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Playboy milionário, Kyle Hadley, interpretado por Robert Stack, se casa com a elegante e inteligente publicitária Lucy Moore (Laurell Bacal). Ela tentará recuperar seu marido do alcoolismo e dar-lhe autoestima. O amigo de infância de Kyle, Mitch Wayne (Rock Hudson), empregado das empresas Hadley, também se apaixona, por Lucy. Mas nada declara. Por outro lado, a irmã de Kylle, Mary Lee é perdidamente apaixonada por Mitch, mas não é correspondida. Frustrada no amor, ela se afoga em luxúria, tentando preencher com sexo, seu coração vazio. Ao se descobrir impotente, Kylle entra em crise, voltando a beber. Mas não é totalmente impotente – um bebê é possível. Tanto que Lucy descobre que está grávida. Entretanto, Kyle imagina que o filho possa ser de Mitch. Melodrama clássico de Douglas Sirk que retrata a autodestruição de família Hadley, proprietária de poços de petróleo no Texas. Sirk desvela, com exagero melodramático e humor satírico, a decadência extrema de personalidades burguesas, imersas em impotências e taras. Em plena década de ouro do American Way of Life, o diretor expõe, com coragem, por trás da aparência singela, almas endinheiradas dilaceradas por traumas infantis, caracteres corroídos e personalidades tacanhas. Por trás do folhetim cafona de Sirk, o desnudamento da alma burguesa nos EUA. No primeiro plano narrativo, Sirk apresenta o drama dos filhos da família Hadley, Mary Lee e Kyle, imersos em fantasmas interiores, desejos frustrados, personalidades frágeis, demonstrando que o poder do dinheiro oculta apenas uma dilacerante impotência pessoal. Apenas num segundo plano narrativo é que surge a figura do pai, Jasper Hadley, típico capitalista empreendedor, personalidade medíocre, incapaz de lidar com a tibieza de caráter dos filhos. Ele irá falecer de desgosto, atingido por um enfarto, ao se decepcionar com a vida devassa de Mary Lee e o retorno de Kyle ao alcoolismo. Por trás deste melodrama extremo, é perceptível o sugestões criticas à sociabilidade burguesa em seu pólo mais desenvolvido (a família capitalista afluente, mas submersa em suas miserias humanas). Em Written on the Wind, a imagem dos Hardley se impõe a cada momento. Na verdade, ícones da Hardley Oil, prefiguração do capital, está presente em cada lugar. Talvez, apenas no passado idílico, à beira dos rios, onde os irmãos Hadley e Mitch Wayne se divertiam, é que seja possível recuperar um tempo de inocência perdida. Mas como exclamou Mitch: “Como está longe o rio”. (2005)
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