Baseado na coletânea de textos que seguem, elabore um texto dissertativo dentro dos padrões já estabelecidos com o seguinte tema:
“Há prisões que nem imaginamos: para alcançar a liberdade, vale sempre derrubar muros, tentar construir pontes.”
Texto I:
E era a gaiola e era a vida era a gaiola
e era o muro a cerca e o preconceito
e era o filho a família e a aliança
e era a grade a filha e era o conceito
e era o relógio horário o apontamento
e era o estatuto a lei e o mandamento
e a tabuleta dizendo é proibido.
E era a vida era o mundo e era a gaiola
e era a casa o nome a vestimenta
e era o imposto o aluguel a ferramenta
e era o orgulho e o coração fechado
e o sentimento trancado a cadeado.
E era o amor e o desamor e o medo de magoar
E eram os laços e o sinal de não passar.
E era a vida era a vida o mundo e a gaiola
e era a vida e a vida era a gaiola.
(Maria do Carmo B. C. de Melo)
Texto II:
PARDALZINHO
O pardalzinho nasceu
Livre. Quebraram-lhe a asa.
Sacha lhe deu uma casa,
Água, comida e carinhos.
Foram cuidados em vão:
A casa era uma prisão,
O pardalzinho morreu.
O corpo Sacha enterrou
No jardim; a alma, essa voou
Para o céu dos passarinhos!
(Manuel Bandeira)
Texto III:
“QUEREMOS SAIR, MAS VAMOS VOLTAR”
Muitos manifestantes de Berlim Oriental não eram compreendidos pela guarda que patrulha o Muro de Berlim, como mostra o seguinte diálogo, no posto fronteiriço Chekpoint Charlie, entre jovens que queriam atravessar o muro e um sargento.
SARGENTO – Não entendo vocês. A vida não está boa aqui? O que vocês vão fazer do outro lado? Querem desemprego?
JOVEM – Lá também é Alemanha. Tenho família e alguns amigos que quero visitar.
SARGENTO – Mas é necessário todo este barulho, esta vergonha de gente fugindo? Por que não espera a vez de passar, pedindo visto? É preciso paciência.
OUTRO JOVEM – Paciência? Conhecemos pessoas que pediram visto há três anos. Muitos desistiram. E para que ter paciência? Temos o direito de viajar livremente.
SARGENTO – Esse direito sempre existiu, mas há problemas. Vocês não entendem.
JOVEM – O senhor é que não entende a importância de poder passar, conhecer o outro lado de um país que também é nosso. Queremos sair e vamos voltar. Mas queremos a liberdade de poder fazer isso. É a importância de ser livre.
(20 textos que fizeram história. Folha de
S. Paulo, janeiro/92.)
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