 expôs algumas obras em São Paulo, conhecendo o grupo de modernistas da cidade e abrindo caminho para a exposição de oito obras suas na Semana de Arte Moderna de 1922, enfatizando temas nacionais. Inspirado na cerâmica marajoara e na cultura indígena, ilustrou o livro de P. L. Duchartre – Légendes, Croyances et Talismãs dês Indiens de l’Amazonie.
Em 1930, depois de uma longa estada em Paris, veio ao Brasil trazendo a exposição da Escola de Paris a Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. Dois anos depois, Vicente do Rego Monteiro fixaria residência no Recife, alternando períodos no Brasil e na França até 1950.
A pintura de Vicente do Rego Monteiro é marcada pela sinuosidade e sensualidade. Contido nas cores e contrastes, as obras do artista nos reportam a um clima místico e metafísico. A temática religiosa é freqüente em sua pintura, chegando a pintar cenas do Novo Testamento, com figuras que, pela densidade e volume, se aproximam da escultura.
Além de Vicente ter sido um pintor requintado, escrevia poesias, tinha o gosto pela dança, venceu muitos concursos de dança de salão em Paris, foi professor no Instituto Central de Artes da UnB, adorava carros e em 1931 disputou o Grand Prix do Automóvel Clube da França, tinha gosto pela engenharia mecânica e construiu um planador e em Pernambuco fabricou aguardente.
Exposições
Individuais
- Teatro de Santa Isabel, no Recife, (1918);
- Galeria Elegante, Recife (1918);
- Livraria Moderna, São Paulo, 1920.
- Galerie Bernheim Jeune, Paris, França, (1928);
- Museu do Estado do Pernambuco, (1939);
- Galerie Visconti, Paris, França (1947);
- Clube dos Seguradores e Banqueiros do Rio de Janeiro, (1957);
- Galeria Barcinski, Rio de Janeiro (1969).
Coletivas
- Salón dês Indépendants, Paris, França (1913);
- Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo (1922);
- A Escola de Paris, exibida no Recife, no Rio de Janeiro e em São Paulo (1930);
- Exposition De L'école de Paris, no Teatro Santa Isabel, no Palace Hotel e no Palacete da Glória, Recife, Pernambuco. (1930)
- 3º Salão de Arte Moderna do Recife (1949);
- Exposição comemorativa da Semana de Arte Moderna no Museu de Arte Moderna, São Paulo (1952);
- Precursors of Modernism in Latin América no Center of Inter-American Relations, Nova York, Estados Unidos (1967);
- Galeria de Arte André, exposição 4 décadas, com curadoria Carlos von Schmidt, São Paulo. (2001)
Professor
- Ministrou aulas de pintura na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco.
- Foi professor do Instituto Central de Artes da Universidade de Brasília.
Poemas
- Poemas de bolso, 1941.
- Broussais - La Charité
Prêmios
- Dedicatória em versos de João Cabral de Melo Neto (1945), na obra "O Engenheiro".
- Prêmio Guillaume Apollinaire (1960), pelos sonetos apresentados em Broussais - La Charité, livro publicado na França.
Bibliografia
- LEITE, José Roberto Teixeira. Dicionário crítico da pintura no Brasil. Rio de Janeiro; Artlivre, 1989.
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