Às vezes, assim, em minha casa, penso que sei onde estou.
Por isso cuido do almoço e alimento a minha fome.
Porque também não quero me perder.
Ainda assim, por vezes, me embaraço:
‘o que farei hoje, meu Deus?
chega de sopa ou risoto, bifes com cebolas pro jantar...’
‘quero a vida agora, dentro do meu paladar:’
aquele jardim sacado de flores que eu vi um dia desses
quando a infância era em mim,
aquele modo como ele apoiava as costas contra a parede,
as vozes das meninas seguindo a profissão,
mão no coração...
É a poesia que eu quero comer...
E só entendi quando a memoria grudo na minha alma
e, abraçadas, foram uma só.Marta Eugênia
Nenhum comentário:
Postar um comentário