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domingo, 22 de março de 2015

ODEIE SEU ÓDIO


Luis Carlos Bresser Pereira, economista e ex-ministro de Sarney e FHC, acredita que somente os ricos e a classe média branca odeiam. Declarou o seguinte ao jornal Folha de São Paulo: “Surgiu um fenômeno nunca visto antes no Brasil, um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, a um partido e a um presidente”.
Ninguém odeia sozinho. Ódio não é privilégio de rico nem de pobre. De longe, o ódio é o sentimento mais democrático que existe.  E tem mão dupla.
Como se os ricos nunca tivessem odiado João Goulart, por exemplo. Ou como se os ricos pudessem “comprar” mais ódio que os pobres.  Que eu saiba, sempre tivemos( e teremos) mais pobres do que ricos, portanto Bresser Pereira não cometeu apenas um equívoco histórico: numericamente  está errado. E  biologicamente também. O pobre, ou pelo menos o pobre com instinto de sobrevivência, sempre odiou e sempre vai odiar o rico.
Nessa entrevista, desastradamente afiançada por Luis Fernando Veríssimo, Bresser Pereira viaja bonito na maionese, diz coisas do tipo: “(…)esse ódio decorre do fato de se ter, pela primeira vez, um governo de centro-esquerda que se conservou de esquerda, que fez compromissos, mas não se entregou. Continuou defendendo os pobres contra os ricos. O governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres. Não deu à classe rica, aos rentistas”.
“Compromissos” firmados com as empreiteras revolucionárias de esquerda, suponho. Segundo Bresser Pereira, as construtoras Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Camargo Correia, Queiroz Galvão e as demais, sempre, acima de qualquer negócio e até mesmo acima do lucro, sempre defenderam os interesses do povo brasileiro. Tá.
As mesmas que em nome da ordem e do progresso, visando o bem-estar do povo brasileiro “construíram” a Transamazônica nos anos setenta, e que, hoje, estão atoladas até o pescoço com a corrupção na Petrobras. A mesmas que ergueram o Brasil gigante e milagroso da ditadura militar. Imagino que o governo revolucionário brasileiro do PT que, segundo Bresser Pereira, ama os pobres e os defende da sanha dos ricos, também deve incluir nossos banqueiros entre os filantropos e benfeitores  da nação. Somente com juros a 300% ao ano  combate-se a classe rica e se transfere renda para os pobres. Dá lhe, Bresser!  
Um parêntese.
Dia 13 de março -  Sergio Gabrielli em cima de um carro de som vociferando contra a corrupção na Petrobras.
Dia 15 de março -   Madame descalibrada pedindo a volta dos militares (no lugar de “madame” leia-se  marcha da família com Deus pela liberdade, TFP e uma dezena de outras suásticas e caricaturasgourmets).  
A expressão de madame é algo que vai além da caricatura, é algo repulsivo. Mas o estrago que o ex-reitor da Universidade Federal da Bahia efetivamente causou no comando da Petrobras é incomparavelmente maior, real e muito mais do que repulsivo, é nefasto. Gabrielli é um dos maiores caras de pau da história do Brasil.  Madame é somente uma piada de péssimo gosto: ao contrário dos prejuízos materias -inclua-se o ódio - espalhados por Gabrielli e afins, a figura nojenta de madame (egourmets supracitados) encerra-se na própria repulsa e caricatura.
Fecha parêntese.
Lamentável que L.F. Veríssimo tenha não apenas republicado, mas também chancelado a entrevista “heróica” de Bresser Pereira. No final de sua crônica confessa “terna admiração” pela mentirada  e pelo ódio espalhado por Bresser Pereira, um ódio que - como eu disse acima - é democrático, malandramente subliminar, tem mão dupla e, acrescento, pode se desdobrar em muitos outros ódios, e também pode ser letal.

Ah, quase esqueço:  vai catar coquinho, Juca Kfouri.

Fonte: https://br.noticias.yahoo.com/blogs/marcelo-mirisola/odio-tem-mao-dupla-191437053.html  Acesso em 22 de março de 2015

WOLFGANG AMADEUS MOZART

Biografia e obras 

WOLFGANG AMADEUS MOZART
nasceu em 27 de janeiro de 1756 na cidade austríaca de Salzburgo. Desde criança apresentou grande talento musical. Seu pai, Leopold Mozart, era compositor e estimulou os dons musicais do filho. Com este apoio paterno, começou a escrever duetos e pequenas composições para piano, ainda na infância.
 No ano de 1763, seu pai o levou, para uma viagem pela França e Inglaterra. Na cidade de Londres, Mozart conheceu Johann Christian Bach, filho de Johann Sebastian Bach, cujas obras faziam grande sucesso em toda Europa.
Nos primeiros anos da década de 1770, visitou a Itália por três vezes. Neste país, compôs a ópera "Mitridate" que fez um grande sucesso. Logo em seguida, voltou a morar em Salzburgo, onde ele trabalhou como mestre de concerto, compondo missas, sonatas de igreja e serenatas. 
A partir do começo da década de 1780 começa a viver da renda de seus concertos, da publicação de suas obras e de aulas particulares de música. A primeira metade desta década é a época de maior sucesso de sua vida. Compõe óperas importantes e de grande sucesso como Idomeneo (1781), O Rapto do Serralho (1782), sonatas para piano, música de câmara e concertos para piano.
No ano 1782, mesmo contra a vontade de seu pai, casa com Constanze Weber.
Compôs sua primeira ópera, “As bodas de Fígaro” no ano de 1786 com a ajuda do poeta italiano Lorenzo da Ponte (1749-1838). Embora sem muito sucesso na cidade de Viena, a obra atraiu a atenção de muitas pessoas na cidade de Praga. Recebeu uma encomenda para elaborar uma nova ópera. O resultado foi “Don Giovanni”, considerada por muitos especialistas sua grande ópera. No ano de 1789, escreve “Così fan tutte”.
Mesmo com o sucesso de suas obras, começa a enfrentar problemas financeiros no final da década de 1780. Para complicar ainda mais a situação, sua saúde e a de sua esposa começam a apresentar problemas. No ano de 1791, compõe as duas últimas obras de sua vida, as óperas “A Clemência de Tito” e “A flauta mágica”.
Com a saúde debilitada, morreu com apenas 35 anos de idade. A causa de sua morte foi, provavelmente, uma forte
infecção intestinal.


Fonte: http://www.suapesquisa.com/pesquisa/mozart.htm  Acesso em 22 de março de 2015.

SHAKESPEARE, PARA ALÉM DO MITO

Meire Kusumoto

Shakespeare escreveu Shakespeare? A pergunta — quase sem sentido para os que não estudam a obra do escritor inglês— é feita desde o século XVIII, quando a autoria de peças consagradas como HamletRomeu e Julieta e Macbeth foi colocada em xeque. Teria sido o filho de um comerciante de uma pequena cidade da Inglaterra o grande escritor por trás dessas obras? Ou um membro da realeza britânica? Ou, quem sabe, a própria rainha Elizabeth I? Se tal teoria da conspiração é complicada de ser resolvida, o mesmo pode-se dizer da intrincada biografia do autor.

William Shakespeare é batizado em 26 de abril de 1564 na Igreja da Santíssima Trindade, em Stratford-upon-Avon, cidade do condado de Warwickshire, no centro da Inglaterra. A certidão de batismo, escrita em latim, registra Gulielmus filius Johannes Shakespeare, ou seja: William, filho de John Shakespeare. A data de nascimento da criança não consta no documento. Especialistas apontam que o autor teria então nascido entre 21 e 24 de abril, levando em conta o costume da época de se batizar a criança poucos dias depois de seu nascimento. Popularmente, no entanto, a data apontada como a do nascimento de Shakespeare é 23 de abril, que coincide com o dia de sua morte, 52 anos depois.

O pai do garoto, John Shakespeare, é um fabricante de luvas e comerciante de lã que se torna prefeito da cidade de Stratford-upon-Avon em 1568. A mãe de William, Mary Arden, é filha de um próspero proprietário de terras de Wilmcote, vilarejo de Warwickshire. O terceiro de oito filhos, William é o primeiro a sobreviver à peste bubônica que assola a Inglaterra no século XVI e que mata suas irmãs mais velhas, Joan e Margaret, entre 1558 e 1563. Os outros irmãos são, em ordem de nascimento, Gilbert (1566), Joan (1569), Anne (1571), Richard (1574) e Edmund (1580).
O dramaturgo e poeta William Shakespeare em pintura feita para o 'Primeiro Folio', publicação que reuniu pela primeira vez todas as suas peças teatrais, em 1623 (Crédito: Hulton Archive/Getty Images)

O dramaturgo e poeta William Shakespeare em pintura feita para o 'Primeiro Folio', publicação que reuniu pela primeira vez todas as suas peças teatrais, em 1623 (Crédito: Hulton Archive/Getty Images)
Os primeiros anos da vida de Shakespeare são pouco documentados, o que aumenta as especulações sobre sua infância e formação. Segundo a biografia Shakespeare: The Biography (Shakespeare: A Biografia, em tradução literal), assinada pelo escritor americano Peter Ackroyd, o garoto começa sua rotina escolar com 5 ou 6 anos de idade na escola da capela da Igreja da Santíssima Trindade. O conteúdo das aulas, como se pode imaginar, está relacionado com as tradições e os rituais católicos. Aos 7, ele ingressa no colégio King Edward VI School, onde tem as primeiras lições de latim e retórica.

Casamento - A falta de documentação de duas fases da vida de Shakespeare faz com que os estudiosos do dramaturgo e escritor criem o termo “os anos perdidos” para falar dos períodos entre 1578-1582 e 1585-1592. Nos quatro anos que se seguem à formação escolar do dramaturgo, em 1578, não há registros que indiquem suas atividades pessoais e profissionais em Stratford.

Seu próximo documento é de novembro de 1582, que oficializa seu casamento com Anne Hathaway, uma mulher oito anos mais velha que ele e que carrega, com três meses de gravidez, a primeira filha do casal, Susanna.

A menina nasce em maio de 1583. Em janeiro de 1585, Shakespeare e Anne recebem a chegada de gêmeos, batizados como Hamnet e Judith. Exceto pelo fato de que Hamnet morre em agosto de 1596, aos 11 anos de idade, de causas desconhecidas, pouco se sabe sobre a vida da família. 
William Shakespeare segundo gravura de 1610 (Crédito: Hulton Archive/Getty Images)

William Shakespeare segundo gravura de 1610 (Crédito: Hulton Archive/Getty Images)
Teatro - À época da morte do filho, Shakespeare não está ao lado de Anne. Em 1592, aos 28 anos, ele vive em Londres como um ator conhecido, como indica um panfleto assinado pelo britânico Robert Greene sobre a performance de Shakespeare nos palcos. A crítica, escrita por Greene em seu leito de morte, não é nada simpática ao homem que se tornaria o dramaturgo mais conhecido de todos os tempos. No texto, Shakespeare chega a ser chamado de “corvo arrogante”, o que rende a ele um pedido de desculpas do editor de Greene, Henry Chettle, após a morte do crítico.

Entre o batizado dos filhos e o panfleto de Greene, não há documentação sobre Shakespeare. Sendo assim, não se sabe quando ele parte da pequena Stratford-upon-Avon para se aventurar sozinho na cidade grande e nem quais motivos o levam a essa mudança. Igualmente difícil é descobrir como Shakespeare decide começar a carreira no teatro, passo que se tornará decisivo em sua vida.

Uma possibilidade é a de que ele tenha sido recrutado por uma companhia itinerante de teatro ainda em Stratford, em meados da década de 1580. Segundo afirma Peter Ackroyd em Shakespeare: The Biography, entre os anos de 1583 e 1586, a cidade foi visitada por nada menos do que oito grupos teatrais, entre eles o Lord Strange’s Men e o The Queen’s Men, ambos apontados como os primeiros a receber Shakespeare.

A atuação no palco logo se torna pouco para Shakespeare, que começa a escrever as próprias peças, no final dos anos 1580, mas não as publica. Em junho de 1592, as autoridades britânicas fecham os teatros, com medo da disseminação da peste. Quando eles são reabertos, em junho de 1594, o autor está completamente absorvido pelo trabalho como um dos diretores do grupo teatral Lord Chamberlain's Men, que muda de nome para King’s Men em 1603, após a coroação do rei James I.

Obras - As primeiras publicações de obras criadas por Shakespeare acontecem entre 1593 e 1594, com os poemas líricos Vênus e Adônis e O Rapto de Lucrécia. Ao longo dos anos seguintes, o dramaturgo publica peças como Henrique VI (1594) e Romeu e Julieta (1597), que são reunidas em 1623 em um volume único, conhecido como o Primeiro Folio. Em 1599, a trupe de Shakespeare constrói o Globe Theatre, em Londres.

Pelos próximos catorze anos, o teatro se mantém como uma das principais casas de espetáculos, recebendo, inclusive, muitas das peças do autor inglês. Em 1613, durante uma apresentação de Henrique VIII, o teto de palha do local pega fogo após ser atingido pela munição de um canhão utilizado em cena. Em menos de duas horas, o Globe é destruído completamente. Ele é rapidamente reconstruído, mas é novamente demolido, dessa vez pela administração puritana inglesa, em 1644.

A ideia de recriar o Globe Theatre ressurge em 1949, após a visita do diretor e produtor americano Sam Wanamaker a Londres. O diretor morre em 1993, mas deixa o projeto encaminhado e a estrutura básica do teatro construída, algumas centenas de metros de seu lugar original. Três anos e meio depois, o Globe é finalizado e reaberto. Atualmente, a casa de espetáculos recebe não só montagens clássicas de Shakespeare, mas também peças de dramaturgos contemporâneos.
William Shakespeare em pintura do inglês Cornelius Jansen, da década de 1610 (Crédito: Hulton Archive/Getty Images)

William Shakespeare em pintura do inglês Cornelius Jansen, da década de 1610 (Crédito: Hulton Archive/Getty Images)
Retorno - Com o tempo, Shakespeare se consagra como ator, diretor e dramaturgo e consegue prover uma vida confortável para sua família, que permanece em Stratford-upon-Avon. Em 1597, ele compra uma das maiores casas da cidade, próxima à capela e à escola que havia frequentado quando criança. Anos mais tarde, não se sabe ao certo quando, o dramaturgo volta para a cidade natal, onde morre de causas desconhecidas, em 23 de abril de 1616, aos 52 anos.

Com uma biografia incompleta e obras contestadas, William Shakespeare, hoje, 450 anos após seu nascimento, causa mais comoção do que controvérsia. Referência dentro da dramaturgia, seu nome ultrapassa a alcunha de um autor para se estabelecer quase como um estilo literário e teatral. Para apaziguar o drama da autoria, críticos atuais acreditam na ideia da colaboração entre escritores, prática comum que consistia na concepção de obras por múltiplos artistas, sendo Shakespeare, por exemplo, um dos colaboradores de peças como A Tragédia Espanhola, assinada por Thomas Kyd (1558-1594). São teorias que unem o fundo histórico com o reconhecimento de que, sim, Shakespeare, o simples homem de Stratford-upon-Avon, tinha algo de genial.


Fonte: http://veja.abril.com.br/infograficos/especiais/william-shakespeare/  Acesso em 22 de março de 2015