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domingo, 26 de agosto de 2012

ROMANTISMO EM PORTUGAL


Em Portugal o processo de instauração do romantismo foi lento e incerto. Enquanto o romantismo de Delacroix avançava já para um projeto renascentista e o realismo tomava forma no horizonte parisiense, o romantismo português procurava ainda afirmar-se.
A implantação do romantismo em Portugal ocorre num contexto sociopolítico. São os anos posteriores às invasões francesas, que tinham originado o refúgio da corte portuguesa no Brasil e é também o tempo em que o desejo de independência dessa colônia ganha força. Na metrópole multiplicam-se as lojas maçônicas e germinam os ideais liberais.
Travam-se as lutas civis entre miguelistas e liberais, e, por duas vezes, depois da Vila Franca da e da Abjuração da Carta, muitos partidários de D. Pedro tiveram de exilar-se em Inglaterra e França. Dois desses partidários eram os jovens escritores Almeida Garrett e Alexandre Herculano.
Segundo alguns autores o romantismo afirmou-se entre nós como uma cultura de importação. Só compensou distâncias e atrasos pela via indireta dos exílios a que se sujeitaram Garrett e Herculano. Foi longe da pátria que estes autores conceberam a ideia de criar uma literatura nova, de caráter nacional e popular.
Em 1825 Garrett publicou o poema Camões que passa a ser considerado o ponto de partida para a fixação da cronologia do romantismo português.
Garrett e Herculano entendiam a literatura como tarefa cívica, como meio de ação pedagógica.

"A abolição dos conventos destruirá o sistema dos estudos; e se cumpria aos governos organizar a instrução pública, era obrigação dos escritores novos continuar a obra dos frades." Oliveira Martins

Portugal era um país pequeno e decaído, saudoso da grandeza perdida. Esses patriotas, confiantes nas virtudes da liberdade, propunham-se contribuir para um renascimento pátrio.
O romantismo constitui uma tomada de consciência e uma conquista dum senso histórico e dum senso crítico novo aplicado aos fenômenos da cultura. Começa-se a relacionar o Homem com o meio a que pertence e a época de que é produto. "O instável Carlos das viagens é o expoente de uma época de crise, um moderno que sofre de duplicidade amorosa e acaba por se emburguesar, passando de alma sensível a barão." Jacinto Prado Coelho
 Em Portugal, tal como na Europa, o romantismo manifestou-se também na pintura e na arquitetura. A evolução, na pintura, do neoclassicismo para o romantismo foi lenta e tormentosa, só tardiamente ganhou expressão entre nós. Não existiam mestres, o seu surgimento é o resultado do amor que os jovens artistas tinham à natureza.

"Deve ser no meio dos campos, em frente das maravilhas da vegetação e dos mais variados episódios da criação animada, que as ideias do pintor voam e se multiplicam." J. M. Andrade Ferreira

Vários pintores se destacaram, mas Auguste Roquemont foi o primeiro a fixar na tela cenas de costumes populares. Tomás da Anunciação, João Cristino da Silva e Metrass são outros nomes importantes da pintura romântica. Este último, Metrass, traduz nos seus quadros uma nova situação sentimental, com um dramatismo ao mesmo tempo empolgante e mórbido. O melhor exemplo desse gosto é o célebre Só Deus, considerado por alguns a mais poderosa imagem do romantismo português.
 A arquitetura do período romântico em Portugal surgiu, a par com a Europa, por via Inglesa. O monumento mais representativo do espírito romântico é o Palácio da Pena, em Sintra. A serra de Sintra sempre empolgou as almas românticas, Garrett em 1925 escrevia:
"...Oh grutas frias / oh gemedouras fontes, oh suspiros / De namoradas selvas, brandas veigas, / verdes outeiros, gigantescas serras."

Fonte:  http://martarib.tripod.com/rom_em_portugal.htm Acesso em 26 de agosto de 2012.

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