O astronauta americano Neil Armstrong, primeiro homem a pisar na Lua, em 20 de julho de 1969, morreu aos 82 anos, informou neste sábado a rede de televisão americana NBC News.
Armstrong
foi vítima de complicações após uma cirurgia cardíaca realizada no início de
agosto para desobstruir as artérias coronárias.
Lembrado
como "um herói americano", sua família destacou que Armstrong
"serviu a Nação com orgulho, como piloto da Marinha, piloto de provas e astronauta".
Junto
ao astronauta Buzz Aldrin a bordo da nave Apollo 11, Armstrong se tornou o
primeiro homem a pisar na Lua, sob o olhar de milhões de telespectadores.
Suas
palavras "É um pequeno passo para o homem e um salto gigante para a
humanidade" entraram para a história.
Como
comandante da missão Apollo 11, Armstrong foi o encarregado de informar ao
centro de controle de Houston (Texas) o pouso do módulo lunar (LEM) pilotado
por Buzz Aldrin: "Houston, aqui a base da Tranquilidade. A águia
pousou".
Herói
global após seu feito histórico, Armstrong evitava os microfones e as câmeras,
e viveu durante os últimos 33 anos longe do público, ao lado de sua segunda
mulher em uma fazenda em Ohio.
"Pensava
ser de 90% a possibilidade de voltarmos sãos e salvos à Terra após este voo
(Apollo 11), e de apenas 50% a possibilidade de pousarmos na Lua nesta primeira
tentativa", revelou Armstrong recentemente.
"Um
mês antes do lançamento da Apollo 11, havíamos chegado à conclusão de que
estávamos suficientemente prontos para tentar (...) descer na superfície"
lunar.
Armstrong
andou e saltou sobre a superfície da Lua, seguido por Aldrin cerca de 20
minutos depois. Ambos exploraram a zona do pouso por duas horas e meia, onde
recolheram 21 quilos de rochas, tiraram fotos e fincaram uma bandeira dos
Estados Unidos.
Segundo
James Hansen, autor da biografia de Armstrong, Aldrin deveria ter sido o
primeiro a pisar na Lua, mas a Nasa optou pelo comandante da Apollo 11 por
julgá-lo mais capaz de assumir o peso da celebridade.
A
viagem à Lua foi a última aventura espacial de Armstrong, e o comandante
abandonou a agência espacial americana em 1971, para ensinar Engenharia
Aeroespacial na Universidade de Cincinnati, Ohio, até 1979.
Em
seguida, Armstrong ocupou o cargo de conselheiro da administração de várias
empresas, incluindo Lear Jet e United Airlines.
Recentemente,
Armstrong rompeu seu habitual silêncio para criticar o presidente Barack Obama
ao afirmar que foi mal assessorado ao decidir eliminar o programa que previa a
volta à Lua.
Obama
anunciou em fevereiro o fim do programa Constellation, lançado em 2004 pelo
então presidente, George W. Bush, com o objetivo de voltar à Lua antes de
partir para a conquista de Marte.
"Muitos
especialistas da comunidade espacial" não sabiam que o Constellation seria
abandonado. "Foi, provavelmente, algo tramado por um pequeno grupo em
segredo que persuadiu o presidente a rejeitar uma oportunidade única de deixar
sua marca em um programa inovador", declarou Armstrong.
Nascido
em 5 de agosto de 1930 em Wapakoneta (Ohio), desde jovem Armstrong demonstrou
sua paixão por aeronaves, o que o levou a trabalhar no aeroporto próximo a sua
casa.
Aos
16 anos obteve o brevê de piloto e como oficial da Marinha realizou 78 missões
de combate durante a Guerra da Coreia (1950-1953).
Armstrong
estudou engenharia aeronáutica na Universidade de Purdue (Indiana) e obteve o
mestrado na mesma disciplina na Universidade da Califórnia do Sul.
Em
1955, como piloto de provas, testou 50 tipos de aviões, antes de ser convocado
pela Nasa para ser astronauta.
Em
setembro de 1966, participou com David Scott da missão Gemini 8. A cápsula se
acoplou a outro veículo no espaço, na primeira união orbital de dois módulos
espaciais.
Logo
chegaria a missão Apollo 11 e a entrada de Neil Armstrong para a história.
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