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terça-feira, 23 de outubro de 2012

DICAS DE REDAÇÃO


DICAS E REGRAS

Por: Sérgio Murilo

 

1º Passo - Procure o melhor entendimento do tema. Leia com calma a proposta da redação. Lembre-se: há temas tendenciosos...


2º Passo - Se o tema for objetivo é sempre bom fazer busca de ideias antes de começar a redação. Se o tema for subjetivo, o melhor procedimento é a enumeração ou observar os motes...


3º Passo - Tema objetivo ou subjetivo, não tenha dúvidas: primeiro faça um esboço de seu texto, um roteiro de viagem...


4º Passo - Na prova de redação de vestibular, mais se observa no texto a concatenação de ideias. E a melhor forma de alcançar-se qualidade está na seleção dos aspectos a serem enfocados no texto...

5º Passo - Por isso, é de bom tamanho saber previamente o que será discutido, analisado nos parágrafos da dissertação...


6º Passo - Trata-se de estruturar a redação pelos parágrafos, sem perder de vista a coerência interna e a coerência externa, qualidades que não podem ser desprezadas pelo escritor...

7º Passo - Alcançar-se a coerência com facilidade, para isso, basta não perder de vista o período tópico dos parágrafos.


8º Passo - Lembre-se: o período tópico forte estabelece a proposição capaz de exigir maiores cuidados do escritor e de prender a intenção do leitor.


9º Passo - Contrapor ideias no texto torna -o mais dinâmico, e ao mesmo tempo demonstra que o escritor vai discutir, e não impor ideias.


10º Passo - Todo esse primor pode ser prejudicado sem uma boa revisão gramatical. Afinal de contas, a correção tem seu destaque na redação.

 

PARA UMA BOA REDAÇÃO

Por Prof. Geimes Raulino

Oferecemos algumas dicas para que o vestibulando faça um bom texto na prova de redação.

Pode-se dizer ser os “os dez mandamentos da redação”.

1) Pense no que você quer dizer e diga da forma mais simples. Procure ser direto na construção das sentenças. Escreva com simplicidade.

2) Corte palavras sempre que possível. Use a voz ativa, evite a passiva. Evite termos estrangeiros e jargões.

3) Seja cauteloso ao utilizar as conjunções “como”, “entretanto”, “no entanto” e “porém”. Quase sempre são dispensáveis. Evite o uso excessivo de advérbios. Tome cuidado com a gramática.

4) Tente fazer com que os diálogos escritos (em caso de narração) pareçam uma conversa. Uso do gerúndio empobrece o texto. Exemplo: Entendendo dessa maneira, o problema vai-se pondo numa perspectiva melhor, ficando mais claro…

5) Evite o uso excessivo do “que”. Essa armadilha produz períodos longos. Prefira frases curtas. Exemplo: O fato de que o homem que seja inteligente tenha que entender os erros dos outros e perdoá-los não parece que seja certo. Adjetivos que não informam são dispensáveis. Por exemplo: luxuosa mansão. Toda mansão é luxuosa. Tenha coerência textual.

6) Evite clichês (lugares comuns) e frases feitas. Exemplos: “subir os degraus da glória”, “fazer das tripas coração”, “encerrar com chave de ouro”, “silêncio mortal”, “calorosos aplausos”, “mais alta estima”.

7) Verbo “fazer”, no sentido de tempo, não é usado no plural. É errado escrever: “Fazem alguns anos que não leio um livro”. O certo é “Faz alguns anos que não leio um livro”. Cuidado com redundâncias. É errado escrever, por exemplo: “Há cinco anos atrás”. Corte o “há” ou dispense o “atrás”. O certo é “Há cinco anos…”.

9) Só com a leitura intensiva se aprende a usar vírgulas corretamente. Leia os bons autores e faça como eles: trate a vírgula com bons modos. As regras sobre o assunto são insuficientes. Leia muito, leia sempre, leia o que lhe pareça agradável.

10) Nas citações, use aspas, coloque a vírgula e um verbo seguido do nome de quem disse ou escreveu aquilo. Exemplo: “O que é escrito sem esforço é geralmente lido sem prazer.”, disse Samuel Johnson.

 

 

 

EXTENSÃO

Escreva sempre frases curtas, que não ultrapassem duas ou três linhas, mas também não caia no oposto, escrevendo frases curtas demais. Seu texto pode ficar cansativo.

Uma frase de boa extensão evita que você se perca. Seja objetivo. Quanto mais você se alonga, mais a frase ramifica-se em muitas outras sem chegar a lugar algum. Exemplo:

A crise de abastecimento de álcool não é apenas resultado da incompetência e irresponsabilidade das agências governamentais que deveriam tratar do assunto, pois ela também foi causada por um outro vício de origem que foi no primeiro caso os organismos do governo encarregados de gerir os destinos do Proálcool que foram pouco a pouco sendo apropriados pelos setores que eles deveriam controlar, se transformando em instrumentos de poder desses mesmos setores que através deles passaram a se apropriar de rendas que não lhes pertenciam.

Quando chegamos ao final da frase, não lembramos o que estava no seu início. O que fazer? Antes de tudo, ver quantas ideias existem e separá-las.

Uma possível redação para esse texto seria:

A crise de abastecimento de álcool não resulta apenas da incompetência e da irresponsabilidade do governo. Ela é também causada por certos vícios que rondam o poder. Os órgãos responsáveis pelo destino do Proálcool se eximem de controlá-lo com rigor. Disso resulta uma situação estranha: os órgãos do governo passam a ser dominados justamente pelos setores que deveriam controlar. Transformam-se assim em instrumentos de poder de usineiros que se apropriam do Erário.

 

Fragmentação

A fragmentação é um erro muito comum em textos produzidos por alunos. Nunca interrompa seu pensamento antes de pronomes relativos, gerúndios e conjunções subordinativas.

 

ERRADO:

O carro ficara estacionado no shopping. Onde tínhamos ido fazer compras.

O Detran tem aumentado sua receita. Multando carros sem nenhum critério.

Ele tem lutado para manter o status. Uma vez que perdeu quase toda a fortuna.

 

CERTO:

O carro ficara estacionado no shopping onde tínhamos ido fazer compras.

O Detran tem aumentado sua receita, multando carros sem nenhum critério.

Ele tem lutado para manter o status, uma vez que perdeu quase toda a fortuna.

 

A conjunção POIS

Não use POIS assim que começar um texto. Pois é uma conjunção explicativa ou conclusiva, e ninguém deve explicar ou concluir nada logo no primeiro parágrafo. As explicações só aparecem quando seu processo argumentativo está em andamento. Lembre-se de que, no primeiro parágrafo, deve-se apenas situar o problema.

 

Onde

Atenção para o emprego de onde. Só deve ser usado quando se referir a lugar.

O país onde nasci fica muito distante.

Nos demais casos, use em que:

São muito convincentes os argumentos em que você se baseia.

Não use onde para se referir a datas.

Ocorreu nos anos 70, onde houve uma verdadeira revolução de costumes. (Errado)

Melhor dizer:

Ocorreu nos anos 70, quando houve uma verdadeira revolução de costumes. (Certo)

 

O VOCABULÁRIO

Escreva com simplicidade. Não empregue palavras complicadas ou supostamente bonitas. Escrever bem não é escrever difícil. O vocabulário deve adequar-se ao tipo de texto que pretendemos redigir. No nosso caso, só trabalhamos com a linguagem padrão, aquela que a norma culta exige quando vamos tratar de algum problema de grande interesse para leitores de bom nível cultural. Dela deverão estar afastados erros gramaticais, ortográficos, termos chulos, gíria, que não condizem com a boa linguagem. Observe as inadequações neste exemplo:

Os grevistas refutam o aumento proposto pelo governo. Enquanto o líder da situação fazia na Câmara os prolegômenos dos novos índices, os trabalhadores faziam do lado de fora o maior auê, achando que o governo não estava com nada.

É preciso ter muito cuidado com as palavras. Nem sempre elas se substituem com precisão. Empregar refutar por rejeitar, prolegômenos por exposição não torna o texto melhor. Não só palavras “bonitas” prejudicam um texto, mas também a gíria (auê) e expressões coloquiais (não estava com nada).

O texto poderia ser escrito da seguinte forma:

Os grevistas rejeitaram o aumento proposto pelo governo. Enquanto o líder da situação fazia na Câmara a exposição dos novos índices, os trabalhadores faziam do lado de fora uma grande manifestação...

 

Adjetivos certos na medida certa

O emprego indiscriminado de adjetivos pode prejudicar as melhores idéias. Para que dizer um vendaval catastrófico destruiu Itu quando vendaval já traz implícita a idéia de catástrofe?

Outro mau uso do adjetivo ocorre quando empregado intempestivamente, como se o autor quisesse embelezar o texto.

Diante do mundo incomensurável, incógnito e desmedido que nos cerca, o homem se sente minúsculo, limitado, inepto, incapaz de compreender o menor movimento das coisas singulares, magnéticas e imprevisíveis com que se depara em seu cotidiano impregnado e assoberbado de interrogações.

 

Entendeu? Nem nós.

O adjetivo pode ser empregado, sim, mas quando traz uma informação necessária ao fato, à notícia.

O estresse, a fadiga crônica acompanhada de mãos geladas, insônia e irritabilidade atribuída em geral à correria da vida urbana, talvez só perca para o colesterol alto quando se trata de arranjar um culpado pelo surgimento de doenças.

Os adjetivos aí empregados não são supérfluos. Se forem retirados, vão fazer falta à informação, pois:

a) a fadiga, além de crônica, pode ser passageira;

b) geladas é imprescindível a mãos, por ser um sintoma de fadiga crônica;

c) vida precisa do qualificativo urbana para evitar a generalização.

Evite usar adjetivos que já se desgastaram com o uso como: calor escaldante, saudosa memória, longa jornada, doce lembrança, emérito goleador, grata surpresa, frio siberiano, inquietante silêncio, lauto banquete, último adeus, providências cabíveis, vibrante torcida.

 

Lugares-comuns e modismos

Evite palavras, frases, expressões ou construções vulgares. A renovação da linguagem deve ser uma preocupação constante de quem escreve. Não há boa idéia que sobreviva num texto cheio de lugares-comuns. Abandone: agradar a gregos e troianos; arrebentar a boca do balão; botar pra quebrar; chover no molhado; deitar e rolar; dar o branco, correr solto; dizer cobras e lagartos; estar em petição de miséria; estar com bola toda; estar na crista da onda; ficar literalmente arrasado; ir de vento em popa; passar em brancas nuvens; ser a tábua de salvação; segurar com unhas e dentes; ter um lugar ao sol.

 

A palavra mais simples

Entre duas palavras, escolha a mais simples. Por que dizer auscultar em vez de sondar? Obstância em vez de empecilho?

Siga sempre o conselho do grande escritor francês Paul Valéry: “Entre duas palavras, escolha sempre a mais simples; entre duas palavras simples, escolha a mais curta.” Evite também duas ou mais palavras quando uma é capaz de substituí-las. Use: o governador em vez de chefe do executivo; o presidente em vez de o chefe da nação.

 

Pleonasmos

Alguns pleonasmos passam despercebidos quando escrevemos. Veja os mais comuns e troque-os pela forma exata: a cada dia que passa (a cada dia); acabamentos finais (acabamentos); continua ainda (continua); elo de ligação (elo); encarar de frente (encarar); há doze anos atrás (há doze anos); justamente com (com); monopólio exclusivo (monopólio); repetir de novo (repetir).

PARTICULARIDADES LÉXICAS E GRAMATICAIS

Desde

Nunca escreva “desde de”.

Não o vejo desde 1980. (E não “desde de 1980”)

 

Junto a

“Junto a” significa “adido a”. “Ele é nosso representante junto à FIFA”.

Já esta frase não está correta: “Você tem de se explicar junto ao banco”.

O certo é abandonar a palavra “junto” e usar a preposição exigida pelo verbo: Você tem que se explicar ao banco.

. À medida que/na medida em que

Não confunda “à medida que” com “na medida em que”. A primeira locução dá ideia de proporção e a segunda de causa.

Você vai melhorar à medida que (à proporção que) for tomando esse remédio.

Vamos seguir o regulamento na medida em que (uma vez que) ele foi aprovado.

 

Face a/ frente a

Nunca use. Substitua por “diante de”, “em face de”, “ante”, “em vista de”, “perante”, “em frente de”. Inauguraram uma padaria em frente de nossa casa.

Acerca de/ a cerca de/ há cerca de

Acerca de é “sobre”: Não disse nada acerca do plano econômico que elaborou.

A cerca de é “aproximadamente”. Minha casa fica a cerca de cem metros da praia.

Há cerca de “faz aproximadamente”. Há cerca de dez anos que eles estudam esse assunto.

 

Há/a

Não troque “a” por “há” e vice-versa. Use “a” para exprimir ideia de FUTURO.

Daqui a cinco anos estarei formado. Minha escola fica a duzentos metros da casa.

Use “há” para tempo passado. Para saber se seu emprego está correto, substitua o verbo haver por fazer: Há (faz) oito anos que não o vejo.

Veja a diferença entre a tempo e há tempo.

Chegou a tempo de fazer as malas.

Ele está na Austrália há (faz) tempo.

O estudo tem como base Roteiro de Redação, de Antônio Viana.

 

REDAÇÃO: O EXAMINADOR

Um erro comum cometido por muitos vestibulandos é esquecer que existe alguém que lerá sua redação. Muitas vezes ao escrever a redação o vestibulando tem em mente o que quer escrever, mas nem sempre passa suas ideias para o papel de modo que o examinador possa compreender.

Além de você, a única pessoa que lerá sua redação é examinador, é para ele que sua redação é escrita. Nesta aula vamos estudar alguns pontos importantes para escrever uma redação objetiva que seja compreendida pelo examinador.

 

Evite o uso de 1ª pessoa (eu, nós, nós, nosso...)

É recomendável que não se use a primeira pessoa, tanto no singular como no plural, no desenvolvimento de uma redação para o vestibular (“eu acho que, eu penso que”, “em minha opinião”, “nós acreditamos que”...). A linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer ambiguidade pode ser um ponto vulnerável na demonstração do que se quer expor. Deve ser clara, precisa, natural, original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser impessoal.

 

Dê razão para apoiar afirmações e convicções

"Todo o mundo deveria ser tecnologicamente alfabetizado". Por quê? Quando você expressa um ponto de vista, é esperado que você possa explicá-lo e defendê-lo. Tome cuidado com suas afirmações as quais é cabível a pergunta: “Por que?”.

Suponha que lendo um texto sobre o exame vestibular você encontre essa frase: “Sem duvida o processo seletivo feito por universidades americanas não seria justo se aplicado no Brasil”. Esta é uma afirmação que necessita de uma resposta.

Quando se escreve que o processo seletivo feito por universidades americanas não seria justo se aplicado no Brasil, tem que se levar em conta que o leitor pode não saber como funciona o processo seletivo nos Estados Unidos, bem como não ser tão esclarecido sobre o processo seletivo brasileiro, ficando sem saber o porquê de sua inadequação ao sistema brasileiro.

 

O texto seria mais bem escrito dessa maneira:

“O processo seletivo feito por universidades americanas não seria justo se aplicado no Brasil, pois nos EUA esse processo é feito tendo como base as notas que os alunos obtiveram no decorrer do ensino médio, uma vez que todas as escolas possuem um padrão de ensino nivelado. Já no Brasil, o método de ensino de cada escola é variado, e um aluno regular de um colégio exigente, não pode ter suas notas comparadas com as de um aluno vindo de uma escola fraca”.

Mas lembre-se que muitas frases não precisam de explicação, pois você poderia tornar seu texto confuso e alongado desnecessariamente.

 

Exemplo:
“O voto é uma importante ferramenta para o povo mudar seu país. Devemos sempre escolher candidatos honestos, e que se preocupem com a população, candidatos que não roubem e tenham interesse no bem comum”.

Este é texto que poderia ser resumido facilmente na primeira frase: “O voto é uma importante ferramenta para o povo mudar seu país”. É inútil ressaltar que devemos escolher políticos honestos, mesmo por que, a honestidade não é uma virtude, mas sim uma obrigação de cada um, bem como a preocupação com o bem comum. Excluindo-se a primeira frase, todo o resto do texto é desnecessário.

 

Assuma que você tem um ponto de vista e o examinador pode não concordar com você.

Não tente desesperadamente convencer o examinador que o seu ponto de vista é o correto. Provavelmente o examinador já tem sua própria opinião formada a respeito do tema e não vai começar a acreditar em gnomos só por que você quis convencê-lo que eles existem.

Seu objetivo não é convencer ninguém de coisa alguma, mas sim, apenas fazer uma boa redação sobre o tema escolhido, nada mais. Escrever uma redação, é uma tarefa simples, mas geralmente nós a complicamos, pois acreditamos que o objetivo daquela redação é convencer todas pessoas do mundo a concordarem com nossa posição.

Lembre-se o que já foi dito em outras aulas. O examinador não estará corrigindo seu ponto de vista, ele também não tem interesse que você mude de opinião. Ele estará examinado sua capacidade em escrever bons textos, compreensíveis e objetivos.

É evidente que por mais impessoal que sua redação possa parecer, ela foi escrita por você, e o ponto de vista refletido nela não é o do examinador, da sua professora de redação ou dos seus pais, mas o seu. Portanto, não tente ser impessoal demais, achando que assim irá escrever um bom texto. Você é diferente dos milhares de estudantes que estão fazendo a mesma redação, portanto não tenha medo de passar sua opinião.

 

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