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segunda-feira, 7 de março de 2011

MÃE MÁ

 Um dia, quando meus filhos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, eu hei de perguntar-lhe: Eu os amei o suficiente para ter perguntado aonde vão, com quem vão e a que horas regressarão? Eu os amei o suficiente para não ter ficado em silêncio e fazer com que vocês soubessem que aquele novo amigo não era boa companhia? Eu os amei o suficiente para fazê-los pagar as balas que tiraram da mercearia e fazê-los dizer ao dono “Nós roubamos isto ontem e queríamos pagar?” Eu os amei o suficiente para ter ficado em pé junto de vocês duas horas, enquanto limpavam o seu quarto, tarefa que eu teria realizado em quinze minutos? Eu ao amei o suficiente para deixá-los ver além do amor que eu sentia por vocês, o desapontamento e também as lágrimas nos olhos? Eu ao amei o suficiente para deixá-los assumir a responsabilidades das suas ações, mesmo quando as penalidades eram duras que me partiam o coração? Mais do que tudo, eu ao amei o suficiente para dizer-lhes não quando eu sabia que vocês poderiam me odiar por isso?
Essas foram as mais difíceis batalhas de todas. Estou contente, venci, porque no final vocês venceram também! E um dia, quando meus netos forem crescidos o suficiente para entenderem a lógica que motiva os pais e as mães, meus filhos vão dizer quando eles lhe perguntarem se a sua mãe era má. “Sim ... Nossa mãe era má. Era a mãe mais do mundo.
As outras crianças comiam doces no café e nós tínhamos que comer cereais, ovos, torradas.
As outras crianças bebiam refrigerantes, comiam batas fritas e sorvetes no almoço, nós tínhamos que comer arroz, feijão, carne, legumes e frutas. E ela obrigava-nos a jantar à mesa bem diferentes das outras mães, que deixavam os filhos comerem vendo televisão. Ela insistia em saber onde nós estávamos a toda hora nem deixava a gente correr na rua. Era quase uma prisão. Mamãe tinha que saber quem era os nossos amigos e o que fazemos com eles. Insistia que lhe disséssemos que íamos sair, mesmo que demorássemos só uma hora ou menos. Nós tínhamos vergonha de admitir, mas viciou as leis de trabalho infantil. Nós tínhamos de lavar a louça, fazer as camas, lavar a roupa, aprender a cozinhar, aspirar o chão, esvaziar o lixo e todos os tipos de trabalhos cruéis. Eu acho que ela nem dormia a noite, pensando e,m coisas para nos mandar fazer ou dizer.
Ela insistia sempre conosco para lhe dizer a verdade, e apenas a verdade. E quando éramos adolescentes, ela até conseguia ler os nossos pensamentos, nossa vida era mesmo chata. Ela não deixava nossos amigos tocarem a buzina para que nós saíssemos. Tínhamos que apresentá-los para ela conhecê-los.
Enquanto todos podiam sair a noite com 12, 13 anos, nós só tivemos o gosto aos 16. Por causa da nossa mãe, nós perdemos imensas experiências da adolescência. Nenhum de nós esteve envolvido em roubos, atos de vandalismo, violação de propriedade, nem fomos presos por nenhum crime. Foi tudo por causa dela.
Agora que saímos de casa, somos adultos, honestos e educados, estamos a fazer o nosso melhor para sermos “mães e pais maus”, tal como nossa mãe foi.
Eu acho que este é um dos males do mundo de hoje: “Não há suficientes mães e pais maus”.

Autor Desconhecido

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