DICAS E REGRAS
Por: Sérgio Murilo
1º Passo - Procure o melhor entendimento do
tema. Leia com calma a proposta da redação. Lembre-se: há temas tendenciosos...
2º Passo - Se o tema for objetivo é sempre bom fazer busca de ideias antes de começar a redação. Se o tema for subjetivo, o melhor procedimento é a enumeração ou observar os motes...
3º Passo - Tema objetivo ou subjetivo, não tenha dúvidas: primeiro faça um esboço de seu texto, um roteiro de viagem...
4º Passo - Na prova de redação de vestibular, mais se observa no texto a concatenação de ideias. E a melhor forma de alcançar-se qualidade está na seleção dos aspectos a serem enfocados no texto...
5º Passo - Por isso, é de bom tamanho saber previamente o que será discutido, analisado nos parágrafos da dissertação...
6º Passo - Trata-se de estruturar a redação pelos parágrafos, sem perder de vista a coerência interna e a coerência externa, qualidades que não podem ser desprezadas pelo escritor...
7º Passo - Alcançar-se a coerência com facilidade, para isso, basta não perder de vista o período tópico dos parágrafos.
8º Passo - Lembre-se: o período tópico forte estabelece a proposição capaz de exigir maiores cuidados do escritor e de prender a intenção do leitor.
9º Passo - Contrapor ideias no texto torna -o mais dinâmico, e ao mesmo tempo demonstra que o escritor vai discutir, e não impor ideias.
10º Passo - Todo esse primor pode ser prejudicado sem uma boa revisão gramatical. Afinal de contas, a correção tem seu destaque na redação.
PARA UMA BOA REDAÇÃO
Por Prof. Geimes Raulino
Oferecemos algumas dicas para que o vestibulando
faça um bom texto na prova de redação.
Pode-se dizer ser os “os dez mandamentos da
redação”.
1) Pense no que você quer dizer e diga da forma
mais simples. Procure ser direto na construção das sentenças. Escreva com
simplicidade.
2) Corte palavras sempre que possível. Use a voz
ativa, evite a passiva. Evite termos estrangeiros e jargões.
3) Seja cauteloso ao utilizar as conjunções “como”,
“entretanto”, “no entanto” e “porém”. Quase sempre são dispensáveis. Evite o
uso excessivo de advérbios. Tome cuidado com a gramática.
4) Tente fazer com que os diálogos escritos (em
caso de narração) pareçam uma conversa. Uso do gerúndio empobrece o texto.
Exemplo: Entendendo dessa maneira, o problema vai-se pondo numa perspectiva
melhor, ficando mais claro…
5) Evite o uso excessivo do “que”. Essa armadilha
produz períodos longos. Prefira frases curtas. Exemplo: O fato de que o homem
que seja inteligente tenha que entender os erros dos outros e perdoá-los não
parece que seja certo. Adjetivos que não informam são dispensáveis. Por
exemplo: luxuosa mansão. Toda mansão é luxuosa. Tenha coerência textual.
6) Evite clichês (lugares comuns) e frases feitas.
Exemplos: “subir os degraus da glória”, “fazer das tripas coração”, “encerrar
com chave de ouro”, “silêncio mortal”, “calorosos aplausos”, “mais alta
estima”.
7) Verbo “fazer”, no sentido de tempo, não é usado
no plural. É errado escrever: “Fazem alguns anos que não leio um livro”. O
certo é “Faz alguns anos que não leio um livro”. Cuidado com redundâncias. É
errado escrever, por exemplo: “Há cinco anos atrás”. Corte o “há” ou dispense o
“atrás”. O certo é “Há cinco anos…”.
9) Só com a leitura intensiva se aprende a usar vírgulas
corretamente. Leia os bons autores e faça como eles: trate a vírgula com bons
modos. As regras sobre o assunto são insuficientes. Leia muito, leia sempre,
leia o que lhe pareça agradável.
10) Nas citações, use aspas, coloque a vírgula e um
verbo seguido do nome de quem disse ou escreveu aquilo. Exemplo: “O que é
escrito sem esforço é geralmente lido sem prazer.”, disse Samuel Johnson.
EXTENSÃO
Escreva sempre frases curtas, que não ultrapassem
duas ou três linhas, mas também não caia no oposto, escrevendo frases curtas
demais. Seu texto pode ficar cansativo.
Uma frase de boa extensão evita que você se perca.
Seja objetivo. Quanto mais você se alonga, mais a frase ramifica-se em muitas
outras sem chegar a lugar algum. Exemplo:
A crise de abastecimento de álcool não é apenas
resultado da incompetência e irresponsabilidade das agências governamentais que
deveriam tratar do assunto, pois ela também foi causada por um outro vício de
origem que foi no primeiro caso os organismos do governo encarregados de gerir
os destinos do Proálcool que foram pouco a pouco sendo apropriados pelos
setores que eles deveriam controlar, se transformando em instrumentos de poder
desses mesmos setores que através deles passaram a se apropriar de rendas que
não lhes pertenciam.
Quando chegamos ao final da frase, não lembramos o
que estava no seu início. O que fazer? Antes de tudo, ver quantas ideias
existem e separá-las.
Uma possível redação para esse texto seria:
A crise de abastecimento de álcool não resulta
apenas da incompetência e da irresponsabilidade do governo. Ela é também
causada por certos vícios que rondam o poder. Os órgãos responsáveis pelo
destino do Proálcool se eximem de controlá-lo com rigor. Disso resulta uma
situação estranha: os órgãos do governo passam a ser dominados justamente pelos
setores que deveriam controlar. Transformam-se assim em instrumentos de poder
de usineiros que se apropriam do Erário.
Fragmentação
A fragmentação é um erro muito comum em textos
produzidos por alunos. Nunca interrompa seu pensamento antes de pronomes
relativos, gerúndios e conjunções subordinativas.
ERRADO:
O carro ficara estacionado no shopping. Onde
tínhamos ido fazer compras.
O Detran tem aumentado sua receita. Multando carros
sem nenhum critério.
Ele tem lutado para manter o status. Uma vez que
perdeu quase toda a fortuna.
CERTO:
O carro ficara estacionado no shopping onde
tínhamos ido fazer compras.
O Detran tem aumentado sua receita, multando carros
sem nenhum critério.
Ele tem lutado para manter o status, uma vez que
perdeu quase toda a fortuna.
A conjunção POIS
Não use POIS assim que começar um texto. Pois é uma
conjunção explicativa ou conclusiva, e ninguém deve explicar ou concluir nada
logo no primeiro parágrafo. As explicações só aparecem quando seu processo
argumentativo está em andamento. Lembre-se de que, no primeiro parágrafo,
deve-se apenas situar o problema.
Onde
Atenção para o emprego de onde. Só deve ser usado
quando se referir a lugar.
O país onde nasci fica muito distante.
Nos demais casos, use em que:
São muito convincentes os argumentos em que você se
baseia.
Não use onde para se referir a datas.
Ocorreu nos anos 70, onde houve uma verdadeira
revolução de costumes. (Errado)
Melhor dizer:
Ocorreu nos anos 70, quando houve uma verdadeira
revolução de costumes. (Certo)
O VOCABULÁRIO
Escreva com simplicidade. Não empregue palavras
complicadas ou supostamente bonitas. Escrever bem não é escrever difícil. O
vocabulário deve adequar-se ao tipo de texto que pretendemos redigir. No nosso
caso, só trabalhamos com a linguagem padrão, aquela que a norma culta exige
quando vamos tratar de algum problema de grande interesse para leitores de bom
nível cultural. Dela deverão estar afastados erros gramaticais, ortográficos,
termos chulos, gíria, que não condizem com a boa linguagem. Observe as
inadequações neste exemplo:
Os grevistas refutam o aumento proposto pelo
governo. Enquanto o líder da situação fazia na Câmara os prolegômenos dos novos
índices, os trabalhadores faziam do lado de fora o maior auê, achando que o
governo não estava com nada.
É preciso ter muito cuidado com as palavras. Nem
sempre elas se substituem com precisão. Empregar refutar por rejeitar,
prolegômenos por exposição não torna o texto melhor. Não só palavras “bonitas”
prejudicam um texto, mas também a gíria (auê) e expressões coloquiais (não
estava com nada).
O texto poderia ser escrito da seguinte forma:
Os grevistas rejeitaram o aumento proposto pelo
governo. Enquanto o líder da situação fazia na Câmara a exposição dos novos
índices, os trabalhadores faziam do lado de fora uma grande manifestação...
Adjetivos certos na
medida certa
O emprego indiscriminado de adjetivos pode
prejudicar as melhores idéias. Para que dizer um vendaval catastrófico destruiu
Itu quando vendaval já traz implícita a idéia de catástrofe?
Outro mau uso do adjetivo ocorre quando empregado
intempestivamente, como se o autor quisesse embelezar o texto.
Diante do mundo incomensurável, incógnito e
desmedido que nos cerca, o homem se sente minúsculo, limitado, inepto, incapaz
de compreender o menor movimento das coisas singulares, magnéticas e
imprevisíveis com que se depara em seu cotidiano impregnado e assoberbado de
interrogações.
Entendeu? Nem nós.
O adjetivo pode ser empregado, sim, mas quando traz
uma informação necessária ao fato, à notícia.
O estresse, a fadiga crônica acompanhada de mãos
geladas, insônia e irritabilidade atribuída em geral à correria da vida urbana,
talvez só perca para o colesterol alto quando se trata de arranjar um culpado
pelo surgimento de doenças.
Os adjetivos aí empregados não são supérfluos. Se
forem retirados, vão fazer falta à informação, pois:
a) a fadiga, além de crônica, pode ser passageira;
b) geladas é imprescindível a mãos, por ser um
sintoma de fadiga crônica;
c) vida precisa do qualificativo urbana para evitar
a generalização.
Evite usar adjetivos que já se desgastaram com o
uso como: calor escaldante, saudosa memória, longa jornada, doce lembrança,
emérito goleador, grata surpresa, frio siberiano, inquietante silêncio, lauto
banquete, último adeus, providências cabíveis, vibrante torcida.
Lugares-comuns e
modismos
Evite palavras, frases, expressões ou construções
vulgares. A renovação da linguagem deve ser uma preocupação constante de quem
escreve. Não há boa idéia que sobreviva num texto cheio de lugares-comuns.
Abandone: agradar a gregos e troianos; arrebentar a boca do balão; botar pra
quebrar; chover no molhado; deitar e rolar; dar o branco, correr solto; dizer
cobras e lagartos; estar em petição de miséria; estar com bola toda; estar na crista
da onda; ficar literalmente arrasado; ir de vento em popa; passar em brancas
nuvens; ser a tábua de salvação; segurar com unhas e dentes; ter um lugar ao
sol.
A palavra mais simples
Entre duas palavras, escolha a mais simples. Por
que dizer auscultar em vez de sondar? Obstância em vez de empecilho?
Siga sempre o conselho do grande escritor francês
Paul Valéry: “Entre duas palavras, escolha sempre a mais simples; entre duas
palavras simples, escolha a mais curta.” Evite também duas ou mais palavras quando
uma é capaz de substituí-las. Use: o governador em vez de chefe do executivo; o
presidente em vez de o chefe da nação.
Pleonasmos
Alguns pleonasmos passam despercebidos quando
escrevemos. Veja os mais comuns e troque-os pela forma exata: a cada dia que
passa (a cada dia); acabamentos finais (acabamentos); continua ainda
(continua); elo de ligação (elo); encarar de frente (encarar); há doze anos
atrás (há doze anos); justamente com (com); monopólio exclusivo (monopólio);
repetir de novo (repetir).
PARTICULARIDADES LÉXICAS E GRAMATICAIS
Desde
Nunca escreva “desde de”.
Não o vejo desde 1980. (E não “desde de 1980”)
Junto a
“Junto a” significa “adido a”. “Ele é nosso
representante junto à FIFA”.
Já esta frase não está correta: “Você tem de se
explicar junto ao banco”.
O certo é abandonar a palavra “junto” e usar a
preposição exigida pelo verbo: Você tem que se explicar ao banco.
. À medida que/na medida em que
Não confunda “à medida que” com “na medida em que”.
A primeira locução dá ideia de proporção e a segunda de causa.
Você vai melhorar à medida que (à proporção que)
for tomando esse remédio.
Vamos seguir o regulamento na medida em que (uma
vez que) ele foi aprovado.
Face a/ frente a
Nunca use. Substitua por “diante de”, “em face de”,
“ante”, “em vista de”, “perante”, “em frente de”. Inauguraram uma padaria em
frente de nossa casa.
Acerca de/ a cerca de/ há cerca de
Acerca de é “sobre”: Não disse nada acerca do plano
econômico que elaborou.
A cerca de é “aproximadamente”. Minha casa fica a
cerca de cem metros da praia.
Há cerca de “faz aproximadamente”. Há cerca de dez
anos que eles estudam esse assunto.
Há/a
Não troque “a” por “há” e vice-versa. Use “a” para
exprimir ideia de FUTURO.
Daqui a cinco anos estarei formado. Minha escola
fica a duzentos metros da casa.
Use “há” para tempo passado. Para saber se seu
emprego está correto, substitua o verbo haver por fazer: Há (faz) oito anos que
não o vejo.
Veja a diferença entre a tempo e há tempo.
Chegou a tempo de fazer as malas.
Ele está na Austrália há (faz) tempo.
O estudo tem como base Roteiro de Redação, de
Antônio Viana.
REDAÇÃO: O EXAMINADOR
Um erro comum cometido por muitos vestibulandos é
esquecer que existe alguém que lerá sua redação. Muitas vezes ao escrever a
redação o vestibulando tem em mente o que quer escrever, mas nem sempre passa
suas ideias para o papel de modo que o examinador possa compreender.
Além de você, a única pessoa que lerá sua redação é
examinador, é para ele que sua redação é escrita. Nesta aula vamos estudar
alguns pontos importantes para escrever uma redação objetiva que seja
compreendida pelo examinador.
Evite o uso de 1ª
pessoa (eu, nós, nós, nosso...)
É recomendável que não se use a primeira pessoa,
tanto no singular como no plural, no desenvolvimento de uma redação para o
vestibular (“eu acho que, eu penso que”, “em minha opinião”, “nós acreditamos
que”...). A linguagem deve ser objetiva, denotativa; qualquer ambiguidade pode
ser um ponto vulnerável na demonstração do que se quer expor. Deve ser clara,
precisa, natural, original, nobre, correta gramaticalmente. O discurso deve ser
impessoal.
Dê razão para
apoiar afirmações e convicções
"Todo o mundo deveria ser tecnologicamente
alfabetizado". Por quê? Quando você expressa um ponto de vista, é esperado
que você possa explicá-lo e defendê-lo. Tome cuidado com suas afirmações as
quais é cabível a pergunta: “Por que?”.
Suponha que lendo um texto sobre o exame vestibular
você encontre essa frase: “Sem duvida o processo seletivo feito por universidades
americanas não seria justo se aplicado no Brasil”. Esta é uma afirmação que
necessita de uma resposta.
Quando se escreve que o processo seletivo feito por
universidades americanas não seria justo se aplicado no Brasil, tem que se
levar em conta que o leitor pode não saber como funciona o processo seletivo
nos Estados Unidos, bem como não ser tão esclarecido sobre o processo seletivo
brasileiro, ficando sem saber o porquê de sua inadequação ao sistema
brasileiro.
O texto seria mais
bem escrito dessa maneira:
“O processo seletivo feito por universidades
americanas não seria justo se aplicado no Brasil, pois nos EUA esse processo é
feito tendo como base as notas que os alunos obtiveram no decorrer do ensino
médio, uma vez que todas as escolas possuem um padrão de ensino nivelado. Já no
Brasil, o método de ensino de cada escola é variado, e um aluno regular de um
colégio exigente, não pode ter suas notas comparadas com as de um aluno vindo
de uma escola fraca”.
Mas lembre-se que muitas frases não precisam de
explicação, pois você poderia tornar seu texto confuso e alongado
desnecessariamente.
Exemplo:
“O voto é uma importante ferramenta para o povo mudar seu país. Devemos sempre escolher candidatos honestos, e que se preocupem com a população, candidatos que não roubem e tenham interesse no bem comum”.
“O voto é uma importante ferramenta para o povo mudar seu país. Devemos sempre escolher candidatos honestos, e que se preocupem com a população, candidatos que não roubem e tenham interesse no bem comum”.
Este é texto que poderia ser resumido facilmente na
primeira frase: “O voto é uma importante ferramenta para o povo mudar seu
país”. É inútil ressaltar que devemos escolher políticos honestos, mesmo por
que, a honestidade não é uma virtude, mas sim uma obrigação de cada um, bem
como a preocupação com o bem comum. Excluindo-se a primeira frase, todo o resto
do texto é desnecessário.
Assuma que você tem
um ponto de vista e o examinador pode não concordar com você.
Não tente desesperadamente convencer o examinador
que o seu ponto de vista é o correto. Provavelmente o examinador já tem sua
própria opinião formada a respeito do tema e não vai começar a acreditar em
gnomos só por que você quis convencê-lo que eles existem.
Seu objetivo não é convencer ninguém de coisa
alguma, mas sim, apenas fazer uma boa redação sobre o tema escolhido, nada
mais. Escrever uma redação, é uma tarefa simples, mas geralmente nós a
complicamos, pois acreditamos que o objetivo daquela redação é convencer todas
pessoas do mundo a concordarem com nossa posição.
Lembre-se o que já foi dito em outras aulas. O
examinador não estará corrigindo seu ponto de vista, ele também não tem
interesse que você mude de opinião. Ele estará examinado sua capacidade em
escrever bons textos, compreensíveis e objetivos.
É evidente que por mais impessoal que sua redação
possa parecer, ela foi escrita por você, e o ponto de vista refletido nela não
é o do examinador, da sua professora de redação ou dos seus pais, mas o seu.
Portanto, não tente ser impessoal demais, achando que assim irá escrever um bom
texto. Você é diferente dos milhares de estudantes que estão fazendo a mesma
redação, portanto não tenha medo de passar sua opinião.