VIDA E OBRA
“Um escravo da literatura”
Aluísio Tancredo Gonçalves Azevedo nasceu no dia 14 de abril de 1857, em São Luís do Maranhão. Sua mãe, dona Emília Amália Pinto de Magalhães, havia, corajosamente para a época, abandonado o primeiro marido, que a traía abertamente, e com quem fora obrigada a se casar aos 17 anos, por imposição familiar. Vivendo com o comerciante e representante consular português David Gonçalves de Azevedo, teve cinco filhos, dos quais Artur de Azevedo, o teatrólogo, foi o primeiro e Aluísio Azevedo, o segundo.
No século XIX, São Luís do Maranhão era um centro de convergência de capital e de mão-de-obra escrava, graças à economia do algodão. Tornou-se, assim, um pólo de prosperidade econômica e cultural. Porém, a cidade era bastante conservadora e dona Emília causou um grande escândalo por viver com o pai de Aluísio sem a aprovação da Igreja.
Desde criança,Aluísio Azevedo demonstrava habilidades artísticas, principalmente no desenho. Por isso, a família matriculou-o em um curso de artes plásticas. Animado pelo sucesso que seu irmão Artur Azevedo estava fazendo na corte, Aluísio, aos 19 anos, resolve ir para o Rio de Janeiro. A corte era, na época, o centro das idéias liberais e em todo lugar se discutiam o abolicionismo e a causa republicana. Durante dois anos, Aluísio foi caricaturista de jornais como O Mequetrefe, Fígaro e Zig-Zag. Suas charges já faziam bastante sucesso junto ao público quando foi obrigado a retornar para São Luís devido à morte do seu pai, em 1878.
No século XIX, São Luís do Maranhão era um centro de convergência de capital e de mão-de-obra escrava, graças à economia do algodão. Tornou-se, assim, um pólo de prosperidade econômica e cultural. Porém, a cidade era bastante conservadora e dona Emília causou um grande escândalo por viver com o pai de Aluísio sem a aprovação da Igreja.
Desde criança,Aluísio Azevedo demonstrava habilidades artísticas, principalmente no desenho. Por isso, a família matriculou-o em um curso de artes plásticas. Animado pelo sucesso que seu irmão Artur Azevedo estava fazendo na corte, Aluísio, aos 19 anos, resolve ir para o Rio de Janeiro. A corte era, na época, o centro das idéias liberais e em todo lugar se discutiam o abolicionismo e a causa republicana. Durante dois anos, Aluísio foi caricaturista de jornais como O Mequetrefe, Fígaro e Zig-Zag. Suas charges já faziam bastante sucesso junto ao público quando foi obrigado a retornar para São Luís devido à morte do seu pai, em 1878.
Em São Luís, passa a produzir crônicas e comentários para a imprensa local e conclui um romance que iniciara no Rio de Janeiro, com o título de Uma Lágrima de Mulher. O livro foi escrito em um estilo romântico bastante piegas, no entanto muito elogiado por seus conterrâneos. Ajuda, também, a lançar um periódico anticlerical, O Pensador e entra em contato com as obras de Eça de Queirós: O Crime do Padre Amaro (1875) e O Primo Basílio (1878).
Mas não são suas charges, crônicas ou seu primeiro romance que vão produzir novo escândalo na cidade e lhe dar renome nacional, mas, sim, a publicação, em 1881, do romance O Mulato, baseado na vida e nos costumes da sociedade maranhense.
O Mulato, primeiro romance naturalista da Literatura brasileira, causou tanto furor que obrigou o autor a deixar São Luís e a se instalar novamente na corte. A indignação foi tanta que uma revista da época, porta-voz do clero conservador, mandou o escritor abandonar a Literatura e dedicar-se à agricultura: “À lavoura, meu estúpido! À lavoura! Precisamos de braços e não de prosas em romances! Isto sim é real. A agricultura felicita os indivíduos e enriquece os povos! à foice! e à enxada!”.
No entanto, no resto do país, a obra fez bastante sucesso e, com o dinheiro obtido com a venda de 2 mil exemplares do livro, Aluísio retornou ao Rio de Janeiro.
Na corte, graças à fama conquistada, Aluísio Azevedo passa a colaborar para os jornais, atividade que desenvolve intensamente por muito tempo. Mesmo reclamando de ser “um escravo das Letras”, pois o dinheiro que ganhava tanto com a Imprensa quanto com a Literatura dava apenas para “não morrer de fome”, Aluísio construiu, nesse período, uma sólida carreira literária, publicando obras importantes, como Casa de Pensão (1884) e O Cortiço (1890). Foi, assim, o primeiro escritor brasileiro a viver exclusivamente de seu ofício. Para isso, produziu romances de folhetim ao gosto romântico, obras que considerava “comerciais”, e romances naturalistas, obras que considerava “artísticas”.
Na corte, graças à fama conquistada, Aluísio Azevedo passa a colaborar para os jornais, atividade que desenvolve intensamente por muito tempo. Mesmo reclamando de ser “um escravo das Letras”, pois o dinheiro que ganhava tanto com a Imprensa quanto com a Literatura dava apenas para “não morrer de fome”, Aluísio construiu, nesse período, uma sólida carreira literária, publicando obras importantes, como Casa de Pensão (1884) e O Cortiço (1890). Foi, assim, o primeiro escritor brasileiro a viver exclusivamente de seu ofício. Para isso, produziu romances de folhetim ao gosto romântico, obras que considerava “comerciais”, e romances naturalistas, obras que considerava “artísticas”.
Em 1896, tornou-se cônsul através de concurso e abandonou a vida de escritor. Na sua nova profissão, serviu em Vigo e Nápoles (Itália), depois no Japão e, finalmente, em Buenos Aires (Argentina), onde faleceu em 1913. Estava com 55 anos e morreu ao lado da amante Pastora Luquez, argentina com quem vivera seus últimos dez anos. Durante os dezoito anos de serviço diplomático, não mais escreveu ou publicou livro algum, nem gostava de que lhe mencionassem a sua antiga carreira de romancista, que o tornara tão famoso e celebrado.
Além de romances, Aluísio de Azevedo deixou publicados contos e peças de teatro, em colaboração.
Fonte(s):
- SILVA, Felipe Antonio Ferreira da.
Uma análise sobre a relevância do espaço como personagem na obra “o cortiço”, de Aluísio de Azevedo. Periódico de Divulgação Científica da FALS Ano IV - Nº VIII- JUN / 2010 - ISSN 1982-646X
- CAMPEDELLI, Samira Yousseff. SOUZA, Jésus Barbosa. Português: Literatura, produção de textos e gramática, ensino médio. 3ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
- SARMENTO, Leila Lauar. TUFANO, Douglas. Português: literatura, gramática produção de texto, ensino médio: volume único. São Paulo: Moderna, 2004.
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