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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

CERTAS COISAS NA JANELA

Meu pai, homem de poucas palavras
possuía uma certa ingenuidade cabocla,
mas nós víamos bússola em seus olhos
Lembro-me de suas risadas
Quando pra ele eu lia sobre um “auto” e uma “compadecida”
Logo depois, falávamos de nossa terra:
Histórias de “João Cambão”, “costela do cão”
que passava na rua e a criançada gritava em refrão:
“João Cambão, costela do cão
que trocou a mulher por um pedaço de pão!”...
Certas coisas na janela sempre voltam quando abro a janela.

Marta Eugênia

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