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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

LITERATURA JESUÍTICA




QUINHENTISMO

—Esta expressão é a denominação genérica de todas as manifestações literárias ocorridas no Brasil durante o século XVI, correspondendo à introdução da cultura europeia em terras brasileiras. Não se pode falar em uma literatura “do” Brasil, como característica do país naquele período, mas sim em literatura “no” Brasil – uma literatura ligada ao Brasil, mas que denota as ambições e as intenções do homem europeu.
—No Quinhentismo, o que se demonstrava era o momento histórico vivido pela Península Ibérica, que abrangia uma literatura informativa e uma literatura dos jesuítas, como principais manifestações literárias no século XVI. Quem produzia literatura naquele período estava com os olhos voltados para as riquezas materiais (ouro, prata, ferro, madeira, etc.), enquanto a literatura dos jesuítas se preocupava com o trabalho de catequese.
—Com exceção da carta de Pero Vaz de Caminha, considerada o primeiro documento da literatura no Brasil, as principais crônicas da literatura informativa datam da segunda metade do século XVI, fato compreensível, já que a colonização só pode ser contada a partir de 1521. A literatura jesuítica, por seu lado, também caracteriza o final do Quinhentismo, tendo esses religiosos pisado o solo brasileiro somente em 1549.

TRECHO DA CARTA DE CAMINHA
“A Carta do Achamento do Brasil”
“ … Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse
suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham
todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que
pousassem os arcos. E eles os pousaram. “
“ … A feição deles é serem pardos, um tanto avermelhados,
de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem
cobertura alguma. Nem fazem mais caso
de encobrir ou deixa de encobrir suas vergonhas do que de
mostrar a cara. Acerca disso são de grande inocência.
Ambos traziam o beiço de baixo furado e metido nele
um osso verdadeiro, de comprimento de uma mão
travessa, e da grossura de um
fuso de algodão, agudo na ponta como um furador…”


LITERATURA JESUÍTICA “FORMAÇÃO”
Literatura jesuíta – Consequência da Contra-Reforma, a principal preocupação dos jesuítas era o trabalho de catequese, objetivo que determinou toda a sua produção literária, tanto na poesia quanto no teatro. Mesmo assim, do ponto de vista estético, foi a melhor produção literária do Quinhentismo brasileiro. Além da poesia de devoção, os jesuítas cultivaram o teatro de caráter pedagógico, baseado em trechos bíblicos, e as cartas que informavam aos superiores na Europa sobre o andamento dos trabalhos na colônia.
—Não se pode comentar, no entanto, a literatura dos jesuítas sem referências ao que o padre José de Anchieta representa para o Quinhentismo brasileiro. Chamado pelos índios de “Grande Piahy” (supremo pajé branco), Anchieta veio para o Brasil em 1553 e, no ano seguinte, fundou um colégio no planalto paulista, a partir do qual surgiu a cidade de São Paulo.
Ao realizar um exaustivo trabalho de catequese, José de Anchieta deixou uma fabulosa herança literária: a primeira gramática do tupi-guarani, insuperável cartilha para o ensino da língua dos nativos; várias poesias no estilo do verso medieval; e diversos autos, segundo o modelo deixado pelo poeta português Gil Vicente, que agrega à moral religiosa católica os costumes dos indígenas, sempre com a preocupação de caracterizar os extremos, como o bem e o mal, o anjo e o diabo.

“A Primeira Missa no Brasil” (1860) de Victor Meireles.
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PRINCIPAIS CRONISTAS DA LITERATURA JESUÍTICA
Pe. Manuel da Nóbrega: relata a chegada da primeira missão jesuítica ao Brasil (1549) marco da literatura jesuítica no Brasil.
Pe. José de Anchieta: escreveu cartas, sermões, poesias e peças teatrais. Sua produção está vinculada ao zelo pela expansão da fé cristã. Seu teatro utilizava recursos do auto medieval em conjunto com elementos da cultura indígena. Mostrando cenas de duelos entre anjos e demônios, pois assim, ficaria mais fácil o aprendizado das lições religiosas. Embora tenha usado modelos europeus, Anchieta introduziu os costumes e a cultura indígena, resultando na criação de um “estilo” tipicamente brasileiro. Sua obra apresenta simplicidade, religiosidade e indianismo.
Frei Vicente Salvador: história do Brasil.


Fonte: http://assuntosdiversos.com.br/wordpress/quinhentismo Acesso em 13 de agosto de 2012.

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