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domingo, 29 de abril de 2012

ANÁLISE DE LIVRO DIDÁTICO: AS DIVERSAS ABORDAGENS E MÉTODOS APLICADOS AO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA


Aldisnéia Santos Rossi De Deo*
Luiza Maria Duarte*

Resumo: O presente trabalho esboça a análise de alguns aspectos do livro didático Tech Teens, bem como a aplicabilidade das diversas abordagens e metodologias ao ensino da língua estrangeira, tentando indicar possíveis soluções para o aprimoramento do processo.
Palavras-chave: livro didático, abordagens, métodos, processo de ensino-aprendizagem, reflexão crítica.

A situação atual do ensino no Brasil é sofrível. Os alunos concluem seus cursos sem saber a razão pela qual estudam e sem aprender, já que seus professores cobram a memorização da informação.
Em um mundo globalizado, o inglês tornou-se uma língua de prestígio e símbolo de status social ligada às classes economicamente privilegiadas. A busca crescente pelo idioma resultou em um ensino deficitário com aulas descontextualizadas e alunos desmotivados que não conseguem sequer aprender o idioma em sua forma básica.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs –, criados e implementados em 1996, começam a abrir espaço para uma nova proposta educacional, tentando direcionar o trabalho do professor ao considerar a diversidade cultural local, o convívio social, a ética e os temas transversais. Todavia, ainda existe, muitas vezes, a falta de aceitação do corpo docente e até mesmo casos de total desconhecimento sobre esses parâmetros.
Com base nesses dados, propomos uma reflexão crítica sobre a eficácia do livro didático (doravante LD), por meio de uma análise de suas propostas e das atividades e técnicas usadas, traçando um paralelo entre o que é realizado dentro da sala de aula e o que é proposto pelas metodologias e abordagens para o ensino de língua estrangeira, avaliando o seu reflexo no processo de ensino-aprendizagem e até mesmo nos alunos. Para que essa reflexão ocorra, utilizamo-nos, como fundamento teórico principal, da bibliografia específica: Second Language Learning, de David Nunan, e Approaches and Methods in Language Teaching, de Jack Richards e Theodore S. Rodgers.
Embora os LDs apresentem ideias e conceitos variados, a tendência no ensino de uma língua estrangeira hoje é abordar o processo de ensino-aprendizagem de forma comunicativa. A contextualização durante esse processo, sem dúvida, estimula o interesse do aluno, um dos pontos mais importantes para garantir a aprendizagem.
Essa tendência faz parte do conceito de language acquisition de Krashen (1988), processo de assimilação natural, intuitivo, subconsciente e fruto de interação em situações reais de convívio humano, no qual o aprendiz participa como sujeito ativo, diferentemente do conceito de language learning, também do autor, que está ligado à abordagem tradicional do ensino de línguas, em que a atenção volta-se à língua em sua forma escrita, e o objetivo é o entendimento pelo aluno da estrutura e das regras do idioma através do esforço intelectual e de sua capacidade dedutivo-lógica. Nesse último, o ensino e aprendizado são vistos como atividades em um plano técnico-didático delimitado pelo conteúdo. Ensina-se a teoria na ausência da prática. Valoriza-se o correto e reprime-se o incorreto. Há pouco lugar para espontaneidade.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O livro didático é ainda a fonte de acesso ao ‘saber institucionalizado’ de que dispõem professores e alunos” (Carmagnani, apud Peralta, 1999, p. 127) e “constitui o centro do processo de ensino-aprendizagem em todos os graus de ensino no cenário atual da educação brasileira” (Coracini, apud Peralta, 1999, p. 34), cabendo, portanto, ressaltar três questões principais que precisam ser urgentemente revistas: a noção de língua, os critérios adotados e as habilidades trabalhadas.
Com a importação de LDs, obtivemos uma grande veiculação e transmissão da cultura estrangeira realizadas sem grandes discussões ou questionamentos. E, segundo Ariovaldo Lopes Pereira em sua Dissertação na Unicamp, cabe destacar que muitos dos LDs são repletos de textos que, geralmente, têm como finalidade principal a transmissão de idéias e valores advindos de uma cultura anglófana dominante, repassada aos alunos sem críticas aos conteúdos que levam à sua assimilação inconsciente. Isso pode ocorrer através de procedimentos como a escolha de vocábulos, a organização do texto, o próprio texto como representação de eventos sociais etc.
Faz-se necessário uma análise crítica, sob o aspecto do papel do professor, que pode e deve fazer as alterações necessárias no livro, de modo a tornar os assuntos úteis e relevantes para a vida do aluno, despertando assim o seu interesse pelo aprendizado. Para isso, o professor deve ter ciência da necessidade de incluir em sua rotina diária de trabalho momentos para a reflexão e questionamento sobre suas ações para poder reconstruí-las. Com isso, ele deixará de ser um mero transmissor de conteúdo e tornar-se-á um profissional envolvido e crítico.
O que muitas vezes temos são textos usados como veículos para o ensino de estruturas linguísticas sem desafiar as suposições quanto às futuras funções sociais e ocupacionais dos alunos, não há incentivo à leitura crítica. Ressaltam-se apenas perguntas de conteúdo ou estrutura em detrimento à construção de sentidos, um dos principais problemas não se refere apenas ao conteúdo, mas à maneira pela qual o mesmo é transmitido e interpretado. Por isso, para despertar em seus alunos o desejo pela leitura crítica, tornando-os seres pensantes, é imprescindível que os próprios professores sejam adeptos à literatura.
Dessa maneira, com relação à escolha do LD, não é suficiente ter um bom material se o professor não tiver consciência da prática pedagógica e das limitações do LD. O professor deve estar atualizado, ser reflexivo e bem preparado para poder valer-se de um livro ruim e transformá-lo, tornando-o uma ferramenta útil e eficaz em suas aulas.
Vemos professores e alunos tornarem-se escravos do LD, perdendo até mesmo sua autonomia e senso crítico, pois ficam condicionados e não aprendem nada efetivamente. Não há o desenvolvimento da autonomia, do pensamento crítico, da competência, mas sim de um processo de “alienação” constante. Tais colocações reforçam a necessidade de investimentos na formação do professor e na educação como um todo.

PANORAMA DAS DIVERSAS ABORDAGENS E MÉTODOS DE ENSINO
Para que possamos esclarecer um pouco mais sobre o conhecimento das teorias educacionais, faremos uma breve explanação a seguir.
Neste trabalho usamos o termo método como um conjunto de procedimentos de ensino-aprendizagem sintonizados a um determinado currículo, direcionado por uma abordagem ou modelo teórico; e abordagem como os pressupostos teóricos acerca da língua e da aprendizagem.
Behaviorismo: Abordagem aplicada com o intuito de se obter um determinado comportamento que deve ser mantido. Utilizam-se condicionantes e reforçadores arbitrários como: elogios, graus, notas, prêmios, reconhecimento do mestre e dos colegas, associados a outros mais distantes, como: o diploma, as vantagens da futura profissão, a possibilidade de ascensão social, monetária etc. O ensino consiste em um arranjo e planejamento de condições externas que levam os estudantes a aprender, sendo de responsabilidade do professor assegurar a aquisição do comportamento. Parte-se do princípio de uma aprendizagem mecânica, com repetições sistemáticas do tipo estímulo-resposta automáticos, portanto, indutiva.
Cognitivismo: Preocupa-se com a forma sob a qual a aprendizagem é alcançada, o importante é como ocorrem a organização do conhecimento, o processamento das informações e os comportamentos relativos à tomada de decisões. O ensino dos fatos é substituído pelo ensino de relações, pela proposição de problemas. Embora existam os fixos, os currículos são flexíveis.
Situações desafiadoras são oferecidas às crianças, tais como jogos, leituras, visitas, excursões, trabalhos em grupo, arte, oficina, teatro etc. Nessa abordagem o aluno reflete sobre aquilo que lhe é oferecido.
O professor é quem gera a informação e a disponibiliza, cabendo aos alunos construírem seus conhecimentos e significados através da reflexão, dando lições aos seus pares, escrevendo, levantando e dando resposta a questões, praticando (Rodrigues apud Doolittle, 2002).
Construtivismo: Baseia-se no fato de que não é o professor que ensina, e sim o aluno que aprende, que constrói o conhecimento. O próprio aluno precisa ter a iniciativa para questionar, descobrir e compreender o mundo a partir de interações com os demais elementos do contexto histórico no qual está inserido.
Abordagem comunicativa: A competência comunicativa passa a ser o objetivo, em vez da construção de conhecimento gramatical ou da estocagem de formas memorizadas.
Caracteriza-se por ter o foco no sentido, no significado e na interação propositada entre os sujeitos que estão aprendendo uma nova língua. O ensino comunicativo é aquele que organiza as experiências de aprender em termos de atividades/tarefas de real interesse e/ou necessidade do aluno, tornando-o capaz de usar a língua-alvo para realizar ações autênticas na interação com outros falantes-usuários dessa língua. Além disso, esse ensino não toma as formas da língua descritas nas gramáticas como modelo suficiente para organizar as experiências de aprender outra língua, embora não descarte a possibilidade de criar em sala momentos de explicitação das regras e prática cotidianas dos subsistemas gramaticais, como o dos pronomes, as terminações de verbos, etc. (RICHTER apud Almeida Filho, 1993).
Abordagem Estrutural: Segundo Maria Alice Capocchi Ribeiro, do Departamento de Letras da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, o Estruturalismo é uma teoria que se baseia na psicologia da escola Behaviorista de Pavlov e Skinner, ou seja, uma visão de aprendizagem que postulava “resultados rápidos” e “aplicação imediata”. Essa teoria enfoca a estrutura da língua deixando de lado sua contextualização com a realidade do aluno.
Abordagem Funcional/Nocional: Foca a maneira como a língua é usada em interações: as funções das expressões utilizadas e o seu significado estão relacionados à situação na qual um evento da fala está inserido e na intenção do falante. Pressupõe uma prática mais controlada, a qual seria gradualmente abrandada no início, levando à total liberdade dos alunos, de modo que possam expressar seus significados no estágio final do processo. Esse aprendizado em situações de real comunicação confere um papel social e político mais importante aos falantes da língua do cotidiano, satisfazendo também as necessidades dos alunos de usar a língua em situações rotineiras de comunicação, abordando a questão de praticidade do uso e da aprendizagem de línguas estrangeiras.

OS MÉTODOS
Com base no livro Approaches and Methods in Language Teaching de Jack Richards e Thoedore S. Rodgers datado de 1999, apresentamos os conceitos básicos para referência. Competency-Based Language Teaching: Concentra-se na produção ou no resultado do aprendizado através de um levantamento das necessidades básicas do aluno em situações do seu dia-a-dia. Trata-se de um método prescritivista que prepara o aluno para se encaixar em um sistema preestabelecido e manter a relação entre classes sociais, além de focalizar o comportamento do indivíduo e não o seu desenvolvimento de pensamento.
Collaborative Learning: Enfoca as atividades organizadas em grupo, objetivando a troca de informações entre os seus membros. Colaborar é trabalhar em conjunto para atingir um objetivo em comum.
Segundo John Dewey, a educação democrática deveria ser uma ferramenta que integrasse o indivíduo a ele mesmo e a sua própria cultura. Dewey também, através de sua filosofia, considerou as éticas de uma sociedade democrática e viu a educação como os meios práticos pelos quais as crianças poderiam se tornar cidadãs de ajuste de uma democracia. (John Dewey. Disponível em http://www.jewilke.hpg.ig.com.br/dew.htm)
Tasked-Based Learning (& Teaching): Trata-se de atividades na língua-alvo que possuem uma seqüência de fases, tendo como propósito levar o aluno a se comunicar (meta) para atingir um resultado. O aluno só pode passar para a fase seguinte ao terminar, com êxito, a fase anterior. As tarefas devem se espelhar em situações reais e, de acordo com Peter Skehan, são atividades que têm como enfoque primário o sentido e o aprendizado enquanto são feitas.
Total Physical Response: Método de ensino de linguagem construído em torno da coordenação da fala e da ação. Busca-se ensinar a língua por meio de atividade física (motora) para que o aluno pratique a língua inglesa de forma natural e prazerosa.
Whole Language: Enfatiza-se a integração das quatro habilidades (speaking, reading, listening e writing), ou seja, a língua como um todo dentro de um contexto. Faz uso de literatura autêntica e textos reais, com atividades sempre realizadas em língua estrangeiras.
Audiolingual: Baseia-se em diálogos e exercícios de repetição. A gramática é trabalhada de forma indutiva, permitindo o uso dos próprios diálogos para repetição e memorização, fazendo assim correções de pronúncia, ritmo, entonação, ênfase nas silabas tônicas que reforçam as características behavioristas. Todo material áudio-visual possui um papel central no curso.
Content-Based Instruction: A aprendizagem é organizada em torno de um conteúdo ou informação que os alunos vão adquirir. Uma situação ideal é aquela cujo assunto do aprendizado da língua é o conteúdo, um assunto de fora do domínio da língua.
Suggestopedia: Trata-se de um estudo sistemático das influências irracionais e inconscientes. Há o enfoque na comunicação, utilizando a aquisição de vocabulário por meio de textos/elementos significativos ao grupo.
Algumas das características mais importantes são: a decoração, os móveis e a sua disposição na sala de aula, o uso de música e o comportamento autoritário do professor.
Neurolinguistic Programming (NLP): Consiste em uma filosofia humanista e em uma série de sugestões baseadas na psicologia popular, objetivando o convencimento das pessoas de que elas têm o poder de se controlar. A programação neurolingüística permite novas formas de compreender como as comunicações verbais e não-verbais afetam o cérebro humano, apresentando oportunidades de não apenas melhorar a comunicação entre as pessoas, mas também de adquirir mais controle e desenvoltura sobre os aspectos sensoriais, sendo, desse modo, fundamental que o professor conheça seus alunos para poder trabalhar efetivamente com os aspectos sensoriais dos seus discentes.
The Lexical Approach: Enfatiza o léxico, tornando as colocações e as unidades lexicais características fundamentais dessa abordagem. As colocações referem-se ao modo como as palavras podem estar dispostas na língua. As unidades léxicas são as palavras em seus respectivos contextos. O aluno é inserido em uma situação que lhe permite “manusear” o seu aprendizado com o propósito de abandonar a idéia de um professor conhecedor, criando no aluno a ideia de descobridor.
Community Language Learning: Busca a promoção da interação aluno-aluno, a democratização da aprendizagem (discussões) e a valorização do aspecto cognitivo e afetivo da aprendizagem, uma vez que os alunos são tipicamente agrupados em círculos de seis a doze. O professor direciona a interação como mediador das atividades, que normalmente referem-se à tradução, à gravação, às análises, às reflexões, às observações, às conversações livres e ao listening. Temos um exemplo disso quando um aluno quer dizer algo e primeiro diz em sua língua materna ao professor, para que este traduza para a língua alvo e depois aquele repita.
ANÁLISE
Como já mencionado anteriormente no resumo, o livro analisado por esta pesquisa é o Tech Teens, das autoras Carla Giannassi, Maria Luiza Santos e Renata Lucia Cardoso, editora Maccmillan, que faz parte de uma coleção composta de quatro volumes usada nas séries de 5ª a 8ª do Ensino Fundamental. Neste trabalho analisaremos especificamente o Tech Teens 2 (livro do professor).
O livro traz, em sua proposta introdutória, a abordagem sócio-construtivista, na qual o estudante deve refletir e interagir partindo do seu conhecimento prévio e do equilíbrio entre conhecimento de língua e uso. Todavia, observa-se, no decorrer do LD, o enfoque à abordagem behaviorista, devido ao excesso de atividades que priorizam o método Audiolingual com o objetivo de ensinar, principalmente, a gramática, o vocabulário e o writing. Nota-se também a presença da abordagem estrutural/funcional, quando o mesmo apresenta as ocasiões em que a língua será usada, abrangendo seus diferentes aspectos, entretanto, as estruturas não passam de uma prática controlada (Competency-Based Teaching). Nesse caso, o uso de exercícios contextualizados com a gramática ensinada explicitamente poderia ser mais adequado, uma vez que o aluno teria a oportunidade de correlacioná-los com seu dia-a-dia.
Ao longo do livro didático há um total de 70 exercícios gramaticais, sendo 41 de reading, 13 de speaking, 70 de writing e 24 de listening, o que prejudica a micro divisão do livro, visto que não há um equilíbrio de quantidade entre as habilidades trabalhadas, os números são desproporcionais. No entanto, a macro divisão é lógica e bem organizada.
Com relação aos PCNs, são encontradas algumas sugestões referentes ao contato com novas culturas, atualidades globais e temas transversais, principalmente os de saúde e meio ambiente. Todavia, de modo geral, o livro não leva o aluno a refletir e a construir o seu conhecimento, visto que as suas atividades são de prática controlada e extremamente descritiva, sem conduzir a discussões sobre questões da atualidade ou temas pertinentes a faixa etária como drogas, sexo e gravidez, por exemplo.
No geral há a predominância de uma abordagem behaviorista e dos métodos Audiolingual e Competency-Based Teaching. Para que o livro pudesse alcançar a abordagem sócioconstrutivista proposta inicialmente, os métodos Whole Language; Total Physical Response; Content-Based Instruction; Neurolinguistic Programming; Collaborative Learning; Community Learning and Teaching e Suggestopedia poderiam ser usados em seus diversos aspectos, o que, normalmente, não acontece.
Pode-se concluir que o livro, em certos aspectos, é adequado para o Ensino Fundamental, porque trabalha com temas que envolvem o contexto do aluno, mas deixa a desejar no que se refere à sua proposta comunicativa e à formação do aluno como construtor do seu próprio conhecimento. Poderiam ser proporcionadas, por exemplo, situações práticas como a confecção de um jornal e o envolvimento com as atividades da comunidade, de modo que o aluno possa tornar-se um cidadão que interaja mais com a sociedade em que vive principalmente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pudemos constatar a importância de uma abordagem de ensino de língua com base na abordagem comunicativa que permite a preparação do cidadão, a fim de que o mesmo possa atuar na sociedade, além do aproveitamento máximo do tempo em que o aluno passa na sala de aula, ensinando-lhe o que realmente possa lhe ser útil para atuar no mundo e não apenas na escola. Por tratar-se de uma abordagem que considera a realidade do aluno, provavelmente, permitirá a diminuição da evasão e da repetência escolar, bem como o envolvimento do educador de forma efetiva nesse processo e na escolha do LD.
Entretanto, há a necessidade de LDs que se preocupem com uma abordagem comunicativa e de professores cientes da importância dessa abordagem de modo a encaminhá-la com ou sem o LD. Em geral, constatamos que os professores estão habituados a seguirem os materiais didáticos que enfatizam o aprendizado na estrutura da língua. Isso nos leva a afirmar que tanto os professores precisam rever sua metodologia de ensino, como os materiais de ensino precisam ser revistos.
A escolha do LD deve ser feita de maneira mais adequada. Acreditamos que uma maneira de reverter esse quadro seria investir na formação do professor, que, de acordo com o seu preparo, segundo Janete Santos, poderá ajudar os alunos a contornar os vácuos existentes nas defasagens causadas por características regionais (um material utilizado com sucesso no Sul, por exemplo, pode não ser adequado à região Norte), além de melhorar e criar novos LDs e paradidáticos, que privilegiem o Inglês no que concerne à comunicação, apresentando formas alternativas de se trabalhar os conteúdos em sala de aula. Para tanto, é necessário que as universidades, os profissionais da área de ensino, os pesquisadores e as autoridades unam-se em um esforço conjunto para a criação de novos materiais didáticos que auxiliem o professor a realizar o seu papel, propiciando, assim, alternativas para a superação da crise educacional brasileira e para a possível falência do sistema educacional.




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*Alunas do curso de Letras - Tradutor/Intérprete do UNIBERO.

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